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Ciganos e não ciganos em Trás-os-Montes: Investigação de um impasse inter-étnico”.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nicolau, Lurdes
Data de Publicação: 2011
Idioma: por
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11013
Resumo: As representações sociais dos ciganos transmontanos evidenciam a heterogeneidade da população portuguesa, no que diz respeito a estes cidadãos, já que apresentam diferenciações relevantes, relativamente a outros ciganos da região e do país, na opinião dos dois grupos. Os “outros”, que designam de gitanos, chamam-lhes “chabotos”, auto-denominando-se, ambos, ciganos. Recorreu-se a uma metodologia qualitativa, no sentido de melhor compreender o significado das acções dos sujeitos que integravam o nosso universo de observação. Este situou-se no concelho de Bragança, em contexto urbano, em três bairros da cidade e em seis localidades do meio rural. Para além do estudo da vida objectiva dos ciganos da região, em determinadas dimensões, tanto no meio urbano como no meio rural, investigam-se as relações interétnicas entre os mesmos e as populações locais abrangendo, também, o contexto escolar. As diferenciações face a outros ciganos, segundo os próprios, surgem a vários níveis, tais como o económico, profissional, cultural, moral, linguístico e até físico. Entre ambos instituíram-se fronteiras, claramente definidas, não existindo lugar para qualquer tipo de interacção. Os ciganos residentes na cidade são objectivamente marcados pela exclusão que se materializa na falta de condições de habitação, emprego, educação e em diversas situações no seu quotidiano. No meio rural, em geral, as condições de habitabilidade são precárias e, em cada uma das localidades, desenvolveram-se interacções específicas com os não ciganos. Enquanto nalgumas povoações o contacto entre ambos se cinge ao mínimo, noutras existe uma interacção positiva. Esta evidencia-se através de um número significativo de casamentos mistos e nas dinâmicas estabelecidas entre ambos, nomeadamente, pelo facto de os ciganos assegurarem os trabalhos agrícolas da população não cigana, cada vez mais envelhecida, que perde capacidade para produzir. No entanto, em todos os contextos estudados, com maior ou menor intensidade, os ciganos continuam a ser vítimas de preconceitos e a ser estigmatizados pelos não ciganos.
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