LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA

Bibliographic Details
Main Author: Feijoo, Bernardo
Publication Date: 2018
Format: Article
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: https://doi.org/10.48560/rspo.10187
Summary: OBJECTIVOS: Os relatos de luxações tardias espontâneas, parciais ou totais, do complexo saco capsular-lente intraocular (LIO) têm vindo a aumentar. Esta complicação é reportada em média 6.9-10.9 anos após a cirurgia de catarata, em doentes com idades médias entre 71-80 anos. A crescente exigência visual da população, que tem conduzido ao implante de LIOs em indivíduos cada vez mais jovens, tem contribuído para um aumento exponencial da população pseudofáquica. É assim expectável que com o envelhecimento global, possamos vir a assistir a uma prevalência cada vez maior desta complicação. A PEX tem sido reportada como fator de risco mais comum, contribuindo para 40% ou mais dos casos. Não existem para Portugal dados epidemiológicos de complicações com LIOs, nem de prevalência de fatores de risco. O objetivo deste trabalho é caracterizar esta complicação, em termos demográficos, na nossa prática clínica com identificação dos fatores de risco e avaliação das abordagens cirúrgicas utilizadas.  MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo que envolveu 4 centros da área da Grande Lisboa. Foram incluídos casos de subluxações tardias do complexo saco-LIO, pelo menos 3 meses após cirurgia de catarata não complicada, com indicação operatória, diagnosticados entre Janeiro de 2015 e Setembro de 2016. Foi calculado o período de tempo decorrido entre a cirurgia de catarata e o diagnóstico da subluxação. Apresentamos os dados demográficos dos doentes, fatores de risco, abordagem cirúrgica, acuidades visuais pré- e pós-operatórias e complicações pós-operatórias. RESULTADOS: Analisámos 37 olhos de 34 doentes, com idade média de 79.94 anos e predomínio do sexo masculino (73.53%). A subluxação foi diagnosticada em média 9.18 anos depois da cirurgia de catarata. O fator de risco mais frequentemente identificado foi a pseudoexfoliação (67.57%). Na maioria dos doentes operados (92.3%) houve melhoria da acuidade visual corrigida. As abordagens cirúrgicas utilizadas incluíram reposicionamento do complexo com fixação escleral, fixação da lente original à íris, explante do complexo e implante de lente de fixação à iris (pré- ou retro-pupilar), associadas ou não a vitrectomia via pars plana. CONCLUSÕES: Identificámos um número considerável de casos num período de tempo relativamente curto (20 meses). A pseudoexfoliação foi o fator de risco mais frequentemente identificado e com uma prevalência superior à média reportada na literatura. As técnicas cirúrgicas utilizadas ofereceram bons resultados, em termos de acuidade visual. A caracterização desta patologia é fundamental para compreendermos a fisiopatologia deste processo e identificarmos precocemente doentes em risco, de forma a prevenir e otimizar a abordagem desta grave complicação da cirurgia de catarata moderna.
id RCAP_a11b1a4111c717aa20efb2219df3f162
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/10187
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICAArtigos OriginaisOBJECTIVOS: Os relatos de luxações tardias espontâneas, parciais ou totais, do complexo saco capsular-lente intraocular (LIO) têm vindo a aumentar. Esta complicação é reportada em média 6.9-10.9 anos após a cirurgia de catarata, em doentes com idades médias entre 71-80 anos. A crescente exigência visual da população, que tem conduzido ao implante de LIOs em indivíduos cada vez mais jovens, tem contribuído para um aumento exponencial da população pseudofáquica. É assim expectável que com o envelhecimento global, possamos vir a assistir a uma prevalência cada vez maior desta complicação. A PEX tem sido reportada como fator de risco mais comum, contribuindo para 40% ou mais dos casos. Não existem para Portugal dados epidemiológicos de complicações com LIOs, nem de prevalência de fatores de risco. O objetivo deste trabalho é caracterizar esta complicação, em termos demográficos, na nossa prática clínica com identificação dos fatores de risco e avaliação das abordagens cirúrgicas utilizadas.  MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo que envolveu 4 centros da área da Grande Lisboa. Foram incluídos casos de subluxações tardias do complexo saco-LIO, pelo menos 3 meses após cirurgia de catarata não complicada, com indicação operatória, diagnosticados entre Janeiro de 2015 e Setembro de 2016. Foi calculado o período de tempo decorrido entre a cirurgia de catarata e o diagnóstico da subluxação. Apresentamos os dados demográficos dos doentes, fatores de risco, abordagem cirúrgica, acuidades visuais pré- e pós-operatórias e complicações pós-operatórias. RESULTADOS: Analisámos 37 olhos de 34 doentes, com idade média de 79.94 anos e predomínio do sexo masculino (73.53%). A subluxação foi diagnosticada em média 9.18 anos depois da cirurgia de catarata. O fator de risco mais frequentemente identificado foi a pseudoexfoliação (67.57%). Na maioria dos doentes operados (92.3%) houve melhoria da acuidade visual corrigida. As abordagens cirúrgicas utilizadas incluíram reposicionamento do complexo com fixação escleral, fixação da lente original à íris, explante do complexo e implante de lente de fixação à iris (pré- ou retro-pupilar), associadas ou não a vitrectomia via pars plana. CONCLUSÕES: Identificámos um número considerável de casos num período de tempo relativamente curto (20 meses). A pseudoexfoliação foi o fator de risco mais frequentemente identificado e com uma prevalência superior à média reportada na literatura. As técnicas cirúrgicas utilizadas ofereceram bons resultados, em termos de acuidade visual. A caracterização desta patologia é fundamental para compreendermos a fisiopatologia deste processo e identificarmos precocemente doentes em risco, de forma a prevenir e otimizar a abordagem desta grave complicação da cirurgia de catarata moderna.Ajnet2018-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.48560/rspo.10187por1646-69501646-6950Feijoo, Bernardoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2022-09-22T17:06:01Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/10187Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T10:22:10.184071Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
title LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
spellingShingle LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
Feijoo, Bernardo
Artigos Originais
title_short LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
title_full LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
title_fullStr LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
title_full_unstemmed LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
title_sort LUXAÇÕES TARDIAS DO COMPLEXO SACO-LENTE INTRA-OCULAR: ANÁLISE DEMOGRÁFICA, FATORES DE RISCO E ABORDAGEM CIRÚRGICA
author Feijoo, Bernardo
author_facet Feijoo, Bernardo
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Feijoo, Bernardo
dc.subject.por.fl_str_mv Artigos Originais
topic Artigos Originais
description OBJECTIVOS: Os relatos de luxações tardias espontâneas, parciais ou totais, do complexo saco capsular-lente intraocular (LIO) têm vindo a aumentar. Esta complicação é reportada em média 6.9-10.9 anos após a cirurgia de catarata, em doentes com idades médias entre 71-80 anos. A crescente exigência visual da população, que tem conduzido ao implante de LIOs em indivíduos cada vez mais jovens, tem contribuído para um aumento exponencial da população pseudofáquica. É assim expectável que com o envelhecimento global, possamos vir a assistir a uma prevalência cada vez maior desta complicação. A PEX tem sido reportada como fator de risco mais comum, contribuindo para 40% ou mais dos casos. Não existem para Portugal dados epidemiológicos de complicações com LIOs, nem de prevalência de fatores de risco. O objetivo deste trabalho é caracterizar esta complicação, em termos demográficos, na nossa prática clínica com identificação dos fatores de risco e avaliação das abordagens cirúrgicas utilizadas.  MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo que envolveu 4 centros da área da Grande Lisboa. Foram incluídos casos de subluxações tardias do complexo saco-LIO, pelo menos 3 meses após cirurgia de catarata não complicada, com indicação operatória, diagnosticados entre Janeiro de 2015 e Setembro de 2016. Foi calculado o período de tempo decorrido entre a cirurgia de catarata e o diagnóstico da subluxação. Apresentamos os dados demográficos dos doentes, fatores de risco, abordagem cirúrgica, acuidades visuais pré- e pós-operatórias e complicações pós-operatórias. RESULTADOS: Analisámos 37 olhos de 34 doentes, com idade média de 79.94 anos e predomínio do sexo masculino (73.53%). A subluxação foi diagnosticada em média 9.18 anos depois da cirurgia de catarata. O fator de risco mais frequentemente identificado foi a pseudoexfoliação (67.57%). Na maioria dos doentes operados (92.3%) houve melhoria da acuidade visual corrigida. As abordagens cirúrgicas utilizadas incluíram reposicionamento do complexo com fixação escleral, fixação da lente original à íris, explante do complexo e implante de lente de fixação à iris (pré- ou retro-pupilar), associadas ou não a vitrectomia via pars plana. CONCLUSÕES: Identificámos um número considerável de casos num período de tempo relativamente curto (20 meses). A pseudoexfoliação foi o fator de risco mais frequentemente identificado e com uma prevalência superior à média reportada na literatura. As técnicas cirúrgicas utilizadas ofereceram bons resultados, em termos de acuidade visual. A caracterização desta patologia é fundamental para compreendermos a fisiopatologia deste processo e identificarmos precocemente doentes em risco, de forma a prevenir e otimizar a abordagem desta grave complicação da cirurgia de catarata moderna.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-03-01T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.48560/rspo.10187
url https://doi.org/10.48560/rspo.10187
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1646-6950
1646-6950
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Ajnet
publisher.none.fl_str_mv Ajnet
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833590765658308608