Impacto do contrato formal sobre o contrato psicológico: O caso da marinha portuguesa
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Publication Date: | 2001 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.12/363 |
Summary: | O conceito de contrato psicológico tem vindo a ser estudado por um número cada vez maior de académicos. Este conceito que será discutido nesta dissertação, é semelhante a outros constructos desenvolvidos em estudos organizacionais Estando associado a uma tradição da investigação organizacional nas relações de troca (Beard & Edwards, 1995), o conceito de contrato psicológico refere-se "à percepção que um indivíduo tem das obrigações recíprocas que existem com o seu empregador." O contrato psicológico decorre, assim, de convicções próprias do indivíduo enquanto empregado, quando acredita que existe uma obrigação em corresponder com determinadas contribuições em troca de incentivos específicos (Schalk & Freese, 1997), ou seja, são percepções de obrigações mútuas e não meras expectativas (Rousseau, 1990). Em primeiro lugar, os contratos psicológicos diferem entre si na sua extensão, sendo esta característica aquilo que os torna específicos. A duração do contrato, reflectindo o grau de envolvimento e investimentos em relações de longo prazo, é uma segunda dimensão dos contratos. Em terceiro lugar, os contratos variam, num contínuo, entre o tipo transaccional e relacional, sendo estes os dois tipos de contrato psicológico mais estudados (Castanheira & Caetano, 1998). Presumivelmente, os contratos psicológicos são importantes porque é esperado que os indivíduos com contratos relacionais versus contratos transaccionais pensem, sintam e se comportem de forma diferente para com a sua organização. Segundo Rousseau (1995), o indivíduo com um contrato psicológico do tipo transaccionai enfatiza os aspectos económicos da sua relação de emprego, preocupando-se em receber as recompensas financeiras que espera, estando disposto a sair se essas obrigações não se cumprirem. O indivíduo com um contrato do tipo relacional tem, por outro lado, um envolvimento mais pessoal com a sua organização e percepciona de forma mais vincada uma relação de longo prazo. Neste estudo foi abordado, assim, um assunto que se relaciona com a implementação de novas condições contratuais de trabalho e os tipos de contratos psicológicos que daí advêm, na Marinha Portuguesa, numa amostra de 400 indivíduos. O instrumento aplicado neste trabalho foi operacionalizado tendo por base um questionário já existente (Rousseau, 2000) sobre o qual foram conduzidas diversas técnicas estatísticas de onde resultaram um número de factores que se constituíram como novas variáveis. De seguida foi conduzida uma análise de variância multivariada e regressões múltiplas tendo os resultados apontado para a existência de diferenças significativas entre os dois grandes grupos em análise. O tipo de contrato formal estabelecido com a organização revela assumir o papel de preditor de maior magnitude para a grande maioria dos factores que caracterizam o tipo de contrato psicológico estabelecido com a organização, quer na perspectiva da relação de obrigação da organização para com o indivíduo, quer na outra situação considerada no estudo, a relação de obrigação na perspectiva do indivíduo para com a organização. Por fim, atendendo ainda aos resultados obtidos, procurou-se tipificar o contrato psicológico apresentado pelos indivíduos da amostra em estudo consoante o contrato formal que detinham com a organização. Esta tipificação aponta, neste caso e tendo presente o contínuo que caracteriza o contrato psicológico que, os indivíduos com um contrato formal em aberto -quadros permanentes- apresentam características maioritariamente relacionais, enquanto os indivíduos com contratos formal a termo certo - regime de contrato e voluntariado - apresentam, tendencialmente, características de um contrato psicológico mais transaccional. |
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