Cirurgia de Glenn bidirecional: importância da manutenção de fluxo "pulsátil" na artéria pulmonar

Bibliographic Details
Main Author: Fantini,Fernando Antônio
Publication Date: 1995
Other Authors: Gontijo Filho,Bayard, Lopes,Roberto Max, Castro,Marcelo Frederico de, Barrientos,Arturo, Silva,João Alfredo de Paula e, Barbosa,Juscelino Teixeira, Miotto,Heberth César, Masci,Tereza Lúcia de Melo, Martins,Cristiane, Vrandecic,Mário O
Format: Article
Language: por
Source: Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)
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Summary: Com o objetivo de avaliar a importância clínica da presença de fluxo pulsátil na artéria pulmonar de pacientes submetidos à cirurgia de Glenn bidirecional, 36 casos consecutivos operados no período de outubro de 1990 a julho de 1994 foram revistos. As crianças, com idade variando de 11 meses a 14 anos (média, 4,4 ± 3,4 anos), eram portadoras das seguintes lesões: atresia tricúspide (18), ventrículo único (16), atresia mitral (1) e atresia pulmonar sem comunicação interventricular (1). Dezenove (52,8%) pacientes haviam sido submetidos a 22 procedimentos cirúrgicos prévios, sendo que 2 fizeram duas e outro, três anastomoses sistêmico-pulmonar. Circulação extracorpórea foi utilizada em todos os casos, sendo com hipotermia leve em 11 e com hipotermia profunda e parada cardiocirculatória total nos demais. A técnica cirúrgica básica foi a anastomose término-lateral da veia cava superior à artéria pulmonar ipsilateral. Nos casos com fluxo anterógrado, o tronco pulmonar foi ligado somente quando a pressão média ao nível da anastomose era superior a 15 mmHg, sendo que em 2 casos recentes com pressão acima de 20 mmHg, optouse por cerclar o tronco pulmonar, ajustando-se, assim, os níveis pressóricos. Ocorreram 3 óbitos imediatos; a sobrevida hospitalar foi de 91,7%. Uma criança, que evoluiu no pós-operatório com baixa saturação arterial sistêmica, foi submetida após 7 dias à anastomose sistêmico-pulmonar com prótese vascular de 3 mm. Vinte e oito pacientes foram acompanhados por um período de tempo que variou de 3,1 meses a 4,1 anos (média 1,8 ± 1,2 anos) e foram divididos em 2 grupos: A-18 crianças com fluxo pulmonar dependente exclusivamente do Glenn; B -10 crianças com outra fonte de circulação pulmonar promovendo fluxo "pulsátil" ao nível da anastomose. No Grupo A a saturação arterial sistêmica tem variado de 68% a 85% (média, 77,6 ± 5,5%) e no Grupo B de 80% a 90% com média de 86,0 ± 3,8% (p<0,001). Os pacientes do Grupo B encontram-se em classe funcional I e II, enquanto que 2 crianças do Grupo A estão em classe III e outras 2 estavam em classe IV (p=0,05), sendo que uma foi a óbito e a outra foi submetida à cirurgia de Fontan modificada, com bom resultado. Não foram observadas complicações relacionadas ao Glenn em nenhum dos dois grupos. Assim, a presença de fluxo pulsátil na artéria pulmonar melhora a saturação arterial sistêmica e a tolerância aos exercícios em crianças submetidas à cirurgia de Glenn bidirecional, sem efeitos adversos na circulação pulmonar e no fluxo sangüíneo da veia cava superior.
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