Carta ao Editor a Propósito da Carta ao Editor “Polifarmácia e Utilização de Medicação Potencialmente Inapropriada no Idoso com Idade Igual ou Superior a 75 Anos: O Caso de uma Unidade de Saúde Familiar”

Bibliographic Details
Main Author: Simões, Pedro Augusto Gomes Rodrigues Marques
Publication Date: 2020
Other Authors: Santiago, Luiz Miguel de Mendonça Soares, Simões, José Augusto Rodrigues
Format: Article
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.6/10528
Summary: Caro Editor, Lemos com interesse a carta ao editor acerca da polifarmácia e utilização de medicação potencialmente inapropriada (MPI) no idoso com idade igual ou superior a 75 anos.Num estudo similar, desenvolvido no âmbito dos Cuidados de Saúde Primários a nível nacional e com uma amostra representativa de 757 idosos com idade igual ou superior a 65 anos de acordo com a distribuição a nível nacional da população idosa, verificámos uma prevalência de polifarmácia de 77% (sobe para 82,6% quando consideramos a faixa etária ≥ 75 anos) e uma média de 8,2 medicamentos (8,7 medicamentos se ≥ 75 anos). A prevalência de pelo menos uma MPI foi de 68,6% (sobe para 72,1% se considerarmos apenas ≥ 75 anos), e os MPI mais prevalentes foram os inibidores da bomba de protões (presentes em 45,6% da nossa amostra), anti-inflamatórios não esteroides (em 34,5%) e benzodia-zepinas (em 27,3%). As diferenças encontradas dever-se-ão, provavelmente, às caraterísticas específicas da população estudada, bem como aos métodos de recolha de dados, informações que não ficam claras numa exposição tão curta como a feita em formato de carta ao editor. No nosso estudo verificámos que a probabilidade de um idoso estar sujeito a polifarmácia au-menta com a idade, número de doenças crónicas e o número de prescritores; enquanto que a probabilidade de um idoso estar sujeito a medicação potencialmente inapropriada aumenta com o ser mulher, número de doenças crónicas, número de medicamentos e número de prescritores. Concordamos e sublinhamos a importância dada à necessidade de ser revista periodicamente a medicação dos nos-sos utentes, principalmente dos mais idosos que têm maior probabilidade de sofrer eventos adversos aos medicamentos. Salientamos a necessidade de prescrição criteriosa dos medicamentos, com a utilização de ferramentas de apoio, sendo os critérios de Beers um bom exemplo de tal. Mas o uso de critérios implícitos que envolvam o nosso juízo clínico, de que os exemplos mais conhecidos são o Medication Appropriateness Index e o algoritmo de Garfinkel, devem ser referidos para utilização criteriosa. Uma vez que em muitos casos a medicação prescrita é apenas a ponta do iceberg do que os utentes tomam, devendo também considerar-se a toma de medicação de venda livre e de suplementos, cuja prevalência de consumo tem vindo a aumentar, mais importante ainda se torna este tema que deve ser baseado no conhecimento a adquirir ao nível pré--graduado e modelado pelas ferramentas acima referidas como auxiliares da melhor prática.
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