Estudo do desperdício alimentar : otimização de uma plataforma digital para mitigação do desperdício alimentar numa unidade hospitalar
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Publication Date: | 2024 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/4180 |
Summary: | Atualmente desperdiçam-se cerca de um terço dos alimentos produzidos globalmente, tornando assim, o desperdício alimentar um problema urgente a nível mundial com sérias implicações económicas, ambientais e sociais. Em unidades hospitalares, a gestão eficiente dos alimentos é crucial não só para a sustentabilidade, mas também para garantir uma nutrição adequada aos seus pacientes. Este trabalho surgiu através da empresa ITAU, numa das suas unidades hospitalares, no âmbito do projeto BIOMA, o qual visa avaliar a sustentabilidade na cadeia de abastecimento agroalimentar, com o objetivo específico de monitorizar e reduzir o combate ao desperdício alimentar, através de soluções inovadoras numa das suas unidades hospitalares. Assim sendo este trabalho, teve como objetivo a avaliação do desperdício alimentar em ambiente hospitalar através do programa FlowTech, utilizado para monitorização e otimização do desperdício alimentar. Foi monitorizado o desperdício alimentar numa unidade de restauração coletiva em contexto hospitalar, através da pesagem direta dos produtos alimentares desperdícios em todas as refeições produzidas durante uma semana. Pelo facto de existirem diversas refeições neste estudo, no caso das refeições principais, foram separadas em grupos conforme a textura dos pratos principais servidos, textura normal, mole e cremosa. Quanto às sopas servidas nestas refeições, dividiram-se em sopas com adição de fonte proteica e sem adição de fonte proteica. No caso das sobremesas, não houve qualquer separação. Quanto às refeições intermédias, foi avaliado o desperdício das bebidas de leite, infusão de cevada, mistura destas duas, chá e papas nutricionais. Quanto ao refeitório apenas se avaliou o desperdício das refeições principais, divididas em sopa, prato de carne, prato de peixe e prato vegetariano. Os resultados indicaram que cerca de 40% dos alimentos preparados no hospital são desperdiçados. No internamento, o desperdício médio é de 39,7%, enquanto no refeitório é de 23%, valores que estão em concordância com a literatura existente e com dados históricos da instituição. Quanto às refeições principais do internamento, o almoço apresentou um desperdício de aproximadamente 32%, com variações entre 27% e 35% em diferentes dias de medição. Os componentes das dietas com maior desperdício foram a sopa (43%) e o prato de textura mole (56%), sendo este último o mais desperdiçado, tanto no almoço como no jantar. No jantar, o desperdício foi superior, alcançando 41%, com variações entre 36% e 45%. Novamente, o prato de textura mole foi o mais desperdiçado, com 73% de desperdício, seguido pelos pratos de textura normal (25%) e cremosa (18%). Em ambas as refeições, a sobremesa foi a menos desperdiçada, com 13% e 20% para o almoço e jantar, respetivamente. Os dados recolhidos mensalmente pela ITAU no ano de 2022, revelaram que o almoço é a refeição com maior desperdício, 27% de restos alimentares, comparativamente ao jantar, 20%. Conclusão diferente da atingida com o presente estudo. Quanto à etapa de preparação, observou-se um desperdício de cerca de 14% dos produtos, em que 70% dos mesmos pertencem aos hortícolas e os restantes 30% às frutas. Quanto às refeições intermédias, no pequeno-almoço, o desperdício foi de 37%, no lanche, o desperdício foi de 42%, e na ceia, a refeição intermédia com maior desperdício, chegou a 60%. Em todas estas refeições a cevada foi o produto mais desperdiçado, com 67%, 68% e 72%, respetivamente, devido maioritariamente à produção excessiva da mesma. Já no refeitório, assim como no internamento, o jantar é a refeição mais desperdiçada (54%) quando comparada com o almoço (18%). No almoço o produto mais desperdiçado foi a sopa, com 20% do que foi produzido sendo descartado, maioritariamente sob a forma de sobras (12%), assim como no jantar, onde a sopa sobrou em maior quantidade (65%) comparativamente aos restantes componentes. A implementação do programa FlowTech mostrou-se eficaz na organização e armazenamento dos dados em tempo real, embora necessite ainda de alguns ajustes e aprimoramento, de forma a tornar esta solução de monitorização autónoma. É assim possível através desta implementação, monitorizar a adoção de novos métodos no combate ao desperdício alimentar ou para monitorizar as quantidades produzidas necessárias diretamente, conforme o número de pacientes. A redução do desperdício alimentar em unidades hospitalares exige uma abordagem multifacetada que considere a qualidade dos alimentos, as preferências dos pacientes e as práticas de preparação. A adoção de ferramentas tecnológicas, como o programa FlowTech, é um passo significativo na melhoria da monitorização e na redução do desperdício alimentar. Esta monitorização permite aos utilizadores ter noção das quantidades desperdiçadas, avaliar o impacto de medidas no desperdício alimentar ou mesmo avaliação de custos do desperdício. Este estudo sugere que a implementação de sistemas de controlo em tempo real podem promover a sustentabilidade nos serviços alimentares hospitalares, contribuindo para a redução dos impactos económicos e ambientais associados ao desperdício alimentar. |
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Estudo do desperdício alimentar : otimização de uma plataforma digital para mitigação do desperdício alimentar numa unidade hospitalarDesperdício alimentarUnidades hospitalaresRestos alimentaresFood wasteHospital unitsLeftoversAtualmente desperdiçam-se cerca de um terço dos alimentos produzidos globalmente, tornando assim, o desperdício alimentar um problema urgente a nível mundial com sérias implicações económicas, ambientais e sociais. Em unidades hospitalares, a gestão eficiente dos alimentos é crucial não só para a sustentabilidade, mas também para garantir uma nutrição adequada aos seus pacientes. Este trabalho surgiu através da empresa ITAU, numa das suas unidades hospitalares, no âmbito do projeto BIOMA, o qual visa avaliar a sustentabilidade na cadeia de abastecimento agroalimentar, com o objetivo específico de monitorizar e reduzir o combate ao desperdício alimentar, através de soluções inovadoras numa das suas unidades hospitalares. Assim sendo este trabalho, teve como objetivo a avaliação do desperdício alimentar em ambiente hospitalar através do programa FlowTech, utilizado para monitorização e otimização do desperdício alimentar. Foi monitorizado o desperdício alimentar numa unidade de restauração coletiva em contexto hospitalar, através da pesagem direta dos produtos alimentares desperdícios em todas as refeições produzidas durante uma semana. Pelo facto de existirem diversas refeições neste estudo, no caso das refeições principais, foram separadas em grupos conforme a textura dos pratos principais servidos, textura normal, mole e cremosa. Quanto às sopas servidas nestas refeições, dividiram-se em sopas com adição de fonte proteica e sem adição de fonte proteica. No caso das sobremesas, não houve qualquer separação. Quanto às refeições intermédias, foi avaliado o desperdício das bebidas de leite, infusão de cevada, mistura destas duas, chá e papas nutricionais. Quanto ao refeitório apenas se avaliou o desperdício das refeições principais, divididas em sopa, prato de carne, prato de peixe e prato vegetariano. Os resultados indicaram que cerca de 40% dos alimentos preparados no hospital são desperdiçados. No internamento, o desperdício médio é de 39,7%, enquanto no refeitório é de 23%, valores que estão em concordância com a literatura existente e com dados históricos da instituição. Quanto às refeições principais do internamento, o almoço apresentou um desperdício de aproximadamente 32%, com variações entre 27% e 35% em diferentes dias de medição. Os componentes das dietas com maior desperdício foram a sopa (43%) e o prato de textura mole (56%), sendo este último o mais desperdiçado, tanto no almoço como no jantar. No jantar, o desperdício foi superior, alcançando 41%, com variações entre 36% e 45%. Novamente, o prato de textura mole foi o mais desperdiçado, com 73% de desperdício, seguido pelos pratos de textura normal (25%) e cremosa (18%). Em ambas as refeições, a sobremesa foi a menos desperdiçada, com 13% e 20% para o almoço e jantar, respetivamente. Os dados recolhidos mensalmente pela ITAU no ano de 2022, revelaram que o almoço é a refeição com maior desperdício, 27% de restos alimentares, comparativamente ao jantar, 20%. Conclusão diferente da atingida com o presente estudo. Quanto à etapa de preparação, observou-se um desperdício de cerca de 14% dos produtos, em que 70% dos mesmos pertencem aos hortícolas e os restantes 30% às frutas. Quanto às refeições intermédias, no pequeno-almoço, o desperdício foi de 37%, no lanche, o desperdício foi de 42%, e na ceia, a refeição intermédia com maior desperdício, chegou a 60%. Em todas estas refeições a cevada foi o produto mais desperdiçado, com 67%, 68% e 72%, respetivamente, devido maioritariamente à produção excessiva da mesma. Já no refeitório, assim como no internamento, o jantar é a refeição mais desperdiçada (54%) quando comparada com o almoço (18%). No almoço o produto mais desperdiçado foi a sopa, com 20% do que foi produzido sendo descartado, maioritariamente sob a forma de sobras (12%), assim como no jantar, onde a sopa sobrou em maior quantidade (65%) comparativamente aos restantes componentes. A implementação do programa FlowTech mostrou-se eficaz na organização e armazenamento dos dados em tempo real, embora necessite ainda de alguns ajustes e aprimoramento, de forma a tornar esta solução de monitorização autónoma. É assim possível através desta implementação, monitorizar a adoção de novos métodos no combate ao desperdício alimentar ou para monitorizar as quantidades produzidas necessárias diretamente, conforme o número de pacientes. A redução do desperdício alimentar em unidades hospitalares exige uma abordagem multifacetada que considere a qualidade dos alimentos, as preferências dos pacientes e as práticas de preparação. A adoção de ferramentas tecnológicas, como o programa FlowTech, é um passo significativo na melhoria da monitorização e na redução do desperdício alimentar. Esta monitorização permite aos utilizadores ter noção das quantidades desperdiçadas, avaliar o impacto de medidas no desperdício alimentar ou mesmo avaliação de custos do desperdício. Este estudo sugere que a implementação de sistemas de controlo em tempo real podem promover a sustentabilidade nos serviços alimentares hospitalares, contribuindo para a redução dos impactos económicos e ambientais associados ao desperdício alimentar.Currently, about one-third of the food produced globally is wasted, making food waste an urgent worldwide issue with serious economic, environmental, and social implications. In hospital units, efficient food management is crucial not only for sustainability but also to ensure adequate nutrition for patients. This work originated from ITAU, was implemented in one of its hospital units as part of the BIOMA project, which aims to assess sustainability in the agri-food supply chain. The specific goal was to monitor and reduce food waste through innovative solutions in one of its hospital units. Therefore, this work aimed to assess food waste in a hospital environment using the FlowTech program, which is used for monitoring and optimizing food waste. Food waste was monitored in a hospital catering unit by weighing food products from all meals produced during one week. Due to the variety of meals in this study, main meals were categorized according to the texture of the main dishes served in these meals: normal texture, soft texture, and creamy texture. As for soups served, they were divided into soups with added protein source and soups without added protein source. There was no separation for desserts. As for intermediate meals, the waste of milk drinks, barley infusion, a mixture of these two, tea, and nutritional porridge was evaluated. As for the cafeteria, only the waste of main meals was evaluated, divided into soup, meat dish, fish dish, and vegetarian dish. The results indicated that about 40% of prepared foods are wasted in the studied hospital. In the hospitalization sector, the average waste is 39.7%, while in the cafeteria, it is 23%, values that are in agreement with existing literature and historical data from the institution. Regarding the main meals in hospitalization, lunch presented a waste of approximately 32%, with variations between 27% and 35% on different measurement days. The components of the diets with the greatest waste were the soup (43%) and the dish with a soft texture (56%), which was the most wasted, both at lunch and dinner. At dinner, waste was higher, reaching 41%, with variations between 36% and 45%. Once again, the dish with a soft texture was the most wasted, with 73% waste, followed by dishes with normal texture (25%) and creamy texture (18%). In both meals, dessert was the least wasted, with 13% and 20% for lunch and dinner, respectively. Data collected monthly by ITAU in the year 2022, revealed that lunch is the meal with the greatest waste, 27% of leftovers, compared to dinner, 20%. A different conclusion was achieved in the present study. As for the preparation phase, 14% of products were wasted, with 70% of them belonging to vegetables and the remaining 30% to fruits. Regarding intermediate meals, breakfast waste was 37%, snack waste was 42%, and the highest waste in intermediate meals was 60% in the supper. In all these meals, barley was the most wasted product, with 67%, 68%, and 72%, respectively, mostly due to excessive production. Already in the cafeteria, as well as in hospitalization, supper is the most wasted meal (54%) when compared to lunch (18%). At lunch, the most wasted product was the soup with 20% being discarded, mostly as leftovers (12%). As in dinner, soup was left in greater quantities (65%) compared to the remaining components. The implementation of the FlowTech program was effective in organizing and storing real-time data, although some adjustments and improvements are still needed in order to make this monitoring solution effetive. Through this implementation, it is possible to monitor the adoption of new methods against food waste or even to monitor the quantities produced directly according to the number of patients. Reducing food waste in hospital units requires a multifaceted approach that considers food quality, patient preferences, and preparation practices. The adoption of technological tools, such as the FlowTech program, is an important step in monitoring and reducing food waste. This monitoring allows users to be aware of the quantities wasted, assess the impact of measures on food waste, or even evaluate the costs of waste. This study suggests that the implementation of real-time control systems can promote sustainability in hospital food services, contributing to the reduction of economic and environmental impacts associated with food waste.2024-10-18T16:15:51Z2024-09-18T00:00:00Z2024-09-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/4180TID:203711688porAbreu, André Filipe da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2024-10-24T08:32:40Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/4180Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T19:00:10.748427Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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Foi monitorizado o desperdício alimentar numa unidade de restauração coletiva em contexto hospitalar, através da pesagem direta dos produtos alimentares desperdícios em todas as refeições produzidas durante uma semana. Pelo facto de existirem diversas refeições neste estudo, no caso das refeições principais, foram separadas em grupos conforme a textura dos pratos principais servidos, textura normal, mole e cremosa. Quanto às sopas servidas nestas refeições, dividiram-se em sopas com adição de fonte proteica e sem adição de fonte proteica. No caso das sobremesas, não houve qualquer separação. Quanto às refeições intermédias, foi avaliado o desperdício das bebidas de leite, infusão de cevada, mistura destas duas, chá e papas nutricionais. Quanto ao refeitório apenas se avaliou o desperdício das refeições principais, divididas em sopa, prato de carne, prato de peixe e prato vegetariano. Os resultados indicaram que cerca de 40% dos alimentos preparados no hospital são desperdiçados. No internamento, o desperdício médio é de 39,7%, enquanto no refeitório é de 23%, valores que estão em concordância com a literatura existente e com dados históricos da instituição. Quanto às refeições principais do internamento, o almoço apresentou um desperdício de aproximadamente 32%, com variações entre 27% e 35% em diferentes dias de medição. Os componentes das dietas com maior desperdício foram a sopa (43%) e o prato de textura mole (56%), sendo este último o mais desperdiçado, tanto no almoço como no jantar. No jantar, o desperdício foi superior, alcançando 41%, com variações entre 36% e 45%. Novamente, o prato de textura mole foi o mais desperdiçado, com 73% de desperdício, seguido pelos pratos de textura normal (25%) e cremosa (18%). Em ambas as refeições, a sobremesa foi a menos desperdiçada, com 13% e 20% para o almoço e jantar, respetivamente. Os dados recolhidos mensalmente pela ITAU no ano de 2022, revelaram que o almoço é a refeição com maior desperdício, 27% de restos alimentares, comparativamente ao jantar, 20%. Conclusão diferente da atingida com o presente estudo. Quanto à etapa de preparação, observou-se um desperdício de cerca de 14% dos produtos, em que 70% dos mesmos pertencem aos hortícolas e os restantes 30% às frutas. Quanto às refeições intermédias, no pequeno-almoço, o desperdício foi de 37%, no lanche, o desperdício foi de 42%, e na ceia, a refeição intermédia com maior desperdício, chegou a 60%. Em todas estas refeições a cevada foi o produto mais desperdiçado, com 67%, 68% e 72%, respetivamente, devido maioritariamente à produção excessiva da mesma. Já no refeitório, assim como no internamento, o jantar é a refeição mais desperdiçada (54%) quando comparada com o almoço (18%). No almoço o produto mais desperdiçado foi a sopa, com 20% do que foi produzido sendo descartado, maioritariamente sob a forma de sobras (12%), assim como no jantar, onde a sopa sobrou em maior quantidade (65%) comparativamente aos restantes componentes. A implementação do programa FlowTech mostrou-se eficaz na organização e armazenamento dos dados em tempo real, embora necessite ainda de alguns ajustes e aprimoramento, de forma a tornar esta solução de monitorização autónoma. É assim possível através desta implementação, monitorizar a adoção de novos métodos no combate ao desperdício alimentar ou para monitorizar as quantidades produzidas necessárias diretamente, conforme o número de pacientes. A redução do desperdício alimentar em unidades hospitalares exige uma abordagem multifacetada que considere a qualidade dos alimentos, as preferências dos pacientes e as práticas de preparação. A adoção de ferramentas tecnológicas, como o programa FlowTech, é um passo significativo na melhoria da monitorização e na redução do desperdício alimentar. Esta monitorização permite aos utilizadores ter noção das quantidades desperdiçadas, avaliar o impacto de medidas no desperdício alimentar ou mesmo avaliação de custos do desperdício. Este estudo sugere que a implementação de sistemas de controlo em tempo real podem promover a sustentabilidade nos serviços alimentares hospitalares, contribuindo para a redução dos impactos económicos e ambientais associados ao desperdício alimentar. |
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