Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 1998 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.12/379 |
Summary: | A presente dissertação tem como objectivo avaliar a tensão psicológica experienciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública em Missão de Paz na Bósnia. A recolha dos dados divide-se em duas fases. Uma primeira fase em que se entrevistam 6 agentes da P.S.P, e uma segunda fase em que se aplicam 40 questionários construídos a partir das entrevistas, seguidos de escalas de stress. Desta forma, a amostra corresponde a 27.5% da população que embarcou para este tipo de missões desde 27 Março de 1992 até 25 de Agosto de 1995. As entrevistas são individuais gravadas e semi-estruturadas, seguidas de uma aplicação de cinco escalas de stress: lista de acontecimentos vividos no serviço, lista de acontecimentos vividos fora do serviço, escala de stress organizacional, escala de auto-avaliação de stress, strain sentido, escala das consequências estimadas para a saúde na actual condição de trabalho; strain estimado no futuro e uma de o policial ideal. A entrevista individual envolve a recolha de dados auto¬biográficos, dados do serviço, vantagens e desvantagens de ingressar neste tipo de missão, tomada da decisão em ingressar na missão em estudo, envolventes, opiniões sobre o tipo de trabalho realizado, colocação, fixação, estabelecimento e local de trabalho, interacção social, fases da missão, dificuldades e problemas da mesma, sucesso da operação, significado e adaptação ao treino envolvido na missão, juntamente com uma entrevista de incidentes críticos em que se pediu ao entrevistado para descrever uma situação grave, difícil ou perigosa durante a missão na qual esteve envolvido, quer tenha sido bem ou mal resolvida em que se pretende conhecer as causas, avaliar as responsabilidades, grau de preparação do pessoal, actuação dos chefes e avaliar os aspectos do suporte social. Os questionários envolvem a mesma recolha de dados das entrevistas. Feita a análise descritiva das variáveis, realiza-se o cruzamento de algumas 2 a 2. Dos resultados obtidos destaca-se que apesar do apoio familiar ser importante, não é este que pesa na decisão de ingressar na missão, embora seja muito importante depois de o indivíduo decidir ingressar na missão e quando já está no local. Um dos factores que provoca algum stress, é a insegurança acerca do treino que recebem. Ê de salientar que a variável que mais ajuda os indivíduos a tomar a decisão de ingressar na missão é o seu tipo de personalidade; aventureiro. Há associações entre o ambiente de trabalho mais ou menos calmo e o regime de trabalho, entre as dificuldades ao nível das necessidades básicas e regime de trabalho e entre o ambiente de trabalho chocante e regime de trabalho. Todos estes factores contribuem para o aumento de tensão dos agentes. Tanto a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas,como a interacção social não são stressores muito fortes. 72,5% da população em estudo afirma que a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas é positiva. 90% afirma que existia espírito de equipa e as suas relações com os outros situam-se entre as relações óptimas e boas. Outro factor gerador de stress é o clima de incerteza 62,5%, intimamente relacionado com a variável - guerra. O papel a desempenhar, talvez não seja o maior factor de stress em 90% dos inquiridos, contudo, o ter de tomar decisões em situações de emergência parece uma fonte de stress importante. Como indicadores de stress traumático, temos com grande peso (85%), as situações que oferecem risco de vida. O nível de stress experienciado é de certa forma controlado, dada a tendência dos inquiridos para um locus de controlo interno. A lista de acontecimentos vividos no serviço, revela factores de stress idênticos aos que Leonardo (1995) encontrou para a policia civil, tais como: mudança de responsabilidades no serviço, mudança de horário ou condições de serviço, mudança de instalações, etc. m A escala de stress organizacional, mostra que os stressores de maior peso são o serviço em demasia, decisões mal definidas, bem como as responsabilidades mal definidas. A auto avaliação de stress, revela o excesso de serviço, o beber e fumar quando está nervoso, ansiedade, irritação, nervosismo, etc. A comparação dos resultados, com os de Lars Nielsson (1995), leva a concluir que os factores comuns de stress em missões das Nações Unidas encontrados a partir de entrevistas ao pessoal regressado da Ex-Jugoslávia, são de certa forma semelhantes. |
id |
RCAP_b1ae30b667d6da9abb79200d72a6c17d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ispa.pt:10400.12/379 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na BósniaComportamento organizacionalOrganizational psychologyA presente dissertação tem como objectivo avaliar a tensão psicológica experienciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública em Missão de Paz na Bósnia. A recolha dos dados divide-se em duas fases. Uma primeira fase em que se entrevistam 6 agentes da P.S.P, e uma segunda fase em que se aplicam 40 questionários construídos a partir das entrevistas, seguidos de escalas de stress. Desta forma, a amostra corresponde a 27.5% da população que embarcou para este tipo de missões desde 27 Março de 1992 até 25 de Agosto de 1995. As entrevistas são individuais gravadas e semi-estruturadas, seguidas de uma aplicação de cinco escalas de stress: lista de acontecimentos vividos no serviço, lista de acontecimentos vividos fora do serviço, escala de stress organizacional, escala de auto-avaliação de stress, strain sentido, escala das consequências estimadas para a saúde na actual condição de trabalho; strain estimado no futuro e uma de o policial ideal. A entrevista individual envolve a recolha de dados auto¬biográficos, dados do serviço, vantagens e desvantagens de ingressar neste tipo de missão, tomada da decisão em ingressar na missão em estudo, envolventes, opiniões sobre o tipo de trabalho realizado, colocação, fixação, estabelecimento e local de trabalho, interacção social, fases da missão, dificuldades e problemas da mesma, sucesso da operação, significado e adaptação ao treino envolvido na missão, juntamente com uma entrevista de incidentes críticos em que se pediu ao entrevistado para descrever uma situação grave, difícil ou perigosa durante a missão na qual esteve envolvido, quer tenha sido bem ou mal resolvida em que se pretende conhecer as causas, avaliar as responsabilidades, grau de preparação do pessoal, actuação dos chefes e avaliar os aspectos do suporte social. Os questionários envolvem a mesma recolha de dados das entrevistas. Feita a análise descritiva das variáveis, realiza-se o cruzamento de algumas 2 a 2. Dos resultados obtidos destaca-se que apesar do apoio familiar ser importante, não é este que pesa na decisão de ingressar na missão, embora seja muito importante depois de o indivíduo decidir ingressar na missão e quando já está no local. Um dos factores que provoca algum stress, é a insegurança acerca do treino que recebem. Ê de salientar que a variável que mais ajuda os indivíduos a tomar a decisão de ingressar na missão é o seu tipo de personalidade; aventureiro. Há associações entre o ambiente de trabalho mais ou menos calmo e o regime de trabalho, entre as dificuldades ao nível das necessidades básicas e regime de trabalho e entre o ambiente de trabalho chocante e regime de trabalho. Todos estes factores contribuem para o aumento de tensão dos agentes. Tanto a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas,como a interacção social não são stressores muito fortes. 72,5% da população em estudo afirma que a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas é positiva. 90% afirma que existia espírito de equipa e as suas relações com os outros situam-se entre as relações óptimas e boas. Outro factor gerador de stress é o clima de incerteza 62,5%, intimamente relacionado com a variável - guerra. O papel a desempenhar, talvez não seja o maior factor de stress em 90% dos inquiridos, contudo, o ter de tomar decisões em situações de emergência parece uma fonte de stress importante. Como indicadores de stress traumático, temos com grande peso (85%), as situações que oferecem risco de vida. O nível de stress experienciado é de certa forma controlado, dada a tendência dos inquiridos para um locus de controlo interno. A lista de acontecimentos vividos no serviço, revela factores de stress idênticos aos que Leonardo (1995) encontrou para a policia civil, tais como: mudança de responsabilidades no serviço, mudança de horário ou condições de serviço, mudança de instalações, etc. m A escala de stress organizacional, mostra que os stressores de maior peso são o serviço em demasia, decisões mal definidas, bem como as responsabilidades mal definidas. A auto avaliação de stress, revela o excesso de serviço, o beber e fumar quando está nervoso, ansiedade, irritação, nervosismo, etc. A comparação dos resultados, com os de Lars Nielsson (1995), leva a concluir que os factores comuns de stress em missões das Nações Unidas encontrados a partir de entrevistas ao pessoal regressado da Ex-Jugoslávia, são de certa forma semelhantes.Instituto Superior de Psicologia AplicadaPereira, Orlindo GouveiaRepositório do ISPACalado, Maria da Conceição P. B.2011-01-27T10:45:10Z19981998-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/379porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-07T15:08:57Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/379Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:12:13.361202Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
title |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
spellingShingle |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia Calado, Maria da Conceição P. B. Comportamento organizacional Organizational psychology |
title_short |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
title_full |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
title_fullStr |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
title_full_unstemmed |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
title_sort |
Tensão psicológica vivenciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública (P.S.P) em missão de paz na Bósnia |
author |
Calado, Maria da Conceição P. B. |
author_facet |
Calado, Maria da Conceição P. B. |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Pereira, Orlindo Gouveia Repositório do ISPA |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Calado, Maria da Conceição P. B. |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Comportamento organizacional Organizational psychology |
topic |
Comportamento organizacional Organizational psychology |
description |
A presente dissertação tem como objectivo avaliar a tensão psicológica experienciada pelos agentes da Polícia de Segurança Pública em Missão de Paz na Bósnia. A recolha dos dados divide-se em duas fases. Uma primeira fase em que se entrevistam 6 agentes da P.S.P, e uma segunda fase em que se aplicam 40 questionários construídos a partir das entrevistas, seguidos de escalas de stress. Desta forma, a amostra corresponde a 27.5% da população que embarcou para este tipo de missões desde 27 Março de 1992 até 25 de Agosto de 1995. As entrevistas são individuais gravadas e semi-estruturadas, seguidas de uma aplicação de cinco escalas de stress: lista de acontecimentos vividos no serviço, lista de acontecimentos vividos fora do serviço, escala de stress organizacional, escala de auto-avaliação de stress, strain sentido, escala das consequências estimadas para a saúde na actual condição de trabalho; strain estimado no futuro e uma de o policial ideal. A entrevista individual envolve a recolha de dados auto¬biográficos, dados do serviço, vantagens e desvantagens de ingressar neste tipo de missão, tomada da decisão em ingressar na missão em estudo, envolventes, opiniões sobre o tipo de trabalho realizado, colocação, fixação, estabelecimento e local de trabalho, interacção social, fases da missão, dificuldades e problemas da mesma, sucesso da operação, significado e adaptação ao treino envolvido na missão, juntamente com uma entrevista de incidentes críticos em que se pediu ao entrevistado para descrever uma situação grave, difícil ou perigosa durante a missão na qual esteve envolvido, quer tenha sido bem ou mal resolvida em que se pretende conhecer as causas, avaliar as responsabilidades, grau de preparação do pessoal, actuação dos chefes e avaliar os aspectos do suporte social. Os questionários envolvem a mesma recolha de dados das entrevistas. Feita a análise descritiva das variáveis, realiza-se o cruzamento de algumas 2 a 2. Dos resultados obtidos destaca-se que apesar do apoio familiar ser importante, não é este que pesa na decisão de ingressar na missão, embora seja muito importante depois de o indivíduo decidir ingressar na missão e quando já está no local. Um dos factores que provoca algum stress, é a insegurança acerca do treino que recebem. Ê de salientar que a variável que mais ajuda os indivíduos a tomar a decisão de ingressar na missão é o seu tipo de personalidade; aventureiro. Há associações entre o ambiente de trabalho mais ou menos calmo e o regime de trabalho, entre as dificuldades ao nível das necessidades básicas e regime de trabalho e entre o ambiente de trabalho chocante e regime de trabalho. Todos estes factores contribuem para o aumento de tensão dos agentes. Tanto a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas,como a interacção social não são stressores muito fortes. 72,5% da população em estudo afirma que a opinião dos habitantes locais em relação à presença das Nações Unidas é positiva. 90% afirma que existia espírito de equipa e as suas relações com os outros situam-se entre as relações óptimas e boas. Outro factor gerador de stress é o clima de incerteza 62,5%, intimamente relacionado com a variável - guerra. O papel a desempenhar, talvez não seja o maior factor de stress em 90% dos inquiridos, contudo, o ter de tomar decisões em situações de emergência parece uma fonte de stress importante. Como indicadores de stress traumático, temos com grande peso (85%), as situações que oferecem risco de vida. O nível de stress experienciado é de certa forma controlado, dada a tendência dos inquiridos para um locus de controlo interno. A lista de acontecimentos vividos no serviço, revela factores de stress idênticos aos que Leonardo (1995) encontrou para a policia civil, tais como: mudança de responsabilidades no serviço, mudança de horário ou condições de serviço, mudança de instalações, etc. m A escala de stress organizacional, mostra que os stressores de maior peso são o serviço em demasia, decisões mal definidas, bem como as responsabilidades mal definidas. A auto avaliação de stress, revela o excesso de serviço, o beber e fumar quando está nervoso, ansiedade, irritação, nervosismo, etc. A comparação dos resultados, com os de Lars Nielsson (1995), leva a concluir que os factores comuns de stress em missões das Nações Unidas encontrados a partir de entrevistas ao pessoal regressado da Ex-Jugoslávia, são de certa forma semelhantes. |
publishDate |
1998 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1998 1998-01-01T00:00:00Z 2011-01-27T10:45:10Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.12/379 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.12/379 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Superior de Psicologia Aplicada |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Superior de Psicologia Aplicada |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833600874512908288 |