Mulheres em devir. Um olhar cartográfico sobre a desterritorialização em "África Minha" e "Sob o Sol da Toscana"

• Main Author: Silveira, Alice Margarida
• Publication Date: 2019
• Format: Master thesis
• Language: por
• Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Download full: http://hdl.handle.net/10362/67981
• topic: Género; Mulheres; Cartografia; Devir; Desterritorialização; Consciência nómada; Gender; Becoming; Nomadic Consciousness; Deterritorialization; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais

Podem os lugares e o nosso estar neles revelar potências ainda em nós ocultas, transformando-nos? Partimos do princípio de que, quando novos territórios geográficos são percorridos, há uma espécie de janela que se abre para também explorarmos novos territórios internos. Compreender o modo como esse processo se vai tecendo, as linhas formadas nesse percurso, que também é de autorrecriação, foi o que motivou este estudo. Foram escolhidos dois filmes para aprofundar e ampliar o olhar acerca do tema, Sob o Sol da Toscana e África Minha. Temos diante de nós duas mulheres, Frances e Karen, que nos contam as suas histórias ao longo dos filmes. São trajetórias de reinvenção e saída da zona de conforto, num movimento de desterritorialização geográfica e subjetiva, profundo e libertador. Assim, este trabalho tem como objeto os reflexos da desterritorialização na subjetividade e nas performances de género. Foi realizado um percurso metodológico de inspiração cartográfica, cujos objetivos foram: demonstrar, a partir das experiências e encontros das protagonistas, como a mudança de território desencadeia e propulsiona novas figurações de subjetividade; caracterizar o que se entende por consciência nómada e como se expressa nas vivências das protagonistas; identificar os impactos da desterritorialização nas suas trajetórias como mulheres, considerando os reflexos nas performances de género. Mulheres em Devir constitui uma reflexão sobre os processos de desterritorialização como alavancas para gerar formas de enfrentamento e superação do paradigma normalizador de identidades fixas, de representações estereotipadas e hierarquizadas de género. A dinâmica das movimentações permite encontros, cujas intensidades transbordam as fronteiras e possibilitam a emergência de novas perceções e respostas para a realidade complexa e diversa que vivemos.