Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003 |
Resumo: | Introdução: A cirurgia convencional de revascularização ultra-distal continua a ser pouco utilizada pela maioria dos cirurgiões vasculares. No entanto, os escassos estudos publicados mostram resultados muito favoráveis em termos de sobrevida e salvação de membro. Objetivos: Avaliar os resultados da cirurgia convencional de revascularização ultra-distal em doentes com isquemia crítica grau IV (estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford); analisar os detalhes técnicos e de decisão cirúrgica que influenciam os resultados obtidos. Material e métodos: Estudo retrospetivo, envolvendo todos os doentes admitidos nesta instituição com isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford, submetidos a cirurgia convencional de revascularização ultra-distal. Foi considerado critério de inclusão a cirurgia de bypass às artérias plantares comum, interna ou externa e à artéria pediosa. Foi avaliada a mortalidade, taxa de preservação de membro, sobrevida livre de amputação major e permeabilidade da revascularização, por intermédio de curvas de Kaplan-Meier. Resultados: Entre Abril de 2012 e Março de 2016, 41 doentes (34 homens e 7 mulheres) com uma média de idades de 69.1 anos, foram submetidos a 50 procedimentos de revascularização ultra-distal, 35 dos quais à artéria pediosa, 10 a artérias plantares e 5 a procedimentos de resgate de failing graft. Em 84% das revascularizações (n=42) utilizou-se substituto venoso autólogo, sendo os restantes bypass compostos de PTFE e veia (n=8). O follow-up médio foi de 20.8 meses (2-47 meses). Não registámos qualquer mortalidade aos 30 dias e durante o follow-up a mortalidade global foi 7.3% (n=3). Ocorreram 9 oclusões das revascularizações (2 precoces e 7 tardias) e 5 amputações major. A permeabilidade primária foi de 78% e a permeabilidade primária assistida de 82%. A taxa de preservação de membro foi de 88.9% e, no final do follow-up, a sobrevida livre de amputação foi de 66%. Conclusões: Os resultados demonstram que, em centros especializados e com elevado volume, esta técnica é muito eficaz na salvação de membros em isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford. Estes procedimentos devem ser tomados em consideração na ausência de outros vasos pontáveis ou como resgate, em membros já submetidos a procedimentos de revascularização prévios. |
id |
RCAP_cb4a4daeb204de726d242bbc11f9f94f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S1646-706X2018000200003 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteiraComplicações vasculares diabéticasDiabetes MellitusIsquemia dos membros inferioresProcedimentos cirúrgicos vascularesIntrodução: A cirurgia convencional de revascularização ultra-distal continua a ser pouco utilizada pela maioria dos cirurgiões vasculares. No entanto, os escassos estudos publicados mostram resultados muito favoráveis em termos de sobrevida e salvação de membro. Objetivos: Avaliar os resultados da cirurgia convencional de revascularização ultra-distal em doentes com isquemia crítica grau IV (estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford); analisar os detalhes técnicos e de decisão cirúrgica que influenciam os resultados obtidos. Material e métodos: Estudo retrospetivo, envolvendo todos os doentes admitidos nesta instituição com isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford, submetidos a cirurgia convencional de revascularização ultra-distal. Foi considerado critério de inclusão a cirurgia de bypass às artérias plantares comum, interna ou externa e à artéria pediosa. Foi avaliada a mortalidade, taxa de preservação de membro, sobrevida livre de amputação major e permeabilidade da revascularização, por intermédio de curvas de Kaplan-Meier. Resultados: Entre Abril de 2012 e Março de 2016, 41 doentes (34 homens e 7 mulheres) com uma média de idades de 69.1 anos, foram submetidos a 50 procedimentos de revascularização ultra-distal, 35 dos quais à artéria pediosa, 10 a artérias plantares e 5 a procedimentos de resgate de failing graft. Em 84% das revascularizações (n=42) utilizou-se substituto venoso autólogo, sendo os restantes bypass compostos de PTFE e veia (n=8). O follow-up médio foi de 20.8 meses (2-47 meses). Não registámos qualquer mortalidade aos 30 dias e durante o follow-up a mortalidade global foi 7.3% (n=3). Ocorreram 9 oclusões das revascularizações (2 precoces e 7 tardias) e 5 amputações major. A permeabilidade primária foi de 78% e a permeabilidade primária assistida de 82%. A taxa de preservação de membro foi de 88.9% e, no final do follow-up, a sobrevida livre de amputação foi de 66%. Conclusões: Os resultados demonstram que, em centros especializados e com elevado volume, esta técnica é muito eficaz na salvação de membros em isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford. Estes procedimentos devem ser tomados em consideração na ausência de outros vasos pontáveis ou como resgate, em membros já submetidos a procedimentos de revascularização prévios.Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular2018-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003Angiologia e Cirurgia Vascular v.14 n.2 2018reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003Cabral,GonçaloCosta,Tiago SilvaTiago,José ManuelGimenez,José L.Sá,Diogo Cunha einfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:22:50Zoai:scielo:S1646-706X2018000200003Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T13:10:15.795177Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
title |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
spellingShingle |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira Cabral,Gonçalo Complicações vasculares diabéticas Diabetes Mellitus Isquemia dos membros inferiores Procedimentos cirúrgicos vasculares |
title_short |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
title_full |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
title_fullStr |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
title_full_unstemmed |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
title_sort |
Revascularização convencional ultradistal na isquemia crítica: a última fronteira |
author |
Cabral,Gonçalo |
author_facet |
Cabral,Gonçalo Costa,Tiago Silva Tiago,José Manuel Gimenez,José L. Sá,Diogo Cunha e |
author_role |
author |
author2 |
Costa,Tiago Silva Tiago,José Manuel Gimenez,José L. Sá,Diogo Cunha e |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cabral,Gonçalo Costa,Tiago Silva Tiago,José Manuel Gimenez,José L. Sá,Diogo Cunha e |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Complicações vasculares diabéticas Diabetes Mellitus Isquemia dos membros inferiores Procedimentos cirúrgicos vasculares |
topic |
Complicações vasculares diabéticas Diabetes Mellitus Isquemia dos membros inferiores Procedimentos cirúrgicos vasculares |
description |
Introdução: A cirurgia convencional de revascularização ultra-distal continua a ser pouco utilizada pela maioria dos cirurgiões vasculares. No entanto, os escassos estudos publicados mostram resultados muito favoráveis em termos de sobrevida e salvação de membro. Objetivos: Avaliar os resultados da cirurgia convencional de revascularização ultra-distal em doentes com isquemia crítica grau IV (estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford); analisar os detalhes técnicos e de decisão cirúrgica que influenciam os resultados obtidos. Material e métodos: Estudo retrospetivo, envolvendo todos os doentes admitidos nesta instituição com isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford, submetidos a cirurgia convencional de revascularização ultra-distal. Foi considerado critério de inclusão a cirurgia de bypass às artérias plantares comum, interna ou externa e à artéria pediosa. Foi avaliada a mortalidade, taxa de preservação de membro, sobrevida livre de amputação major e permeabilidade da revascularização, por intermédio de curvas de Kaplan-Meier. Resultados: Entre Abril de 2012 e Março de 2016, 41 doentes (34 homens e 7 mulheres) com uma média de idades de 69.1 anos, foram submetidos a 50 procedimentos de revascularização ultra-distal, 35 dos quais à artéria pediosa, 10 a artérias plantares e 5 a procedimentos de resgate de failing graft. Em 84% das revascularizações (n=42) utilizou-se substituto venoso autólogo, sendo os restantes bypass compostos de PTFE e veia (n=8). O follow-up médio foi de 20.8 meses (2-47 meses). Não registámos qualquer mortalidade aos 30 dias e durante o follow-up a mortalidade global foi 7.3% (n=3). Ocorreram 9 oclusões das revascularizações (2 precoces e 7 tardias) e 5 amputações major. A permeabilidade primária foi de 78% e a permeabilidade primária assistida de 82%. A taxa de preservação de membro foi de 88.9% e, no final do follow-up, a sobrevida livre de amputação foi de 66%. Conclusões: Os resultados demonstram que, em centros especializados e com elevado volume, esta técnica é muito eficaz na salvação de membros em isquemia crítica nos estadios 5 e 6 da classificação de Rutherford. Estes procedimentos devem ser tomados em consideração na ausência de outros vasos pontáveis ou como resgate, em membros já submetidos a procedimentos de revascularização prévios. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-06-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2018000200003 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular |
dc.source.none.fl_str_mv |
Angiologia e Cirurgia Vascular v.14 n.2 2018 reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833593501001973760 |