Estudos sobre fenologia da videira
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| Publication Date: | 1982 |
| Language: | por |
| Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| Download full: | http://hdl.handle.net/10174/12317 |
Summary: | "Sem resumo feito pelo autor" - A videira é uma espécie bem adaptada às condições mediterrânicas e os seus ritmos de desenvolvimento se exprimem numa regular alternância de períodos com e sem crescimento. Durante o período de vegetação activa, que no Hemisfério Norte tem início geralmente entre Março e Abril, a planta realiza novos crescimentos e manifesta a sua fertilidade pelo aperfeiçoamento dos órgãos de reprodução, a fim de confirmar a perpectuação da espécie. A fase dos crescimentos anuais, que em poucos meses se concretizam, significa acima de tudo a formação de estruturas permanentes que possibilitam à planta renovação periódica. São constituídos novos órgãos que crescem, ao mesmo tempo que se armazenam os princípios elaborados que servirão de reservas para consumir no futuro abrolhamento e garantir o atempamento. Após o completo atempamento das varas do ano e a constituição de escamas protectoras dos gomos a planta entra em dormência, podendo então dizer-se que se completou o ciclo anual. Esta alternância de períodos com ou sem crescimento, mais nítido numas plantas que noutras, é própria das espécies perenes e pode considerar-se uma adaptação hereditária às condições do meio, nomeadamente à sucessão regular dos dias e das noites, às estações frias, quentes e intermédias do ano e aos períodos de secura ou de chuva. Os períodos de dormência na videira são variáveis com a latitude do lugar. Todavia, a possibilidade da sua cultura nas regiões tropicais, de que a União Indiana é exemplo notável, demonstra que os ritmos de vegetação activa e de repouso se pó dem suceder sem baixas temperaturas. Nestas regiões, acrescente-se, o período de repouso é mais curto e muitas vezes é imposto pela poda curta, logo a seguir à colheita. Uma rápida visão da cultura nos países onde ela é praticada esclarece-nos que os períodos de dormência vão aumentando à medida que se sobe em latitude: da ordem de 2 meses nas costas baixas do Perú, de 3 meses na Ilha da Madeira, de 4 meses na África Setentrional, de 4 meses e meio nas regiões mediterrãnicas da Europa e de 5 meses e meio nas latitudes mais setentrionais onde se faz a cultura da videira. De um modo geral ele prolonga-se de Outubro- Novembro a Abril- Maio, no Hemisfério Norte e de Abril- Maio a Setembro- Outubro, no Hemisfério Sul. Os estudos de fenologia e sua importância. 0 presente estudo tem em vista trazer um contributo ao conhecimento da sequência dos fenómenos que integram o ciclo vegetativo anual da videira. Estes fenómenos ou fases vegetativas constituem o objectivo da Fonologia, cuja definição que se contém no clássico Dicionário Hortícola de L.BAILLEY é "fenologia é a ciência do fenómeno. É o estudo das relações entre o clima de cada lugar e os períodos anuais das plantas e animais". É que as várias fases do desenvolvimento anual de uma planta são o reflexo das condições climáticas em que ela vegeta. Na definição de FONT QUER (1968), cit. por M. FROMETA et alli.(1979) a"fenologia compreende o estudo dos fenómenos biológicos, acomodados a certos ritmos periódicos, como o abrolhamento, a floração, a maturação dos frutos, etc." Duas questões se põem então: por um lado é preciso conhecer e caracterizar bem cada fenómeno vegetativo; por outro lado, é preciso investigar, para cada região, as respectivas datas de inicio e fim, registando-se em seguida pela ordem cronológica do seu acontecimento. |
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