A infância que espera: do acolhimento à construção dos projectos de vida

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Main Author: Monteiro, Juliana
Publication Date: 2014
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.26/8718
Summary: O presente estudo pretende analisar que projectos de vida foram definidos num Centro de Acolhimento Temporário, bem como o sucesso/insucesso das intervenções sofridas pelas famílias antes e depois da institucionalização. Para o efeito, procedemos a análise dos respectivos processos de promoção e de protecção dos menores que até à data da investigação se encontravam em contexto institucional. Contemplamos neste estudo os menores que passaram pelo acolhimento institucional no ano 2010/2011, percorrendo os diferentes serviços sociais onde se encontravam os diferentes processos. Assim, a amostra traduz-se num total de trinta e três menores, vinte encontravam-se em acolhimento institucional e treze já não se encontravam na instituição tendo em conta que viram os seus projectos de vida concretizados. A recolha desta informação obedeceu a um guião – inquérito que permitiu a recolha de informação necessária e importante que permitisse uma análise estatística. Este guião permitiu organizar a informação recolhida para posteriormente ser introduzida e analisada no programa de estatística, SPSS. Os resultados sugerem que uma das situações que prolonga o acolhimento institucional é efectivamente o processo de intervenção que as instituições desempenham com as famílias para que a reunificação familiar se concretize. Mas os resultados também revelam que não existe uma clara aposta na prevenção das situações que desencadeiam a institucionalização, tendo em conta a percentagem de intervenções que falharam. O acompanhamento feito às famílias antes da institucionalização, revela alguma falta de investimento, senão mesmo de respeito, pelo aquilo que são os direitos das crianças que passa pelo seu direito ao desenvolvimento no seio da família. Através dos resultados obtidos, observa-se, ainda, que nos casos em que a reunificação familiar se concretizou, nem todos são de sucesso, sendo que para esses casos começa-se a idealizar uma nova institucionalização. Ora, se não apostamos claramente neste trabalho de intervenção com afinco estaremos certamente a negar-lhe o direito a ter uma família e certamente a forjar o seu futuro. Sabendo, ainda, que a definição dos projectos de vida exige uma avaliação cuidada, eficaz e rápida, pois o prolongamento do acolhimento, ou as sucessivas institucionalizações em pouco ou nada salvaguardam a promoção dos direitos da criança, nomeadamente ao direito a uma família. O prolongamento do acolhimento e as sucessivas institucionalizações privam a criança de crescer na família e podem comprometer o futuro com uma nova família. Assim, a decisão de institucionalização deve, então, ser o finalizar de um percurso complexo vivenciado pelas famílias e pelas crianças e não o início duma narrativa linear e assistencialista
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