Vivências da toxicodependência: Que desafios hoje para a Enfermagem?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neri, Ana
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Trindade, Luísa, Seabra, Paulo, Sá, Luís
Idioma: por
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/17479
Resumo: Introdução e Objectivos: A investigação na área dependência de substâncias demonstra que é imperativo que se procure mais conhecimento sobre uma problemática cuja abrangência e impacto não param de aumentar apesar de se modificar ao longo dos tempos. Nesse âmbito tem surgido na literatura, a particularidade das vivências das pessoas com muitos anos de consumos, com uma alteração no seu padrão mais tradicional e com uma idade cada vez mais avançada a recorrer às equipas de saúde. Apresentam novas e diferentes necessidades em saúde também pelas suas comorbilidades. As equipas de saúde devem desenvolver respostas adequadas. Nesse sentido foi realizado um estudo numa unidade de desabituação física, em regime de internamento com o objectivo de compreender as vivências manifestadas pelas pessoas consumidoras de substâncias face a um padrão de longos anos de consumo e as suas expectativas de vida. Material e Métodos: Utilizou-se a metodologia qualitativa de natureza exploratória de carácter descritivo. Foram realizadas cinco entrevistas semi-dirigidas e posteriormente procedeu-se a análise de conteúdo com base no modelo de Bardin. Utilizou-se uma amostra de conveniência não probabilística. Os utentes respeitavam os seguintes critérios de inclusão: Idade ≥ a 36 anos; Ambos os géneros; Policonsumidores; Aceitar participar no estudo. Resultados: Os entrevistados foram quatro do sexo masculino e uma do feminino, com idades compreendidas entre os 36 e 46 anos. Relativamente ao estado civil, 2 divorciados, 2 solteiros e 1 casado. Dois tinham filhos. Iniciaram os seus consumos entre os 10 e 14 anos. Quatro utentes estão actualmente num programa de manutenção opiácea com metadona (PMO), e um encontrava-se a consumir não estando integrado em PMO. Os projectos terapêuticos dos utentes eram variados. Após a análise de conteúdo emergiram cinco categorias: 1) História dos consumos; 2) Consequências negativas percepcionadas relativamente aos consumos; 3) Situação familiar; 4) Situação económico-profissional; 5) Perspectivas futuras. Em todas as categorias foram incluídas subcategorias que facilitaram a compreensão dos resultados obtidos. Discussão: Relativamente à 1) salienta-se a percepção inicial positiva, a percepção actual de perdas ao longo da vivência dos consumos e a gestão ineficaz deste comportamento. Na 2) emergiram como subcategorias as consequências negativas a nível económico, social e para a saúde individual. Na 3) surgiram os padrões de relação existentes com os familiares, como apoio, conflito e afastamento e a necessidade de co-habitação com os pais como um padrão que se mantém mesmo nestas idades. Na 4) emergem as variadas fontes de financiamento para os consumos e para as actividades de vida. Na 5) surgem subcategorias que nos ajudam a compreender a ambivalência face aos consumos no futuro e outras subcategorias abordam as necessidades de afirmação social, gregárias e de auto realização.
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