Adversidade na gravidez: Um estudo comparativo da adaptação de grávidas infectadas pelo VIH e grávidas sem risco médico associado

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Main Author: Pereira, Marco
Publication Date: 2010
Other Authors: Canavarro, Maria Cristina
Format: Article
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.12/1100
Summary: Em Portugal, as mulheres representam cerca de 25% dos indivíduos que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Considerando que a maioria destas mulheres se encontra em idade reprodutiva (aproximadamente 75%), a transição para a maternidade tem assumido uma importância crescente. Numa amostra composta por 47 grávidas infectadas pelo VIH e 51 grávidas sem risco médico associado, a adaptação à gravidez foi avaliada considerando os seguintes indicadores: percepção de stresse, sintomatologia psicopatológica, reactividade emocional e qualidade de vida (QdV). Os resultados deste estudo apontam para a existência de maiores dificuldades de adaptação entre as grávidas seropositivas (particularmente as diagnosticadas durante a gravidez), que reportam, comparativamente às grávidas sem risco médico associado, níveis mais elevados de stresse, sintomatologia psicopatológica e reactividade emocional negativa e menor QdV. Os resultados mostram ainda que a adaptação à gravidez é marcada por uma maior ambivalência entre as mulheres seropositivas. Estes resultados poderão ter importantes implicações clínicas para a intervenção psicológica junto das mulheres infectadas pelo VIH. Torna-se central para os técnicos de saúde mental e de outras áreas médicas conhecer mais sobre as dinâmicas psicológicas quando envolvidas, em simultâneo, duas situações indutoras de stresse: ter um filho e a possibilidade de morte antecipada. ------ ABSTRACT ------ In Portugal, about 25% of people living with Human Immunodeficiency Virus (HIV) are women. Because the majority of HIV-infected women are of reproductive age (about 75%), the issue of transition to motherhood is a matter of greater importance. In a sample of 47 HIV-pregnant women and 51 pregnant women without medical condition, the adaptation to pregnancy was assessed considering the following indicators: perceived stress, psychological symptoms, emotional reactivity, and quality of life. The results of the current study showed that HIV-infected women experienced more difficulties in adaptation to pregnancy. This group reported, comparatively to the pregnant women without associated medical risk, higher stress, more psychopathology, more negative emotional reactivity, and lower quality of life. Globally, the results of this study show a higher ambivalence in the adaptation to pregnancy among HIV-positive women. Among HIV-positive, women diagnosed during the current pregnancy report more adaptation difficulties. These findings may also have clinical implications for the psychological intervention of HIV-infected women. It is important for mental health professionals and other medical fields to know more about women’s psychological dynamics when involved in two very stressful concomitant situations: giving birth and possibility of an anticipated death.
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