Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico

Bibliographic Details
Main Author: Pereira, Alexandra Isabel Romão
Publication Date: 2014
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.1/7027
Summary: O presente trabalho tem como objetivo principal estudar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Cabeço da Amoreira, em Muge, tentando perceber as estratégias de subsistência, reconhecendo as adaptações às condições vigentes; conhecer a dieta alimentar destas comunidades; conhecer as espécies que existiam na região; identificar as técnicas de caça dos animais e/ou processamento das carcaças; identificar o impacto da exploração e pressão humana na fauna local; e obter novos dados sobre as comunidades que passaram e/ou fixaram no local. Para tal, procedeu-se ao estudo zooarqueológico dos restos dos médios e grandes mamíferos terrestres do concheiro em questão. O conjunto faunístico provém da camada 1 e 2 da área central do concheiro e foi possível identificar uma boa diversidade de espécies de artiodáctilos, carnívoros, perissodáctilos e um roedor de médio porte. O veado foi a espécie mais caçada pelas comunidades do concheiro do Cabeço da Amoreira, que além desta caçava também o javali, corço e auroque. As marcas de corte, fraturas e vestígios do fogo demonstram a clara manipulação das carcaças ao longo do tempo. As alterações climáticas ocorridas no planeta, na passagem do Plistocénico para o Holocénico, desencadearam modificações profundas nos padrões de adaptação das comunidades humanas. O tipo de alimentação diversifica e as espécies adaptadas ao clima temperado passam a ser mais consumidas, como é o caso do veado. Esta espécie era explorada ao máximo, desde a carne, medula óssea, hastes e possivelmente a sua pele, tudo era aproveitado e consumido (ainda que para fins diferentes). A coleção foi bastante afetada por diferentes processos tafonómicos. As marcas de corte, fraturas intencionais, o elevado grau de fragmentação e o grande número de fragmentos com claros vestígios de fogo, revelam que a pressão humana ocorreu neste local durante um longo período de tempo. Os carnívoros têm um papel ativo no seio destas comunidades, tendo sido identificados diversos vestígios de proximidade com os humanos. Com este estudo foi possível identificar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Vale do Tejo, no que respeita ao consumo e manipulação das carcaças dos médios e grandes mamíferos terrestes.
id RCAP_bf5ca1b8590f767f4fce15feac76104e
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/7027
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógicoArqueologiaMesolíticoConcheirosZooarqueologiaRestos arqueológicosFaunaMamíferosTafonomiaO presente trabalho tem como objetivo principal estudar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Cabeço da Amoreira, em Muge, tentando perceber as estratégias de subsistência, reconhecendo as adaptações às condições vigentes; conhecer a dieta alimentar destas comunidades; conhecer as espécies que existiam na região; identificar as técnicas de caça dos animais e/ou processamento das carcaças; identificar o impacto da exploração e pressão humana na fauna local; e obter novos dados sobre as comunidades que passaram e/ou fixaram no local. Para tal, procedeu-se ao estudo zooarqueológico dos restos dos médios e grandes mamíferos terrestres do concheiro em questão. O conjunto faunístico provém da camada 1 e 2 da área central do concheiro e foi possível identificar uma boa diversidade de espécies de artiodáctilos, carnívoros, perissodáctilos e um roedor de médio porte. O veado foi a espécie mais caçada pelas comunidades do concheiro do Cabeço da Amoreira, que além desta caçava também o javali, corço e auroque. As marcas de corte, fraturas e vestígios do fogo demonstram a clara manipulação das carcaças ao longo do tempo. As alterações climáticas ocorridas no planeta, na passagem do Plistocénico para o Holocénico, desencadearam modificações profundas nos padrões de adaptação das comunidades humanas. O tipo de alimentação diversifica e as espécies adaptadas ao clima temperado passam a ser mais consumidas, como é o caso do veado. Esta espécie era explorada ao máximo, desde a carne, medula óssea, hastes e possivelmente a sua pele, tudo era aproveitado e consumido (ainda que para fins diferentes). A coleção foi bastante afetada por diferentes processos tafonómicos. As marcas de corte, fraturas intencionais, o elevado grau de fragmentação e o grande número de fragmentos com claros vestígios de fogo, revelam que a pressão humana ocorreu neste local durante um longo período de tempo. Os carnívoros têm um papel ativo no seio destas comunidades, tendo sido identificados diversos vestígios de proximidade com os humanos. Com este estudo foi possível identificar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Vale do Tejo, no que respeita ao consumo e manipulação das carcaças dos médios e grandes mamíferos terrestes.Bicho, Nuno Gonçalo Viana Pereira FerreiraSapientiaPereira, Alexandra Isabel Romão2015-11-10T18:15:47Z201420142014-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/7027porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-02-18T17:30:25Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/7027Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T20:24:40.484548Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
title Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
spellingShingle Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
Pereira, Alexandra Isabel Romão
Arqueologia
Mesolítico
Concheiros
Zooarqueologia
Restos arqueológicos
Fauna
Mamíferos
Tafonomia
title_short Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
title_full Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
title_fullStr Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
title_full_unstemmed Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
title_sort Reconstrução paleoeconómica do concheiro mesolítico do Cabeço da Amoreira, Muge: estudo mamalógico
author Pereira, Alexandra Isabel Romão
author_facet Pereira, Alexandra Isabel Romão
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Bicho, Nuno Gonçalo Viana Pereira Ferreira
Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Pereira, Alexandra Isabel Romão
dc.subject.por.fl_str_mv Arqueologia
Mesolítico
Concheiros
Zooarqueologia
Restos arqueológicos
Fauna
Mamíferos
Tafonomia
topic Arqueologia
Mesolítico
Concheiros
Zooarqueologia
Restos arqueológicos
Fauna
Mamíferos
Tafonomia
description O presente trabalho tem como objetivo principal estudar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Cabeço da Amoreira, em Muge, tentando perceber as estratégias de subsistência, reconhecendo as adaptações às condições vigentes; conhecer a dieta alimentar destas comunidades; conhecer as espécies que existiam na região; identificar as técnicas de caça dos animais e/ou processamento das carcaças; identificar o impacto da exploração e pressão humana na fauna local; e obter novos dados sobre as comunidades que passaram e/ou fixaram no local. Para tal, procedeu-se ao estudo zooarqueológico dos restos dos médios e grandes mamíferos terrestres do concheiro em questão. O conjunto faunístico provém da camada 1 e 2 da área central do concheiro e foi possível identificar uma boa diversidade de espécies de artiodáctilos, carnívoros, perissodáctilos e um roedor de médio porte. O veado foi a espécie mais caçada pelas comunidades do concheiro do Cabeço da Amoreira, que além desta caçava também o javali, corço e auroque. As marcas de corte, fraturas e vestígios do fogo demonstram a clara manipulação das carcaças ao longo do tempo. As alterações climáticas ocorridas no planeta, na passagem do Plistocénico para o Holocénico, desencadearam modificações profundas nos padrões de adaptação das comunidades humanas. O tipo de alimentação diversifica e as espécies adaptadas ao clima temperado passam a ser mais consumidas, como é o caso do veado. Esta espécie era explorada ao máximo, desde a carne, medula óssea, hastes e possivelmente a sua pele, tudo era aproveitado e consumido (ainda que para fins diferentes). A coleção foi bastante afetada por diferentes processos tafonómicos. As marcas de corte, fraturas intencionais, o elevado grau de fragmentação e o grande número de fragmentos com claros vestígios de fogo, revelam que a pressão humana ocorreu neste local durante um longo período de tempo. Os carnívoros têm um papel ativo no seio destas comunidades, tendo sido identificados diversos vestígios de proximidade com os humanos. Com este estudo foi possível identificar padrões comportamentais das comunidades mesolíticas do Vale do Tejo, no que respeita ao consumo e manipulação das carcaças dos médios e grandes mamíferos terrestes.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014
2014
2014-01-01T00:00:00Z
2015-11-10T18:15:47Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/7027
url http://hdl.handle.net/10400.1/7027
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833598645740503040