A tematização e as representações da homossexualidade na telenovela portuguesa

• Autor(a) principal: Silva, Carolina Ferreira da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/40542
• topic: Televisão; Telenovela; Tematização; Representações; Homossexualidade; Television; Thematization; Representations; Homosexuality

O ano de 2010 é marcado pela aprovação, em Assembleia da República, do acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Este foi ainda um momento-chave não só no que diz respeito à luta dos direitos LGBTQIA+ como também de viragem na forma em como os argumentistas começaram a tratar e a incluir a temática da homossexualidade nos seus guiões e, principalmente, a forma como esta viria a ser representada no grande ecrã. Procura-se, assim, no presente estudo responder à questão de investigação: “De que forma é que a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal veio interferir nas representações na telenovela portuguesa?”. A pertinência desta investigação está relacionada com o facto de ser ainda um tema pouco explorado no caso português uma vez que é considerado tabu. De forma a contextualizar-se a importância deste processo de mudança no âmbito da produção de telenovelas, a presente revisão de literatura comtempla três grandes áreas que servem de alicerce para a temática deste estudo: a ficção televisiva e a telenovela; a tematização e as representações na telenovela e a homossexualidade na sociedade portuguesa: valores e representações. No que concerne à metodologia, esta é realizada em termos qualitativos, alicerçada em entrevistas a guionistas e atores e incluindo ainda uma análise categorial das duas telenovelas em estudo: “Ninguém Como Tu” e “O Beijo do Escorpião”. A análise das telenovelas e das entrevistas realizadas permite concluir que a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo veio permitir que os argumentistas pudessem tratar a temática com maior liberdade e naturalidade e assim legitimar a inclusão de cenas cada vez mais próximas da realidade.