Trauma e psicopatologia na dor somatoforme

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Main Author: Martins, Lara Sofia de Jesus
Publication Date: 2009
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://repositorio.ismt.pt/handle/123456789/221
Summary: Objectivo: Esta investigação pretendeu averiguar as experiências traumáticas e o seu impacto em doentes com perturbação de dor somatoforme e investigar a associação entre tipos de trauma e localizações da dor. Como objectivos secundários, quisemos perceber se a depressão e outros sintomas psicopatológicos estariam ligados a este quadro de dor, se a intensidade da dor era diferente pelo sexo e pelo tipo de diagnóstico de dor somatoforme e, finalmente, se o sexo tinha influência sobre o tipo de diagnóstico. Método: Para a confirmação do diagnóstico de dor somatoforme, recorremos a uma entrevista estruturada, a versão actualizada da Mini International Neuropsychiatric Interview (M.I.N.I.), a M.I.N.I. Plus. Para registar objectivamente a localização anatómica da dor utilizámos a nossa adaptação do Pain Drawing Instrument, que denominámos de Mapa Corporal da Dor (MCD). Para avaliar as experiências traumáticas usámos o Traumatic Experiencies Checklist (TEC). Para avaliar os sintomas depressivos e os sintomas psicopatológicos, aplicámos o Beck Depression Inventory (BDI) e o Brief Symptom Inventory (BSI) respectivamente. A nossa amostra ficou constituída por um grupo de doentes com dor somatoforme (n = 30) e um grupo de comparação que incluiu doentes sem patologia de dor (n = 30). As idades ficaram compreendidas entre os 26 e os 68 anos. Resultados: Os doentes com dor somatoforme têm significativamente mais experiências traumáticas emocionais, de abuso sexual e de ameaça corporal do que os doentes sem dor. Essas experiências foram todas registadas com impacto máximo. A localização da dor correlaciona-se moderadamente com o local do trauma no corpo. Os doentes do grupo com dor têm valores elevados na depressão e a diferença das pontuações médias entre os dois grupos é altamente significativa. O grupo de doentes com dor apresenta valores significativamente mais elevados em todos os sintomas psicopatológicos. Observamos ainda que a intensidade da dor nas mulheres é significativamente mais alta do que nos homens. Não encontramos diferenças na intensidade da dor quando comparamos os dois diagnósticos de dor somatoforme. Verificámos que o sexo feminino prediz o tipo de diagnóstico de dor. Conclusão: Ficou clara a relação entre trauma e dor somatoforme, no entanto os nossos resultados devem ser vistos como preliminares e replicados em amostras maiores e representativas.
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