Dificuldade de intubação traqueal em paciente com craniossinostose: relato de caso
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Publication Date: | 2001 |
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Source: | Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) |
Download full: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942001000300005 |
Summary: | JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Existem formas complexas de craniossinostose acompanhadas de malformações da face e das vias aéreas, que podem levar a dificuldade de intubação traqueal (IOT). O objetivo deste relato é apresentar um caso de intubação traqueal difícil, em criança submetida à cirurgia para correção da craniossinostose. RELATO DO CASO: Criança com 57 dias, 3700 gramas, perímetro cefálico 39 cm, ASA II, com craniossinostose, retrognatia, macroglosia e exoftalmo bilateral, dificuldade inspiratória e retração intercostal leve. Após decúbito dorsal, coxim sob os ombros, pré-oxigenação e infusão de propofol (10 mg) e succinilcolina (5 mg), realizou-se laringoscopia (lâmina nº 1 reta), sem visualização da epiglote. Foi feita ventilação assistida seguida de novas tentativas (4) de IOT, sem sucesso. Optou-se pela ventilação espontânea assistida e IOT, novamente sem sucesso. Pela capnografia não havia CO2 exalado. Com auxílio de fibroscópio intubou-se a traquéia, porém a sonda era estreita e foi trocada por outra com balonete. A SpO2 era de 98%, porém com instabilidades, ás vezes com 60%. A P ET CO2 apresentava hipocapnia com morfologia irregular. À ausculta mostrava ventilação pulmonar bilateral, porém com entrada de ar no estômago. Suspeitou-se de fístula tráqueo-esofágica traumática. Com endoscopia esofágica constatou-se que a sonda de intubação estava no esôfago; como o balonete foi insuflado na cavidade oral posterior, que estava edemaciada, impedia o vazamento de gás. O volume corrente ventilava o estômago e os pulmões simultaneamente. A sonda foi introduzida corretamente na traquéia com fibroscópio e realizou-se a cirurgia. CONCLUSÕES: É necessário distinguir craniossinostose simples daquelas acompanhadas de malformações faciais e de vias aéreas. É fundamental que se tenha equipamentos adequados para IOT e além da monitorização básica, a capnografia é de grande valor na confirmação da intubação traqueal. |
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Dificuldade de intubação traqueal em paciente com craniossinostose: relato de casoDOENÇA, Neurológica: craniossinostoseINTUBAÇÃO TRAQUEALJUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Existem formas complexas de craniossinostose acompanhadas de malformações da face e das vias aéreas, que podem levar a dificuldade de intubação traqueal (IOT). O objetivo deste relato é apresentar um caso de intubação traqueal difícil, em criança submetida à cirurgia para correção da craniossinostose. RELATO DO CASO: Criança com 57 dias, 3700 gramas, perímetro cefálico 39 cm, ASA II, com craniossinostose, retrognatia, macroglosia e exoftalmo bilateral, dificuldade inspiratória e retração intercostal leve. Após decúbito dorsal, coxim sob os ombros, pré-oxigenação e infusão de propofol (10 mg) e succinilcolina (5 mg), realizou-se laringoscopia (lâmina nº 1 reta), sem visualização da epiglote. Foi feita ventilação assistida seguida de novas tentativas (4) de IOT, sem sucesso. Optou-se pela ventilação espontânea assistida e IOT, novamente sem sucesso. Pela capnografia não havia CO2 exalado. Com auxílio de fibroscópio intubou-se a traquéia, porém a sonda era estreita e foi trocada por outra com balonete. A SpO2 era de 98%, porém com instabilidades, ás vezes com 60%. A P ET CO2 apresentava hipocapnia com morfologia irregular. À ausculta mostrava ventilação pulmonar bilateral, porém com entrada de ar no estômago. Suspeitou-se de fístula tráqueo-esofágica traumática. Com endoscopia esofágica constatou-se que a sonda de intubação estava no esôfago; como o balonete foi insuflado na cavidade oral posterior, que estava edemaciada, impedia o vazamento de gás. O volume corrente ventilava o estômago e os pulmões simultaneamente. A sonda foi introduzida corretamente na traquéia com fibroscópio e realizou-se a cirurgia. CONCLUSÕES: É necessário distinguir craniossinostose simples daquelas acompanhadas de malformações faciais e de vias aéreas. É fundamental que se tenha equipamentos adequados para IOT e além da monitorização básica, a capnografia é de grande valor na confirmação da intubação traqueal.Sociedade Brasileira de Anestesiologia2001-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942001000300005Revista Brasileira de Anestesiologia v.51 n.3 2001reponame:Revista Brasileira de Anestesiologia (Online)instname:Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)instacron:SBA10.1590/S0034-70942001000300005info:eu-repo/semantics/openAccessGifoni,Cláudia LuisaNascimento,Henrique SMizumoto,Nelsonpor2011-02-11T00:00:00Zoai:scielo:S0034-70942001000300005Revistahttps://www.sbahq.org/revista/https://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||sba2000@openlink.com.br1806-907X0034-7094opendoar:2011-02-11T00:00Revista Brasileira de Anestesiologia (Online) - Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA)false |
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