Terapia de espelho na melhoria da função do membro superior: caso clínico de um utente com AVC hemorrágico tálamo-capsular

• Main Author: Pimenta, Carla
• Publication Date: 2019
• Other Authors: Serra, Matilde
• Language: por
• Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Download full: http://hdl.handle.net/10400.21/11690
• topic: Fisioterapia; Medicina de reabilitação; Acidente vascular cerebral; AVC hemorrágico; Terapia de espelho

Introdução: A recuperação neurológica pós-AVC não apresenta um padrão linear, tem uma variação multifatorial e interpessoal significativa. O fisioterapeuta dispõe de uma grande diversidade de estratégias que devem ser selecionadas de forma criteriosa, de modo a permitir que o utente atinja a máxima independência funcional com a melhor qualidade de movimento possível. A Terapia de Espelho (TE) é uma intervenção inovadora que consiste na reeducação do movimento através da realização de tarefas básicas, em que o indivíduo move o membro “são”, sendo este visto ao espelho como se fosse o membro “afetado”. Este feedback visual recruta várias áreas cerebrais promovendo a neuroplasticidade. Esta intervenção está fundamentada nas propriedades dos neurónios espelho, uma classe de neurónios que são ativados quando se executa uma determinada tarefa motora e também quando se observa a realização dessa mesma tarefa. A existência de sistema espelho nos seres humanos é atualmente suportada pela evidência e é essencial para explicar os mecanismos de aprendizagem observacional. Caso clínico: Apresentação: Homem de 68 anos, previamente autónomo, vítima de AVC hemorrágico direito com hematoma tálamocapsular de etiologia hipertensiva, do qual resultou hemiparesia esquerda com hipostesia e dependência funcional severa. 56 dias após o AVC foi transferido para internamento de MFR de modo a intensificar programa de reabilitação, apresentava alterações significativas do controlo postural e da sensibilidade (superficial e profunda), com heminegligência, movimentos ativos não seletivos nem funcionais à esquerda, equilíbrio precário com dificuldade de assumir e manter de forma autónoma a posição ortostática, incapacidade para a marcha e dor no ombro esquerdo.