“A voz do Espírito Santo”: re-significação performativa da tradição
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/40700 |
Resumo: | Este estudo centra-se no conceito de “Migração do sagrado”, no contexto das práticas performativas das Folias, grupos musicais das Festas do Espírito Santo, na ilha de S. Miguel. O meu principal objetivo é contribuir para a compreensão da reconfiguração da tradição da Folia em contexto externo aos rituais das Festas, a partir de um estudo de caso. As folias são grupos musicais, transversais a todo o arquipélago, que estruturam e “conduzem”, através do seu canto de poética improvisada, os rituais da festa do Espírito Santo, uma das principais manifestações festivas locais que interage práticas religiosas e seculares. Em 2022, um grupo de Folia teve, de forma inédita, participação num espetáculo de Cantorias ao Desafio, que se realizou no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel. Neste evento, de índole popular, sem qualquer contexto religioso e fora de uma celebração ao Espírito Santo, a participação da Folia teve o propósito de abençoar a inspiração dos cantadores e a sua arte de improvisar no espetáculo que se seguiria. Assim, o meu estudo dirige-se à compreensão da reconfiguração da tradição da prática performativa destes grupos musicais, a partir dos diferentes discursos dos seus atores. Quais os enquadramentos políticos e sociais em que esta “migração do sagrado” ocorreu?, Quem são os agentes dessa transferência? e Qual a recetividade dos interlocutores do espetáculo, na reconfiguração do espaço acústico da Folia?, são questões que este estudo pretende responder. As metodologias utilizadas assentam no trabalho de campo, pela observação no terreno e indagação, pela entrevista, dos meus interlocutores. A observação do terreno em estudo evidenciou que, não obstante ter sido a primeira vez que a Folia participou fora da dinâmica dos rituais das festas do Espírito Santo, imagética e conceptualização espiritual a que estes grupos estão relacionados, numa espécie de “voz do Espírito Santo”, sobretudo pelas qualidades veiculadas pela sua poética improvisada, a transferência e re-significação da sua prática performativa foi bem aceite pelos interlocutores deste evento. |
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