Impact of anthropogenic activities on the seagrass Zostera noltii
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Publication Date: | 2007 |
Language: | eng |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.1/797 |
Summary: | O declínio de ervas-marinhas é um fenómeno documentado à escala global, principalmente devido a distúrbios de origem antropogénica. Esta tese tem como objectivo avaliar o impacto das principais actividades antropogénicas que afectam a erva-marinha Zostera noltii na Ria Formosa. O distúrbio por nutrientes originado pela descarga de efluentes urbanos afecta claramente a estrutura da população, a morfologia das plantas e o conteúdo de N das folhas. As elevadas concentrações de amónia (158-663 μM) na estação mais próxima do efluente de descarga (270 m) revelou ser tóxica para esta espécie, reduzindo a sua biomassa e o tamanho das folhas e internós. Dois dos principais processos bióticos identificados pela análise multivariada nas populações de Z. noltii, i.e. o tamanho geral das plantas e a dinâmica da biomassa-densidade, estão significativamente correlacionados com os processos abióticos claramente relacionados com o efeito do efluente urbano, i.e. com os nutrientes e anóxia do sedimento e com o contraste entre a salinidade e a concentração de nutrientes na água, respectivamente. Os efeitos adversos do efluente urbano nas pradarias de Z. noltii da Ria Formosa parecem estar espacialmente restritos a áreas até 600 m de distância da descarga. As variações nas relações da biomassa-densidade reflectem os gradientes antropogénicos de nutrientes, descrevendo os parâmetros derivados da estrutura da população um padrão de variação com a disponibilidade de nutrientes. As estações impactadas por nutrientes apresentaram correlações significativas entre a biomassa e a densidade, enquanto que nas estações não-impactadas, os dados de biomassa-densidade não se correlacionaram. O marisqueio afectou negativamente as pradarias de Z. noltii, reduzindo significativamente a densidade de rebentos e a biomassa total. O marisqueio experimental revelou um impacto a curto prazo na densidade, que recuperou rapidamente para níveis controlo em um mês. A recuperação pode ocorrer mesmo que plantas com apenas 1 ou 2 módulos, incluindo o rebento apical, permaneçam no sedimento. O nível crítico de soterramento tolerado por esta espécie é extremamente baixo (entre +4 e +8 cm), devido ao seu pequeno tamanho e falta de rizomas verticais. Apesar desta ser uma espécie de crescimento rápido, a sua recuperação não ocorreu durante o período experimental (2 meses), mas plantas completamente soterradas sobreviveram em laboratório por 1-2 semanas. As ervas-marinhas mostraram ser extremamente sensíveis a alterações do nível do sedimento. A sua capacidade para resistir ao soterramento é significativamente dependente do seu tamanho. O comprimento das folhas e o diâmetro dos rizomas são as características que melhor predizem o impacto do soterramento nas ervas-marinhas. Os distúrbios antropogénicos estudados revelaram ser adversos para a erva-marinha Z. noltii, representado uma séria ameaça para esta espécie. No entanto, o seu rápido crescimento e elevada plasticidade permitem-lhe sustentar, até certo ponto, o distúrbio. |
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O declínio de ervas-marinhas é um fenómeno documentado à escala global, principalmente devido a distúrbios de origem antropogénica. Esta tese tem como objectivo avaliar o impacto das principais actividades antropogénicas que afectam a erva-marinha Zostera noltii na Ria Formosa. O distúrbio por nutrientes originado pela descarga de efluentes urbanos afecta claramente a estrutura da população, a morfologia das plantas e o conteúdo de N das folhas. As elevadas concentrações de amónia (158-663 μM) na estação mais próxima do efluente de descarga (270 m) revelou ser tóxica para esta espécie, reduzindo a sua biomassa e o tamanho das folhas e internós. Dois dos principais processos bióticos identificados pela análise multivariada nas populações de Z. noltii, i.e. o tamanho geral das plantas e a dinâmica da biomassa-densidade, estão significativamente correlacionados com os processos abióticos claramente relacionados com o efeito do efluente urbano, i.e. com os nutrientes e anóxia do sedimento e com o contraste entre a salinidade e a concentração de nutrientes na água, respectivamente. Os efeitos adversos do efluente urbano nas pradarias de Z. noltii da Ria Formosa parecem estar espacialmente restritos a áreas até 600 m de distância da descarga. As variações nas relações da biomassa-densidade reflectem os gradientes antropogénicos de nutrientes, descrevendo os parâmetros derivados da estrutura da população um padrão de variação com a disponibilidade de nutrientes. As estações impactadas por nutrientes apresentaram correlações significativas entre a biomassa e a densidade, enquanto que nas estações não-impactadas, os dados de biomassa-densidade não se correlacionaram. O marisqueio afectou negativamente as pradarias de Z. noltii, reduzindo significativamente a densidade de rebentos e a biomassa total. O marisqueio experimental revelou um impacto a curto prazo na densidade, que recuperou rapidamente para níveis controlo em um mês. A recuperação pode ocorrer mesmo que plantas com apenas 1 ou 2 módulos, incluindo o rebento apical, permaneçam no sedimento. O nível crítico de soterramento tolerado por esta espécie é extremamente baixo (entre +4 e +8 cm), devido ao seu pequeno tamanho e falta de rizomas verticais. Apesar desta ser uma espécie de crescimento rápido, a sua recuperação não ocorreu durante o período experimental (2 meses), mas plantas completamente soterradas sobreviveram em laboratório por 1-2 semanas. As ervas-marinhas mostraram ser extremamente sensíveis a alterações do nível do sedimento. A sua capacidade para resistir ao soterramento é significativamente dependente do seu tamanho. O comprimento das folhas e o diâmetro dos rizomas são as características que melhor predizem o impacto do soterramento nas ervas-marinhas. Os distúrbios antropogénicos estudados revelaram ser adversos para a erva-marinha Z. noltii, representado uma séria ameaça para esta espécie. No entanto, o seu rápido crescimento e elevada plasticidade permitem-lhe sustentar, até certo ponto, o distúrbio. |
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