Influência da dose de radiação gama na cor de castanhas de origem Portuguesa e Turca (Castanea sativa Mill.)

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Main Author: Antonio, Amilcar L.
Publication Date: 2011
Other Authors: Ramalhosa, Elsa, Fernandes, Ângela, Barreira, João C.M., Botelho, M. Luísa, Günaydi, Tuğba, Halkan, Hasan, Quintana, Begoña, Bento, Albino
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10198/6529
Summary: A produção mundial de castanha está estimada em 1,1 milhões de toneladas, distribuídas por uma superfície de aproximadamente 340 000 ha, contribuindo a Europa em cerca de 12% dessa produção. Portugal assume um papel importante, contribuindo com aproximadamente 3%. Contudo, só cerca de 15% da produção Portuguesa é absorvida pelo mercado nacional, sendo os restantes 85% exportados. Estes valores demonstram a importância que este fruto tem para o equilíbrio da balança comercial Portuguesa. Durante a conservação da castanha, os produtores e industriais do sector enfrentam diversos problemas, tais como: I) Perda de peso, resultado da elevada taxa de transpiração que este fruto apresenta, a qual acarreta importantes perdas económicas e de qualidade; II) Infestação por insectos, tais como o bichado e o gorgulho; e III) Desenvolvimento de fungos, alguns dos quais produtores de micotoxinas. Até há pouco tempo, a fumigação com brometo de metilo era uma das técnicas mais utilizadas para eliminar pragas, sendo utilizada em castanha para exportação. Contudo, este composto, por ser um agente tóxico de largo espectro, pode causar efeitos nocivos na saúde humana. Por outro lado, o Protocolo de Montreal, o qual Portugal subscreveu, declarou este produto como nocivo para a camada de ozono, tendo dado início a um procedimento para a sua eliminação. Por tal, a implementação de métodos alternativos assume assim particular importância. Neste contexto, o tratamento por irradiação surge como uma técnica possível a aplicar no futuro próximo, estando autorizado por entidades oficiais o uso de radiação gama (60Co e 137Cs), feixes de electrões e raios-X. A irradiação como técnica de conservação tem sido testada com sucesso em diversos produtos alimentares, tais como mangas, morangos, etc., e encontra-se regulamentada pela União Europeia (UE) através da Directiva (CE) nº 1999/2/EC. Contudo, elevadas doses de radiação gama podem afectar a integridade funcional de algumas biomoléculas, originando alterações nos produtos, o que obriga a um estudo de adequabilidade para cada alimento em particular. De forma a obter mais informação sobre o efeito do uso da radiação gama, como técnica de conservação em castanhas (Castanea sativa), no presente trabalho pretendeu-se estudar a influência da dose de radiação sobre a cor de frutos sujeitos a esse tratamento, tanto a nível exterior (fruto com casca) como interior (fruto sem película e fruto cortado), por se tratar de um parâmetro de grande importância para a futura aceitabilidade do produto por parte do consumidor. Adicionalmente, pretendeu-se verificar se os resultados obtidos eram ou não semelhantes ao utilizar castanha, Castanea sativa, proveniente da Turquia, a qual é um dos principais produtores mundiais deste fruto. De forma a atingir os objectivos propostos, castanhas (Castanea sativa) de origem Portuguesa foram irradiadas com doses de 0,25; 0,50; 1,0 e 3,0 kGy a um débito de dose de 0,8 kGy.h-1, usando uma câmara de radiação gama com quatro fontes de 60Co. As irradiações foram realizadas em triplicado. Após tratamento, as amostras foram armazenadas sob refrigeração (5 a 6ºC) e analisadas aos 0, 15 e 30 dias de armazenamento. Em simultâneo, foram processadas castanhas não sujeitas a qualquer tratamento (controlo). Para cada dose e tempo de armazenamento, a cor foi avaliada através de um colorímetro, tendo sido determinados os parâmetros de cor de Hunter (L, a, b). Estes parâmetros foram também determinados em castanhas tratadas com o mesmo tipo de radiação numa unidade industrial (Gamma-Pak Sterilizasyon) da Turquia, onde foram aplicadas as doses de 0,50 e 3,0 kGy. Em paralelo, algumas propriedades físicas das castanhas Portuguesas e Turcas foram avaliadas, designadamente: I) Dimensões axiais, correspondentes ao comprimento, largura e espessura; II) Diâmetro médio aritmético; III) Diâmetro médio geométrico; e IV) Esfericidade. Ao avaliar a cor de castanhas Portuguesas, Castanea sativa, com casca exterior sujeitas a várias doses de radiação gama, verificou-se que os parâmetros L (29,4+1,6 a 32,6+1,6), a (13,4+3,2 a 16,7+2,5) e b (8,4+2,4 a 13,4+2,4) não apresentaram qualquer relação com a dose aplicada e tempo de armazenamento. Em termos do interior do fruto, foram já observadas algumas diferenças. Em relação ao parâmetro L (82,1+2,6 a 87,2+0,5), este diminuiu ligeiramente após 30 dias de armazenamento, tendo sido esse decréscimo maior para as doses maiores (> 0,5 kGy). O parâmetro b variou pouco ao longo do tempo de armazenamento e com a dose, tendo sido, contudo, obtido o maior valor para a dose de 3,0 kGy e tempo de armazenamento de 30 dias (27,3+4,3). No entanto, este valor foi semelhante ao medido para a dose 0,25 kGy e igual tempo de armazenamento (27,2+4,9), o que sugere que doses maiores de radiação gama (até 3,0 kGy) parecem não provocar um maior amarelecimento do interior dos frutos. Em termos do parâmetro a, este pouco variou com a dose e tempo de armazenamento. Ao comparar as dimensões das castanhas Portuguesas e Turcas entre si, constatou-se que, em termos médios, a castanha Portuguesa apresentou um comprimento e esfericidade maiores em relação à castanha Turca. Pelo contrário, esta apresentou uma largura e espessura maiores, o que se traduziu em maiores diâmetros médios aritmético e geométrico. Em relação à cor da castanha Turca com casca, submetida aos vários ensaios - controlo e a diferentes doses da radiação gama -, constatou-se que os valores do parâmetro L medidos (29,3+2,20 a 33,0+2,07) foram semelhantes aos anteriormente referidos para a castanha Portuguesa, indicando que as duas castanhas são semelhantes em termos de brilho. Também para a castanha Turca não se observou qualquer relação entre este parâmetro e a dose aplicada ou tempo de armazenamento. Pelo contrário, no parâmetro a detectaram-se já algumas diferenças entre as duas castanhas. De facto, a castanha Turca apresentou menores valores, 9,3+2,6 a 11,9+1,6, quando comparada com a Portuguesa. Contudo, também para a castanha Turca não se observou qualquer relação entre este parâmetro e a dose ou tempo de armazenamento. Considerando os valores médios do parâmetro b para a castanha Turca, 6,8+2,8 a 12,2+2,8, verificou-se que esta apresentou sempre valores inferiores quando comparada com a Portuguesa, com excepção do valor obtido com a dose de 0,50 kGy no início do armazenamento (0 dias). Para ambas as castanhas verificou-se um ligeiro aumento do parâmetro b ao longo do tempo de armazenamento, tanto para o controlo como para as amostras sujeitas à dose 0,50 kGy. Contudo, para a radiação de 3,0 kGy, os valores obtidos foram semelhantes ao longo do tempo para ambas as castanhas. Em relação ao interior da castanha Turca, os valores para o parâmetro L (83,4+5,3 a 86,0+1,9) foram semelhantes aos determinados para a castanha Portuguesa, apresentando uma menor variação. Também não se detectaram diferenças entre doses aplicadas e tempo de armazenamento. Comportamento idêntico foi também observado para o parâmetro a. Ao contrário do observado com a castanha Portuguesa, com a castanha Turca observou-se um aumento no valor médio do parâmetro b ao longo do tempo de armazenamento: controlo 19,7+2,5 a 26,0+3,8 (0 e 30 dias), Dose = 0,50 kGy 20,5+3,2 a 26,0+6,1 (0 e 30 dias), Dose = 3,0 kGy 20,9+2,5 a 25,0+3,7 (0 e 30 dias). Ao comparar os valores obtidos no ensaio controlo e nos referentes às doses de 0,50 e 3,0 kGy no início e após 30 dias de armazenamento, os valores são semelhantes, indicando novamente que doses maiores de radiação gama (até 3,0 kGy) parecem não provocar um maior amarelecimento no interior dos frutos.
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Durante a conservação da castanha, os produtores e industriais do sector enfrentam diversos problemas, tais como: I) Perda de peso, resultado da elevada taxa de transpiração que este fruto apresenta, a qual acarreta importantes perdas económicas e de qualidade; II) Infestação por insectos, tais como o bichado e o gorgulho; e III) Desenvolvimento de fungos, alguns dos quais produtores de micotoxinas. Até há pouco tempo, a fumigação com brometo de metilo era uma das técnicas mais utilizadas para eliminar pragas, sendo utilizada em castanha para exportação. Contudo, este composto, por ser um agente tóxico de largo espectro, pode causar efeitos nocivos na saúde humana. Por outro lado, o Protocolo de Montreal, o qual Portugal subscreveu, declarou este produto como nocivo para a camada de ozono, tendo dado início a um procedimento para a sua eliminação. Por tal, a implementação de métodos alternativos assume assim particular importância. Neste contexto, o tratamento por irradiação surge como uma técnica possível a aplicar no futuro próximo, estando autorizado por entidades oficiais o uso de radiação gama (60Co e 137Cs), feixes de electrões e raios-X. A irradiação como técnica de conservação tem sido testada com sucesso em diversos produtos alimentares, tais como mangas, morangos, etc., e encontra-se regulamentada pela União Europeia (UE) através da Directiva (CE) nº 1999/2/EC. Contudo, elevadas doses de radiação gama podem afectar a integridade funcional de algumas biomoléculas, originando alterações nos produtos, o que obriga a um estudo de adequabilidade para cada alimento em particular. De forma a obter mais informação sobre o efeito do uso da radiação gama, como técnica de conservação em castanhas (Castanea sativa), no presente trabalho pretendeu-se estudar a influência da dose de radiação sobre a cor de frutos sujeitos a esse tratamento, tanto a nível exterior (fruto com casca) como interior (fruto sem película e fruto cortado), por se tratar de um parâmetro de grande importância para a futura aceitabilidade do produto por parte do consumidor. Adicionalmente, pretendeu-se verificar se os resultados obtidos eram ou não semelhantes ao utilizar castanha, Castanea sativa, proveniente da Turquia, a qual é um dos principais produtores mundiais deste fruto. De forma a atingir os objectivos propostos, castanhas (Castanea sativa) de origem Portuguesa foram irradiadas com doses de 0,25; 0,50; 1,0 e 3,0 kGy a um débito de dose de 0,8 kGy.h-1, usando uma câmara de radiação gama com quatro fontes de 60Co. As irradiações foram realizadas em triplicado. 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Ao avaliar a cor de castanhas Portuguesas, Castanea sativa, com casca exterior sujeitas a várias doses de radiação gama, verificou-se que os parâmetros L (29,4+1,6 a 32,6+1,6), a (13,4+3,2 a 16,7+2,5) e b (8,4+2,4 a 13,4+2,4) não apresentaram qualquer relação com a dose aplicada e tempo de armazenamento. Em termos do interior do fruto, foram já observadas algumas diferenças. Em relação ao parâmetro L (82,1+2,6 a 87,2+0,5), este diminuiu ligeiramente após 30 dias de armazenamento, tendo sido esse decréscimo maior para as doses maiores (> 0,5 kGy). O parâmetro b variou pouco ao longo do tempo de armazenamento e com a dose, tendo sido, contudo, obtido o maior valor para a dose de 3,0 kGy e tempo de armazenamento de 30 dias (27,3+4,3). No entanto, este valor foi semelhante ao medido para a dose 0,25 kGy e igual tempo de armazenamento (27,2+4,9), o que sugere que doses maiores de radiação gama (até 3,0 kGy) parecem não provocar um maior amarelecimento do interior dos frutos. 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Também não se detectaram diferenças entre doses aplicadas e tempo de armazenamento. Comportamento idêntico foi também observado para o parâmetro a. Ao contrário do observado com a castanha Portuguesa, com a castanha Turca observou-se um aumento no valor médio do parâmetro b ao longo do tempo de armazenamento: controlo 19,7+2,5 a 26,0+3,8 (0 e 30 dias), Dose = 0,50 kGy 20,5+3,2 a 26,0+6,1 (0 e 30 dias), Dose = 3,0 kGy 20,9+2,5 a 25,0+3,7 (0 e 30 dias). Ao comparar os valores obtidos no ensaio controlo e nos referentes às doses de 0,50 e 3,0 kGy no início e após 30 dias de armazenamento, os valores são semelhantes, indicando novamente que doses maiores de radiação gama (até 3,0 kGy) parecem não provocar um maior amarelecimento no interior dos frutos.Agroaguiar Lda. pela disponibilização das amostras; ON.2-QREN Project nº 13198/2010; A. L. Antonio agradece à Fundação para a Ciência e Tecnologia pela bolsa SFRH/PROTEC/67398/2010.Universidade de ÉvoraBiblioteca Digital do IPBAntonio, Amilcar L.Ramalhosa, ElsaFernandes, ÂngelaBarreira, João C.M.Botelho, M. LuísaGünaydi, TuğbaHalkan, HasanQuintana, BegoñaBento, Albino2011-12-23T15:32:55Z20112011-01-01T00:00:00Zconference objectinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/6529porAntonio, A. L.; Ramalhosa, E.; Fernandes, A.; Barreira, J. C. M.; Botelho, M. L.; Günaydi, T.; Halkan, H.; Quintana, B.; Bento, A. (2011). Influência da dose de radiação gama na cor de castanhas de origem portuguesa e turca (Castanea sativa Mill.). In VI Congresso Ibérico de Agroengenharia. Évora. ISBN 978-972-778-113-3978-972-778-113-3info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-02-25T11:58:38Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/6529Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T11:22:00.670476Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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Contudo, elevadas doses de radiação gama podem afectar a integridade funcional de algumas biomoléculas, originando alterações nos produtos, o que obriga a um estudo de adequabilidade para cada alimento em particular. De forma a obter mais informação sobre o efeito do uso da radiação gama, como técnica de conservação em castanhas (Castanea sativa), no presente trabalho pretendeu-se estudar a influência da dose de radiação sobre a cor de frutos sujeitos a esse tratamento, tanto a nível exterior (fruto com casca) como interior (fruto sem película e fruto cortado), por se tratar de um parâmetro de grande importância para a futura aceitabilidade do produto por parte do consumidor. Adicionalmente, pretendeu-se verificar se os resultados obtidos eram ou não semelhantes ao utilizar castanha, Castanea sativa, proveniente da Turquia, a qual é um dos principais produtores mundiais deste fruto. 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Em paralelo, algumas propriedades físicas das castanhas Portuguesas e Turcas foram avaliadas, designadamente: I) Dimensões axiais, correspondentes ao comprimento, largura e espessura; II) Diâmetro médio aritmético; III) Diâmetro médio geométrico; e IV) Esfericidade. Ao avaliar a cor de castanhas Portuguesas, Castanea sativa, com casca exterior sujeitas a várias doses de radiação gama, verificou-se que os parâmetros L (29,4+1,6 a 32,6+1,6), a (13,4+3,2 a 16,7+2,5) e b (8,4+2,4 a 13,4+2,4) não apresentaram qualquer relação com a dose aplicada e tempo de armazenamento. Em termos do interior do fruto, foram já observadas algumas diferenças. Em relação ao parâmetro L (82,1+2,6 a 87,2+0,5), este diminuiu ligeiramente após 30 dias de armazenamento, tendo sido esse decréscimo maior para as doses maiores (> 0,5 kGy). 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