A abordagem da dor em idade pediátrica. l
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2018 |
Format: | Other |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://web.esenfc.pt/?url=miajhrxM |
Summary: | A dor como sintoma ou doença é uma importante preocupação de crianças e pais pelo que o seu controlo deve ser uma prioridade, que vai para além ética, ao ser uma exigência clínica e até económica. O direito a não sofrer com dor é uma obrigação absoluta que não depende de NADA, muito menos da idade ou habilidade para a comunicar. Apesar dos grandes avanços, muitas crianças continuam a sofrer desnecessariamente com dor e o hiato entre as evidências científicas e a prática dos cuidados no controlo da dor das crianças continua a ser reconhecido. Todavia, temos o conhecimento e os meios técnicos que nos permitem, com segurança, controlar a dor na esmagadora maioria das situações clínicas. Em Portugal o controlo da dor tem sido uma preocupação e são vários os marcos importantes que o comprovam. Muitas publicações técnicas de referencia nos cuidados à criança com dor foram publicadas. A caracterização da situação em Portugal revela que o ensino da dor em Portugal é realizado em todos os cursos superiores de Medicina, Medicina Dentária, Enfermagem e Fisioterapia e na maioria dos cursos de Psicologia e Farmácia, mas fragmentado em disciplinas no âmbito da fisiologia e da farmacologia. Apenas uma instituição (Escola de Enfermagem) tinha UC autónomas (opcionais): Na prática dos cuidados constatou-se que a quase totalidade dos hospitais tem local para registo da dor, mas apenas é feito em 20% dos hospitais e só em 20% destes, em mais de 50% dos serviços. Todavia, 70% têm orientações escritas sobre avaliação da intensidade da dor e mais de 85% dos hospitais públicos e 50% dos hospitais privados tinham sido promovidas ações de formação sobre avaliação da dor. O controlo da dor em idade pediátrica é espelhado num estudo que revela que a história de dor foi registada em 47,8% dos processos clínicos analisados, sendo bem elaborada e realizada nas primeiras 24 horas de internamento. Em oito horas o registo da avaliação da intensidade da dor foi de 36,6%. A escolha da escala de dor foi adequada em 59,3% das situações. Cerca de 79,9% das crianças não manifestou ou tinha uma dor ligeira 12,5%. Houve um bom controlo da dor em 92,5% dos casos analisados. Em cerca de 42,2% dos casos houve registo de intervenções farmacológicas e em 15,8% de intervenções não-farmacológicas. Na prática dos cuidados devemos seguir alguns princípios como: o acreditar no outro; escolher as escalas de forma criteriosa (tipo de dor, contexto clinico e idade) e utilizá-las com rigor metodológico; gerir o cuidado de forma dinâmica e em coerência com a situação clínica e contexto; entre outros. O investimento feito na área da dor pediátrica parece ser uma opção estratégica acertada face aos progressos verificados no controlo da dor. Todavia, há ainda um longo caminho a percorrer.A dor é um fenómeno universal que requer de nós, profissionais de saúde, uma resposta igualmente universal, integradora e em equipa onde o sofrimento seja um resultado inaceitável. |
id |
RCAP_ca9b540e3809edbe4ef93d0acdb331b5 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.esenfc.pt:8263 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
A abordagem da dor em idade pediátrica. ldorcriançaenfermagemcontroloA dor como sintoma ou doença é uma importante preocupação de crianças e pais pelo que o seu controlo deve ser uma prioridade, que vai para além ética, ao ser uma exigência clínica e até económica. O direito a não sofrer com dor é uma obrigação absoluta que não depende de NADA, muito menos da idade ou habilidade para a comunicar. Apesar dos grandes avanços, muitas crianças continuam a sofrer desnecessariamente com dor e o hiato entre as evidências científicas e a prática dos cuidados no controlo da dor das crianças continua a ser reconhecido. Todavia, temos o conhecimento e os meios técnicos que nos permitem, com segurança, controlar a dor na esmagadora maioria das situações clínicas. Em Portugal o controlo da dor tem sido uma preocupação e são vários os marcos importantes que o comprovam. Muitas publicações técnicas de referencia nos cuidados à criança com dor foram publicadas. A caracterização da situação em Portugal revela que o ensino da dor em Portugal é realizado em todos os cursos superiores de Medicina, Medicina Dentária, Enfermagem e Fisioterapia e na maioria dos cursos de Psicologia e Farmácia, mas fragmentado em disciplinas no âmbito da fisiologia e da farmacologia. Apenas uma instituição (Escola de Enfermagem) tinha UC autónomas (opcionais): Na prática dos cuidados constatou-se que a quase totalidade dos hospitais tem local para registo da dor, mas apenas é feito em 20% dos hospitais e só em 20% destes, em mais de 50% dos serviços. Todavia, 70% têm orientações escritas sobre avaliação da intensidade da dor e mais de 85% dos hospitais públicos e 50% dos hospitais privados tinham sido promovidas ações de formação sobre avaliação da dor. O controlo da dor em idade pediátrica é espelhado num estudo que revela que a história de dor foi registada em 47,8% dos processos clínicos analisados, sendo bem elaborada e realizada nas primeiras 24 horas de internamento. Em oito horas o registo da avaliação da intensidade da dor foi de 36,6%. A escolha da escala de dor foi adequada em 59,3% das situações. Cerca de 79,9% das crianças não manifestou ou tinha uma dor ligeira 12,5%. Houve um bom controlo da dor em 92,5% dos casos analisados. Em cerca de 42,2% dos casos houve registo de intervenções farmacológicas e em 15,8% de intervenções não-farmacológicas. Na prática dos cuidados devemos seguir alguns princípios como: o acreditar no outro; escolher as escalas de forma criteriosa (tipo de dor, contexto clinico e idade) e utilizá-las com rigor metodológico; gerir o cuidado de forma dinâmica e em coerência com a situação clínica e contexto; entre outros. O investimento feito na área da dor pediátrica parece ser uma opção estratégica acertada face aos progressos verificados no controlo da dor. Todavia, há ainda um longo caminho a percorrer.A dor é um fenómeno universal que requer de nós, profissionais de saúde, uma resposta igualmente universal, integradora e em equipa onde o sofrimento seja um resultado inaceitável.2018-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttp://web.esenfc.pt/?url=miajhrxMporhttp://web.esenfc.pt/?url=miajhrxMBatalha, Luís Manuel da Cunhainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2019-02-08T00:00:00Zoai:repositorio.esenfc.pt:8263Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T19:10:05.380697Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
title |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
spellingShingle |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l Batalha, Luís Manuel da Cunha dor criança enfermagem controlo |
title_short |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
title_full |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
title_fullStr |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
title_full_unstemmed |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
title_sort |
A abordagem da dor em idade pediátrica. l |
author |
Batalha, Luís Manuel da Cunha |
author_facet |
Batalha, Luís Manuel da Cunha |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Batalha, Luís Manuel da Cunha |
dc.subject.por.fl_str_mv |
dor criança enfermagem controlo |
topic |
dor criança enfermagem controlo |
description |
A dor como sintoma ou doença é uma importante preocupação de crianças e pais pelo que o seu controlo deve ser uma prioridade, que vai para além ética, ao ser uma exigência clínica e até económica. O direito a não sofrer com dor é uma obrigação absoluta que não depende de NADA, muito menos da idade ou habilidade para a comunicar. Apesar dos grandes avanços, muitas crianças continuam a sofrer desnecessariamente com dor e o hiato entre as evidências científicas e a prática dos cuidados no controlo da dor das crianças continua a ser reconhecido. Todavia, temos o conhecimento e os meios técnicos que nos permitem, com segurança, controlar a dor na esmagadora maioria das situações clínicas. Em Portugal o controlo da dor tem sido uma preocupação e são vários os marcos importantes que o comprovam. Muitas publicações técnicas de referencia nos cuidados à criança com dor foram publicadas. A caracterização da situação em Portugal revela que o ensino da dor em Portugal é realizado em todos os cursos superiores de Medicina, Medicina Dentária, Enfermagem e Fisioterapia e na maioria dos cursos de Psicologia e Farmácia, mas fragmentado em disciplinas no âmbito da fisiologia e da farmacologia. Apenas uma instituição (Escola de Enfermagem) tinha UC autónomas (opcionais): Na prática dos cuidados constatou-se que a quase totalidade dos hospitais tem local para registo da dor, mas apenas é feito em 20% dos hospitais e só em 20% destes, em mais de 50% dos serviços. Todavia, 70% têm orientações escritas sobre avaliação da intensidade da dor e mais de 85% dos hospitais públicos e 50% dos hospitais privados tinham sido promovidas ações de formação sobre avaliação da dor. O controlo da dor em idade pediátrica é espelhado num estudo que revela que a história de dor foi registada em 47,8% dos processos clínicos analisados, sendo bem elaborada e realizada nas primeiras 24 horas de internamento. Em oito horas o registo da avaliação da intensidade da dor foi de 36,6%. A escolha da escala de dor foi adequada em 59,3% das situações. Cerca de 79,9% das crianças não manifestou ou tinha uma dor ligeira 12,5%. Houve um bom controlo da dor em 92,5% dos casos analisados. Em cerca de 42,2% dos casos houve registo de intervenções farmacológicas e em 15,8% de intervenções não-farmacológicas. Na prática dos cuidados devemos seguir alguns princípios como: o acreditar no outro; escolher as escalas de forma criteriosa (tipo de dor, contexto clinico e idade) e utilizá-las com rigor metodológico; gerir o cuidado de forma dinâmica e em coerência com a situação clínica e contexto; entre outros. O investimento feito na área da dor pediátrica parece ser uma opção estratégica acertada face aos progressos verificados no controlo da dor. Todavia, há ainda um longo caminho a percorrer.A dor é um fenómeno universal que requer de nós, profissionais de saúde, uma resposta igualmente universal, integradora e em equipa onde o sofrimento seja um resultado inaceitável. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-11-23 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/other |
format |
other |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://web.esenfc.pt/?url=miajhrxM |
url |
http://web.esenfc.pt/?url=miajhrxM |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://web.esenfc.pt/?url=miajhrxM |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833597917333553152 |