Malnutrição e fatores sociais em crianças no município de Benguela- Angola

• Main Author: Catraio, Isabel Talina F. Ferreira
• Publication Date: 2021
• Other Authors: Pereira, Ana Maria Geraldes Rodrigues, Baptista, Gorete
• Language: por
• Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Download full: http://hdl.handle.net/10198/25181
• topic: Malnutrição; Factores sociais; Infância; Indice de massa corporal

A malnutrição é considerada um problema de Saúde Pública, estimando-se que 45% das mortes de crianças com menos de cinco anos estejam ligadas a uma alimentação desequilibrada (Black et al., 2013; WHO,2015). Sendo a desnutrição infantil um problema multifatorial, particularmente o nível socioeconómico, os acessos aos serviços de saúde, entre outros fatores, têm sido estudados como fatores associados à morbi-mortalidade e à malnutrição infantil (Swinburn B.A. et al,2019). Objetivos: Identificar os casos de malnutrição e fatores sociais associados em crianças menores de 5 anos no Município de Benguela. Métodos: Estudo de abordagem quantitativa, transversal. A pesquisa foi efetuada nas seis comunas do Município de Benguela. A amostragem foi aleatória, por conglomerado, obtendo-se uma amostra de 387 crianças menores de cinco anos. Foi aplicado um questionário que incluía questões sociodemográficas e ambientais. Na avaliação do estado nutricional utilizaram-se os indicadores peso/altura e altura/idade (WHO, 2007). Resultados: Identificaram-se 296 crianças eutróficas (76,5%), 19 casos de sobrepeso (4,9%) e 72 casos de malnutrição (18,6%). Relativamente aos casos de malnutrição, 45,8% foram classificados como Malnutrição Aguda Moderada e 54,2% como Malnutrição Aguda Severa, sendo o sexo masculino o mais afetado (54,2%). A maioria das crianças identificadas com malnutrição vive com os dois progenitores (69,4%) e 56,9% das famílias das crianças com malnutrição, apresentavam dificuldades económicas. Quanto às variáveis ambientais, 69,4% tinham condições precárias de moradia, e 70,8% não possuíam água canalizada na residência. A maioria das crianças malnutridas não frequentava o infantário, onde 80,5% eram cuidadas pelas mães. Verificou-se uma associação entre a malnutrição e as condições de moradia (p= 0,875) e entre a malnutrição e a renda familiar (p= 0,971). Conclusão: A malnutrição infantil constitui um problema de saúde pública no Município de Benguela. É impreterível intervir sobre os determinantes do estilo de vida, nomeadamente a alimentação, tornando-se numa estratégia fundamental de saúde, permitindo obter ganhos, em termos de redução da prevalência da malnutrição e dos custos associados.