A janela da minha mãe
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2011 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.6/1332 |
Summary: | O tema escolhido para este último ano lectivo de Mestrado foi “Cinema e Memória”. Ao ter de me debruçar sobre o tema decidi prontamente preparar o meu filme através do seguinte ponto: A negação do presente. É possível, no meu ponto de vista, após uma experiência traumática, crer genuinamente viver dentro de uma memória. Por outras palavras, ser condicionado pelo passado em omitir os factos e viver o mesmo dia repetidamente. Imaginar onze anos reduzidos e adulterados no mesmo e constante sábado. Esta clausura mnemónica torna-se possível quando existe um elemento vinculador capaz de prender uma pessoa ao passado. Este elemento é a Saudade, sentimento tipicamente português. A Janela da Minha Mãe é um misto de fantasia e repulsa. Eis que nasce Margarida, personagem principal do filme. Margarida crê inocentemente no regresso dos seus familiares e encontra-se incapaz de admitir o seu abandono. Antes de Margarida aparecer perante os olhos do espectador, ela é inexistente, o seu aparecimento coincide com a sua nascença. Quando “viva” aos nossos olhos, o seu vulto, os seus gestos e as suas acções, colocam margarida numa posição de “Fantasma”, ou de ser “não-vivo”. “Fantasma” ou “Não Viva”, por ter decidido negar a sua própria existência em detrimento da esperança. Margarida levanta-se todos dias pensando que é sábado. A presença evidente do seu abandono é velada pela da fantasia. Margarida foi inspirada em Miss LonelyHeart do filme Rear Window, de Hitchcock, que tal como ela, é inspirada no irreal. Ambas procuram existir sob o pretexto de esperar por alguém. Mas ao contrário de Miss LonelyHeart, Margarida está completamente embrenhada da realidade, afastada do resto da civilização, o seu único conforto é a casa e as tarefas domésticas. Ela defende-se da ausência através do quotidiano, os pratos, os talheres, os copos e os lençóis servem de referência para fazer viver a ilusão. Estes objectos, mudos e sem vida, ganham uma preponderância tal para ela, que acabam por permitir Margarida de sonhar. Refugiada no quotidiano, ela espera e desespera pela Família. A esperança, simbolizada por uma janela, é um elemento crucial do filme. Inspirada no filme Quatro noites com Anne, a janela irrompe nesta história enquanto elemento de transição, a sua existência é essencial para conseguir separar a fantasia de Margarida, do mundo real e cruel de Luís e Leandro, personagens principal do filme A Janela da minha. |
id |
RCAP_b05a63a708a27b229c70315d6b965c77 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1332 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
A janela da minha mãeCinema - Relatório de estágioCinema - Memória - Curta-metragemCinema - Curta-metragemO tema escolhido para este último ano lectivo de Mestrado foi “Cinema e Memória”. Ao ter de me debruçar sobre o tema decidi prontamente preparar o meu filme através do seguinte ponto: A negação do presente. É possível, no meu ponto de vista, após uma experiência traumática, crer genuinamente viver dentro de uma memória. Por outras palavras, ser condicionado pelo passado em omitir os factos e viver o mesmo dia repetidamente. Imaginar onze anos reduzidos e adulterados no mesmo e constante sábado. Esta clausura mnemónica torna-se possível quando existe um elemento vinculador capaz de prender uma pessoa ao passado. Este elemento é a Saudade, sentimento tipicamente português. A Janela da Minha Mãe é um misto de fantasia e repulsa. Eis que nasce Margarida, personagem principal do filme. Margarida crê inocentemente no regresso dos seus familiares e encontra-se incapaz de admitir o seu abandono. Antes de Margarida aparecer perante os olhos do espectador, ela é inexistente, o seu aparecimento coincide com a sua nascença. Quando “viva” aos nossos olhos, o seu vulto, os seus gestos e as suas acções, colocam margarida numa posição de “Fantasma”, ou de ser “não-vivo”. “Fantasma” ou “Não Viva”, por ter decidido negar a sua própria existência em detrimento da esperança. Margarida levanta-se todos dias pensando que é sábado. A presença evidente do seu abandono é velada pela da fantasia. Margarida foi inspirada em Miss LonelyHeart do filme Rear Window, de Hitchcock, que tal como ela, é inspirada no irreal. Ambas procuram existir sob o pretexto de esperar por alguém. Mas ao contrário de Miss LonelyHeart, Margarida está completamente embrenhada da realidade, afastada do resto da civilização, o seu único conforto é a casa e as tarefas domésticas. Ela defende-se da ausência através do quotidiano, os pratos, os talheres, os copos e os lençóis servem de referência para fazer viver a ilusão. Estes objectos, mudos e sem vida, ganham uma preponderância tal para ela, que acabam por permitir Margarida de sonhar. Refugiada no quotidiano, ela espera e desespera pela Família. A esperança, simbolizada por uma janela, é um elemento crucial do filme. Inspirada no filme Quatro noites com Anne, a janela irrompe nesta história enquanto elemento de transição, a sua existência é essencial para conseguir separar a fantasia de Margarida, do mundo real e cruel de Luís e Leandro, personagens principal do filme A Janela da minha.Universidade da Beira InteriorPenafria, Manuela Maria FernandesuBibliorumSoares, Tiago Daniel Borges2013-09-17T09:48:15Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1332porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-11T15:07:15Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1332Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:23:43.256582Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A janela da minha mãe |
title |
A janela da minha mãe |
spellingShingle |
A janela da minha mãe Soares, Tiago Daniel Borges Cinema - Relatório de estágio Cinema - Memória - Curta-metragem Cinema - Curta-metragem |
title_short |
A janela da minha mãe |
title_full |
A janela da minha mãe |
title_fullStr |
A janela da minha mãe |
title_full_unstemmed |
A janela da minha mãe |
title_sort |
A janela da minha mãe |
author |
Soares, Tiago Daniel Borges |
author_facet |
Soares, Tiago Daniel Borges |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Penafria, Manuela Maria Fernandes uBibliorum |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Soares, Tiago Daniel Borges |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cinema - Relatório de estágio Cinema - Memória - Curta-metragem Cinema - Curta-metragem |
topic |
Cinema - Relatório de estágio Cinema - Memória - Curta-metragem Cinema - Curta-metragem |
description |
O tema escolhido para este último ano lectivo de Mestrado foi “Cinema e Memória”. Ao ter de me debruçar sobre o tema decidi prontamente preparar o meu filme através do seguinte ponto: A negação do presente. É possível, no meu ponto de vista, após uma experiência traumática, crer genuinamente viver dentro de uma memória. Por outras palavras, ser condicionado pelo passado em omitir os factos e viver o mesmo dia repetidamente. Imaginar onze anos reduzidos e adulterados no mesmo e constante sábado. Esta clausura mnemónica torna-se possível quando existe um elemento vinculador capaz de prender uma pessoa ao passado. Este elemento é a Saudade, sentimento tipicamente português. A Janela da Minha Mãe é um misto de fantasia e repulsa. Eis que nasce Margarida, personagem principal do filme. Margarida crê inocentemente no regresso dos seus familiares e encontra-se incapaz de admitir o seu abandono. Antes de Margarida aparecer perante os olhos do espectador, ela é inexistente, o seu aparecimento coincide com a sua nascença. Quando “viva” aos nossos olhos, o seu vulto, os seus gestos e as suas acções, colocam margarida numa posição de “Fantasma”, ou de ser “não-vivo”. “Fantasma” ou “Não Viva”, por ter decidido negar a sua própria existência em detrimento da esperança. Margarida levanta-se todos dias pensando que é sábado. A presença evidente do seu abandono é velada pela da fantasia. Margarida foi inspirada em Miss LonelyHeart do filme Rear Window, de Hitchcock, que tal como ela, é inspirada no irreal. Ambas procuram existir sob o pretexto de esperar por alguém. Mas ao contrário de Miss LonelyHeart, Margarida está completamente embrenhada da realidade, afastada do resto da civilização, o seu único conforto é a casa e as tarefas domésticas. Ela defende-se da ausência através do quotidiano, os pratos, os talheres, os copos e os lençóis servem de referência para fazer viver a ilusão. Estes objectos, mudos e sem vida, ganham uma preponderância tal para ela, que acabam por permitir Margarida de sonhar. Refugiada no quotidiano, ela espera e desespera pela Família. A esperança, simbolizada por uma janela, é um elemento crucial do filme. Inspirada no filme Quatro noites com Anne, a janela irrompe nesta história enquanto elemento de transição, a sua existência é essencial para conseguir separar a fantasia de Margarida, do mundo real e cruel de Luís e Leandro, personagens principal do filme A Janela da minha. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011 2011-01-01T00:00:00Z 2013-09-17T09:48:15Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.6/1332 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.6/1332 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade da Beira Interior |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833600959316492288 |