Acontecimentos negativos na infância, problemas psicopatológicos e competências percebidas de resiliência em adolescentes institucionalizados

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Main Author: Barracosa, Lúcia André do Carmo
Publication Date: 2021
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.1/19435
Summary: A institucionalização pressupõe a exposição precoce a fatores de risco psicossocial que marcam o desenvolvimento das crianças, colocando-as numa situação de maior fragilidade emocional e suscetibilidade ao desenvolvimento de problemas psicopatológicos. A presente investigação teve como objetivo principal comparar adolescentes com idades entre os 11 e os 22 anos, acolhidos em instituições (N=138) com adolescentes que residem com as suas famílias (N=91) em relação às competências de resiliência e a indicadores de psicopatologia. As relações entre essas variáveis e a perspetiva temporal dos adolescentes foram também estudadas. Nesse sentido foram aplicados os seguintes instrumentos: escala Healthy Kids Resilience Assessement Module (HKRAM- versão 6.0), Brief Symptom Inventory (BSI), o Inventário de Perspetiva Temporal e um questionário de dados sociodemográficos. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se a existência de diferenças significativas entre os dois grupos relativamente à manifestação de sintomas psicopatológicos, com o grupo de adolescentes institucionalizados a revelar maior prevalência de sintomas de Somatização, Ansiedade, Hostilidade, Ansiedade Fóbica e Psicoticismo. Relativamente à escala HKRAM, esta permitiu concluir que, no global, os adolescentes a viver em contexto institucional percebiam-se menos resilientes, comparativamente aos adolescentes em contexto familiar. Ao nível da perspetiva temporal, os adolescentes institucionalizados apresentaram pontuações mais elevadas nas escalas Orientação para o Futuro e Orientação para o Passado, comparativamente aos valores de referência para a população geral. Atendendo às conclusões obtidas, salientamos a necessidade de uma melhor intervenção das instituições na promoção da saúde mental dos adolescentes, procurando otimizar os seus recursos de resiliência, de forma a permitir-lhes o melhor ajustamento possível. Reforça-se, no entanto, a premissa de que o acolhimento institucional, embora necessário para garantir os cuidados essenciais às crianças que deles estão privadas, não se constitui a melhor opção para um desenvolvimento equilibrado, devendo apostar-se em intervenções direcionadas às famílias em risco psicossocial, evitando medidas de institucionalização.
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