Desafios performativos da composição multimédia para saxofone: estudos de caso na música de Ted Moore e Mark Oliveiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Jorge
Data de Publicação: 2023
Idioma: por
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/40643
Resumo: O mundo atual é digital e rodeia-nos de forma omnipresente. Procurar uma distinção entre o que é digital e o que não é torna-se uma tarefa difícil, cujo resultado se prevê “desfocado” (Berry, 2014). É nesta realidade imersiva na tecnologia digital que surge o termo pós-digital. Primeiramente referido por Cascone, pós-digital evoluiu, desde um momento de desencantamento pelo digital e do aproveitamento das falhas da tecnologia (Cascone, 2000), como material para a criação artística em direção a uma estética que contempla a crítica e o alerta para a cultura digital que nos rodeia. Pós-digital, enquanto “agente catalisador” da criação musical contemporânea, está presente na música para saxofone. A triangulação instrumentista – saxofone – tecnologia fascina vários compositores contemporâneos. Porém, para o performer, as especificidades da composição multimédia pós-digital, bem como os processos de desenvolvimento da mesma, carecem de documentação. São necessárias novas reflexões e discussões acerca das implicações da performance de obras compostas para instrumentista, instrumento e multimédia (Zoulek, 2019). O objetivo principal deste trabalho é identificar os principais desafios performativos em duas obras para saxofone em interação com meios eletrónicos, num enquadramento estético pós-digital: Saccades (2022), Ted Moore; Black(midi)matter (2018), Mark Oliveiro. Cada uma das obras constitui-se como caso de estudo, sendo a abordagem metodológica homónima aqui empregada. Black(midi)matter, de Mark Oliveiro, é uma composição eletroacústica que inclui saxofone, vídeo reativo e áudio digital. Nesta peça é utilizada eletrónica fixa e live electronics, tal como elementos visuais reativos, funcionando o glitch como efeito manipulador da parte visual da obra. Da interação entre intérprete, música e tecnologia emergem novos desafios performativos. O facto de ter de lidar com (novos) componentes tecnológicos, mesclados com a componente musical, cria uma necessidade de mudanças na preparação e comportamento do performer saxofonista. Para além disso, para o performer, a performance desta música, por meio da interação live, acrescenta, à responsabilidade artística momentânea, a necessidade de considerar uma noção de causalidade. Portanto, a permeabilidade da tecnologia na vida quotidiana traz desafios técnicos e estéticos para a arte, e para a música em particular; a estética pós-digital atua sobre essa hibridização de domínios, solicitando reflexão da nossa parte.
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