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Saúde sexual e reprodutiva: Resultados de um estudo nacional sobre factores de risco para o VIH e para a gravidez não planeada em jovens adultos

Bibliographic Details
Main Author: Nodin, Nuno
Publication Date: 2000
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.12/733
Summary: O estudo científico da sexualidade tem-se desenvolvido ao longo deste século através de diversas conceptualizações relativas aos objectivos e problemáticas associadas à actividade sexual. Mais recentemente, e mercê de uma conjuntura de factores dos quais o mais importante terá sido o aparecimento do VIH e o seu impacto sociopolítico, mas não alheio também à consciencialização generalizada da necessidade de dar resposta às reais necessidades dos indivíduos aos níveis sexual e reprodutivo, uma nova perspectiva, mais integradora, tem-se vindo a desenvolver. Esta nova abordagem das questões relativas à sexualidade, conhecida como Saúde Sexual e Reprodutiva, engloba em si uma multiplicidade de campos e temáticas específicas, de entre as quais optamos por estudar duas, mais concretamente o risco face ao VIH e o do risco face à gravidez não planeada. O motivo desta escolha prende-se com a pertinência de ambas as questões em termos do seu impacto psicológico e social, sendo também de realçar o efeito que podem ter sobre o bem estar, qualidade de vida e saúde dos indivíduos, suas famílias e meio envolvente. Para além disso, são duas questões com diversos pontos de contacto entre si, nomeadamente no que se refere à prevenção. A população escolhida para este estudo foi a dos indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 25 anos (jovens adultos). Existem factores que parecem indicar um risco acrescido relativamente à gravidez não planeada e relativamente ao VIH nos indivíduos desta faixa etária. Qualquer uma das problemáticas em causa é, neste grupo de idades, particularmente perturbadora porque pode comprometer o pleno desenvolvimento psicossocial do indivíduo numa fase em que novos investimentos e interesses surgem e se desenvolvem. De forma a avaliar o risco sexual face ao VIH e face à gravidez não planeada nesta população, foi desenvolvido um questionário baseado no Modelo da Acção Planeada de Icek Ajzen, no qual se integram diversas dimensões que se constituem enquanto eixos de análise que permitem avaliar a intenção comportamental dos indivíduos nestas duas áreas. A intenção de comportamento permitiu-nos aceder ao factor de risco sexual que pode então ser comparado em diversos subgrupos populacionais, estabelecidos com base em critérios sociodemográficos e comportamentais. Para além do estudo da intenção comportamental foram também avaliadas outras dimensões, nomeadamente a percepção de vulnerabilidade e as crenças comportamentais, com o objectivo de enriquecer a nossa análise. Dos resultados, foi possível concluir que, em ambas as áreas, VIH e gravidez não planeada, são os indivíduos do sexo masculino, os residentes em zonas semi-urbanas e rurais, bem como os que já iniciaram a sua actividade profissional, os que apresentam factores de risco mais elevados. Quando se utiliza como critério de comparação o início da actividade sexual e a presença de parceiro sexual fixo, não se verificaram diferenças significativas, excepto no que respeita à comparação relativa ao parceiro sexual no caso da gravidez não planeada. Neste último caso, são os indivíduos que não têm parceiro fixo os que maior nível de risco apresentam, o que indica que os indivíduos nestas situações que se envolvam em interacções sexuais com outros parceiros estão em maior risco relativamente à ocorrência de uma gravidez. No caso da percepção de vulnerabilidade face ao VIH, foi possível perceber que indivíduos que já iniciaram a sua actividade sexual apresentam valores significativamente mais baixos do que os que ainda não a iniciaram. O mesmo critério comparativo não é revelador de quaisquer diferenças na percepção de vulnerabilidade no que respeita à gravidez não planeada. Os resultados são discutidos na perspectiva da intervenção, nomeadamente nas suas implicações para a prevenção. São também abertas perspectivas em termos de investigações futuras e tecidas considerações sobre as múltiplas possibilidades de intervenção e necessidades de conceptualização ao nível da Saúde Sexual e Reprodutiva.
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