Cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva: resultados com o uso da videotoracoscopia e do estabilizador de sutura
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Publication Date: | 1997 |
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Source: | Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) |
Download full: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000300004 |
Summary: | Objetivo: No sentido de associar os maiores benefícios da operação de revascularização do miocárdio tradicional com a utilização da anastomose da artéria interventricular anterior, com vários dos benefícios da angioplastia, alguns grupos têm começado a realizar a cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência inicial com essa abordagem técnica, especialmente com a utilização de videotoracoscopia (VDT) e do estabilizador de sutura (ES). Métodos: Foram operados 73 pacientes, sendo 51 do sexo masculino, com idades variando de 37 a 83 anos, com média de 61,2 anos, portadores de lesão isolada do ramo interventricular anterior acima de 80%. Foi utilizada intubação orotraqueal com sonda de duplo lume. O paciente foi colocado em decúbito lateral direito com 30 graus de rotação. A minitoracotomia anterior, com 8 a 10 cm de extensão, foi realizada no quarto espaço intercostal. Através dessa incisão foram colocados a ótica da videotoracoscopia e os instrumentos cirúrgicos. O pericárdio foi aberto longitudinalmente e reparado para facilitar a exposição do RIA. Não foi utilizada circulação extracorpórea e a freqüência cardíaca foi diminuída no momento da anastomose com o uso de betabloqueador endovenoso. Para a realização da anastomose ATI-RIA, foi utilizado torniquete proximal e distal, além de uso de CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Previamente ao fechamento dos torniquetes, foi feita a administração de 1,5 mg/kg de peso de heparina endovenosa. A anastomose da ATI com o RIA foi realizada com fio de Polipropilene 7-0. O ES, dispositivo metálico acoplado ao afastador foi utilizado na parede anterior do coração, nos últimos 15 casos, para reduzir a movimentação cardíaca, criando condições para uma anastomose mais segura. Resultados: Todos os pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória, sem complicações isquêmicas, estando em condições de alta hospitalar entre 2 e 13 dias após reavaliação da operação (média de 4 dias). Cineangiocoronariografia pós-operatória foi realizada em 48 (65,7%) pacientes, sendo que 2 (4,2%) mostraram oclusão na anastomose e 1 (2,1%) oclusão pós anastomose. Os pacientes estão assintomáticos, com seguimento médio de um ano após a cirurgia. No pós-operatório tardio, ocorreram duas mortes: uma devido a pneumonia e a outra a provável tromboembolismo. Conclusões: A cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva mostrou ser uma boa alternativa para determinado grupo de pacientes com insuficiência coronária. Torna possível a operação com melhor estética, menor custo e possibilita uma recuperação mais rápida do que a operação convencional. O uso da VDT e do ES constitui avanço que busca trazer maior apoio técnico ao procedimento. |
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Cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva: resultados com o uso da videotoracoscopia e do estabilizador de suturaRevascularização miocárdica/métodosCirurgia minimamente invasivaToracoscopia/métodosMyocardial revascularization/methodsObjetivo: No sentido de associar os maiores benefícios da operação de revascularização do miocárdio tradicional com a utilização da anastomose da artéria interventricular anterior, com vários dos benefícios da angioplastia, alguns grupos têm começado a realizar a cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência inicial com essa abordagem técnica, especialmente com a utilização de videotoracoscopia (VDT) e do estabilizador de sutura (ES). Métodos: Foram operados 73 pacientes, sendo 51 do sexo masculino, com idades variando de 37 a 83 anos, com média de 61,2 anos, portadores de lesão isolada do ramo interventricular anterior acima de 80%. Foi utilizada intubação orotraqueal com sonda de duplo lume. O paciente foi colocado em decúbito lateral direito com 30 graus de rotação. A minitoracotomia anterior, com 8 a 10 cm de extensão, foi realizada no quarto espaço intercostal. Através dessa incisão foram colocados a ótica da videotoracoscopia e os instrumentos cirúrgicos. O pericárdio foi aberto longitudinalmente e reparado para facilitar a exposição do RIA. Não foi utilizada circulação extracorpórea e a freqüência cardíaca foi diminuída no momento da anastomose com o uso de betabloqueador endovenoso. Para a realização da anastomose ATI-RIA, foi utilizado torniquete proximal e distal, além de uso de CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Previamente ao fechamento dos torniquetes, foi feita a administração de 1,5 mg/kg de peso de heparina endovenosa. A anastomose da ATI com o RIA foi realizada com fio de Polipropilene 7-0. O ES, dispositivo metálico acoplado ao afastador foi utilizado na parede anterior do coração, nos últimos 15 casos, para reduzir a movimentação cardíaca, criando condições para uma anastomose mais segura. Resultados: Todos os pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória, sem complicações isquêmicas, estando em condições de alta hospitalar entre 2 e 13 dias após reavaliação da operação (média de 4 dias). Cineangiocoronariografia pós-operatória foi realizada em 48 (65,7%) pacientes, sendo que 2 (4,2%) mostraram oclusão na anastomose e 1 (2,1%) oclusão pós anastomose. Os pacientes estão assintomáticos, com seguimento médio de um ano após a cirurgia. No pós-operatório tardio, ocorreram duas mortes: uma devido a pneumonia e a outra a provável tromboembolismo. Conclusões: A cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva mostrou ser uma boa alternativa para determinado grupo de pacientes com insuficiência coronária. Torna possível a operação com melhor estética, menor custo e possibilita uma recuperação mais rápida do que a operação convencional. O uso da VDT e do ES constitui avanço que busca trazer maior apoio técnico ao procedimento.Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular1997-07-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76381997000300004Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery v.12 n.3 1997reponame:Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online)instname:Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)instacron:SBCCV10.1590/S0102-76381997000300004info:eu-repo/semantics/openAccessJATENE,Fabio B.PÊGO-FERNANDES,Paulo M.ASSAD,Renato S.DALLAN,Luís AlbertoHUEB,WadyARBULU,Hector Edward Van DyckHAYATA,André Luis ShinjiSTOLF,Noedir A. G.OLIVEIRA,Sérgio Almeida deJATENE,Adib D.por1999-02-04T00:00:00Zoai:scielo:S0102-76381997000300004Revistahttp://www.rbccv.org.br/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||rosangela.monteiro@incor.usp.br|| domingo@braile.com.br|| brandau@braile.com.br1678-97410102-7638opendoar:1999-02-04T00:00Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Online) - Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV)false |
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Objetivo: No sentido de associar os maiores benefícios da operação de revascularização do miocárdio tradicional com a utilização da anastomose da artéria interventricular anterior, com vários dos benefícios da angioplastia, alguns grupos têm começado a realizar a cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência inicial com essa abordagem técnica, especialmente com a utilização de videotoracoscopia (VDT) e do estabilizador de sutura (ES). Métodos: Foram operados 73 pacientes, sendo 51 do sexo masculino, com idades variando de 37 a 83 anos, com média de 61,2 anos, portadores de lesão isolada do ramo interventricular anterior acima de 80%. Foi utilizada intubação orotraqueal com sonda de duplo lume. O paciente foi colocado em decúbito lateral direito com 30 graus de rotação. A minitoracotomia anterior, com 8 a 10 cm de extensão, foi realizada no quarto espaço intercostal. Através dessa incisão foram colocados a ótica da videotoracoscopia e os instrumentos cirúrgicos. O pericárdio foi aberto longitudinalmente e reparado para facilitar a exposição do RIA. Não foi utilizada circulação extracorpórea e a freqüência cardíaca foi diminuída no momento da anastomose com o uso de betabloqueador endovenoso. Para a realização da anastomose ATI-RIA, foi utilizado torniquete proximal e distal, além de uso de CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Previamente ao fechamento dos torniquetes, foi feita a administração de 1,5 mg/kg de peso de heparina endovenosa. A anastomose da ATI com o RIA foi realizada com fio de Polipropilene 7-0. O ES, dispositivo metálico acoplado ao afastador foi utilizado na parede anterior do coração, nos últimos 15 casos, para reduzir a movimentação cardíaca, criando condições para uma anastomose mais segura. Resultados: Todos os pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória, sem complicações isquêmicas, estando em condições de alta hospitalar entre 2 e 13 dias após reavaliação da operação (média de 4 dias). Cineangiocoronariografia pós-operatória foi realizada em 48 (65,7%) pacientes, sendo que 2 (4,2%) mostraram oclusão na anastomose e 1 (2,1%) oclusão pós anastomose. Os pacientes estão assintomáticos, com seguimento médio de um ano após a cirurgia. No pós-operatório tardio, ocorreram duas mortes: uma devido a pneumonia e a outra a provável tromboembolismo. Conclusões: A cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva mostrou ser uma boa alternativa para determinado grupo de pacientes com insuficiência coronária. Torna possível a operação com melhor estética, menor custo e possibilita uma recuperação mais rápida do que a operação convencional. O uso da VDT e do ES constitui avanço que busca trazer maior apoio técnico ao procedimento. |
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