Formação inicial de professores do 1.º ceb, supervisão pedagógica e inovação curricular: perceções e reflexões de supervisores e estagiários
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Publication Date: | 2016 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/20.500.11796/2385 |
Summary: | As políticas de formação de professores, em Portugal, na sequência do Processo de Bolonha (PB) e do Decreto-Lei n.º 43/2007 sofreram alterações curriculares, passando a prever o 2.º ciclo (mestrado) como o nível de formação que habilita para a profissão de professor. Estas alterações trouxeram às Instituições de Formação novos desafios, nomeadamente no que respeita à organização da formação, nas suas componentes teórica e prática. Entendendo-se que a prática de supervisão pedagógica representa uma etapa crucial na formação dos futuros professores/educadores reconhece-se, no entanto, pela análise das atuais diretrizes e também pela nossa experiência profissional, que o tempo de “contacto com a prática” (estágio) é demasiado reduzido. Vários estudos (Leite e Fernandes, 2010; Pereira 2012; Leite 2014) têm alertado para esta situação e, nesse âmbito, têm lembrado a importância do processo de supervisão pedagógica na formação inicial de professores, enquanto meio promotor da relação teoria-prática (Korthagen, 2010), de iniciativas curriculares inovadores (Alarcão e Tavares, 2003, Sá-Chaves, 2000) e do desenvolvimento profissional (Day, 2001) dos futuros professores. É neste contexto que se situa o presente estudo. Com ele pretendeu-se aprofundar o conhecimento sobre o modelo de formação inicial de professores, na sua relação com o processo de supervisão pedagógica, enquanto primeira fase de socialização com a profissão (Huberman, 1989). Intentou-se, também, compreender relações entre o processo de supervisão e possibilidades de desenvolvimento de práticas de inovação curricular. Para isso procedemos à análise de: i) documentos orientadores do modelo de formação e das práticas de supervisão pedagógica de uma Escola Superior de Educação do Ensino Particular e Cooperativo; ii) relatórios finais de estágio de um grupo de estagiárias/futuras professoras do 1.º Ciclo do Ensino Básico; iii) discursos de supervisores recolhidos através de entrevistas e iv) discursos de estagiárias que participaram em Focus Group. Os resultados apontam para um modelo de formação que coloca mais ênfase na dimensão teórica do que na componente prática. Os participantes no estudo são unânimes ao considerarem que o tempo de contacto com a prática x letiva é claramente pouco para uma formação que habilite, de forma sólida, para o exercício da docência. Numa leitura aparentemente contraditória, os mesmos intervenientes no estudo preconizam uma conceção de supervisão pedagógica de caráter reflexivo (Alarcão e Roldão 2008; Vieira e Moreira 2011; Alarcão e Canha 2013) valorizando, nesse processo, princípios de cooperação, colaboração, apoio, disponibilidade, proximidade e autonomia de todos os intervenientes. Os dados mostram ainda que o contexto de supervisão pedagógica potencia o desenvolvimento de práticas de inovação curricular. |
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