Factores de prognóstico para os resultados de insucesso da intervenção multimodal em fisioterapia, em utentes com dor lombar crónica
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Publication Date: | 2014 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.26/7422 |
Summary: | Introdução: As elevadas taxas de insucesso, segundo o benefício clínico da intervenção da Fisioterapia, sugerem haver características dos utentes que influenciam o sucesso/insucesso da intervenção. No entanto, os estudos dos factores de prognóstico neste âmbito são escassos e inconsistentes. Objectivo: Este estudo pretende determinar se um modelo baseado em factores de prognóstico é capaz de prever os resultados de insucesso da Fisioterapia em utentes com Dor Lombar Crónica (DLC) a curto e médio prazo, para os outcomes incapacidade funcional, intensidade da dor e percepção global de melhoria. Metodologia: A amostra deste estudo de coorte prospectivo foi composta por 95 utentes referenciados para a Fisioterapia, avaliados antes da intervenção, 6 semanas após o seu inicio e 3 meses após o seu término. O insucesso foi determinado segundo a Diferença Mínima Clinicamente Importante para cada instrumento de medida: incapacidade da funcional pela Quebec Back Pain Disability Scale (QBPDS-PT), a intensidade da dor pela Escala Visual Análoga (EVA) e a percepção global de melhoria pela Patient Global Impression of Change Scale (PGIC-PT). Foram recolhidos dados sócio-demográficos, clínicos e medo do movimento. Resultados: Dos 95 participantes, 90 completaram o follow-up de 3 meses. Através dos modelos preditivos multivariados observam-se várias associações com os outcomes. Utentes com DLC com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso às 6 semanas (OR=0,936; 95% IC: 0,904-0,969). Aos 3 meses utentes com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso (OR=0,943; 95%IC: 0,911-0,977) enquanto utentes com irradiação da dor têm maior probabilidade de insucesso na incapacidade funcional (OR=3,237; 95%IC: 1,225-8,555). Para a intensidade da dor às 6 semanas, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline têm menos probabilidade de ter insucesso (OR=0,928; 95%IC: 0,899-0,959) mas utentes com excesso de peso (OR=2,866; 95%IC: 1,025- 8,013) têm mais probabilidade de insucesso. Aos 3 meses, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline (OR=0,940; 95%IC: 0,914-0,968) têm menos probabilidade de ter insucesso, mas utentes com dor irradiada para o membro inferior (OR=3,657; 95%IC: 1,277- 10,470) têm mais probabilidade de insucesso. Na percepção global de melhoria, utentes do género feminino (OR=3,225; 95%IC: 1,039-10,194) e com excesso de peso (OR=3,334; 95%IC: 1,113-9,806) têm mais probabilidade de insucesso às 6 semanas. Aos 3 meses de follow-up o modelo preditivo não reteve quaisquer variáveis associadas significativamente com o este outcome. Conclusões: Na generalidade os modelos preditivos têm capacidades classificativas, preditivas e discriminativas razoáveis. Este estudo pode ser um contributo para futuramente se conseguir agrupar utentes segundo as suas características associadas com o insucesso, oferecendo-lhes tratamentos mais específicos que melhorem a resposta à intervenção da Fisioterapia. |
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Factores de prognóstico para os resultados de insucesso da intervenção multimodal em fisioterapia, em utentes com dor lombar crónicaPrognósticoFisioterapiaDor Lombar CrónicaInsucessoPrognosisPhysiotherapyChronic Low Back PainPoor OutcomeIntrodução: As elevadas taxas de insucesso, segundo o benefício clínico da intervenção da Fisioterapia, sugerem haver características dos utentes que influenciam o sucesso/insucesso da intervenção. No entanto, os estudos dos factores de prognóstico neste âmbito são escassos e inconsistentes. Objectivo: Este estudo pretende determinar se um modelo baseado em factores de prognóstico é capaz de prever os resultados de insucesso da Fisioterapia em utentes com Dor Lombar Crónica (DLC) a curto e médio prazo, para os outcomes incapacidade funcional, intensidade da dor e percepção global de melhoria. Metodologia: A amostra deste estudo de coorte prospectivo foi composta por 95 utentes referenciados para a Fisioterapia, avaliados antes da intervenção, 6 semanas após o seu inicio e 3 meses após o seu término. O insucesso foi determinado segundo a Diferença Mínima Clinicamente Importante para cada instrumento de medida: incapacidade da funcional pela Quebec Back Pain Disability Scale (QBPDS-PT), a intensidade da dor pela Escala Visual Análoga (EVA) e a percepção global de melhoria pela Patient Global Impression of Change Scale (PGIC-PT). Foram recolhidos dados sócio-demográficos, clínicos e medo do movimento. Resultados: Dos 95 participantes, 90 completaram o follow-up de 3 meses. Através dos modelos preditivos multivariados observam-se várias associações com os outcomes. Utentes com DLC com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso às 6 semanas (OR=0,936; 95% IC: 0,904-0,969). Aos 3 meses utentes com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso (OR=0,943; 95%IC: 0,911-0,977) enquanto utentes com irradiação da dor têm maior probabilidade de insucesso na incapacidade funcional (OR=3,237; 95%IC: 1,225-8,555). Para a intensidade da dor às 6 semanas, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline têm menos probabilidade de ter insucesso (OR=0,928; 95%IC: 0,899-0,959) mas utentes com excesso de peso (OR=2,866; 95%IC: 1,025- 8,013) têm mais probabilidade de insucesso. Aos 3 meses, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline (OR=0,940; 95%IC: 0,914-0,968) têm menos probabilidade de ter insucesso, mas utentes com dor irradiada para o membro inferior (OR=3,657; 95%IC: 1,277- 10,470) têm mais probabilidade de insucesso. Na percepção global de melhoria, utentes do género feminino (OR=3,225; 95%IC: 1,039-10,194) e com excesso de peso (OR=3,334; 95%IC: 1,113-9,806) têm mais probabilidade de insucesso às 6 semanas. Aos 3 meses de follow-up o modelo preditivo não reteve quaisquer variáveis associadas significativamente com o este outcome. Conclusões: Na generalidade os modelos preditivos têm capacidades classificativas, preditivas e discriminativas razoáveis. Este estudo pode ser um contributo para futuramente se conseguir agrupar utentes segundo as suas características associadas com o insucesso, oferecendo-lhes tratamentos mais específicos que melhorem a resposta à intervenção da Fisioterapia.Instituto Politécnico de Setúbal. Escola Superior de SaúdeCruz, Eduardo BrazeteCaeiro, CarmenRepositório ComumCosta, Daniela2015-01-06T10:25:45Z2014-122014-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/7422porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-05-02T16:38:47Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/7422Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T06:55:23.014054Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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Introdução: As elevadas taxas de insucesso, segundo o benefício clínico da intervenção da Fisioterapia, sugerem haver características dos utentes que influenciam o sucesso/insucesso da intervenção. No entanto, os estudos dos factores de prognóstico neste âmbito são escassos e inconsistentes. Objectivo: Este estudo pretende determinar se um modelo baseado em factores de prognóstico é capaz de prever os resultados de insucesso da Fisioterapia em utentes com Dor Lombar Crónica (DLC) a curto e médio prazo, para os outcomes incapacidade funcional, intensidade da dor e percepção global de melhoria. Metodologia: A amostra deste estudo de coorte prospectivo foi composta por 95 utentes referenciados para a Fisioterapia, avaliados antes da intervenção, 6 semanas após o seu inicio e 3 meses após o seu término. O insucesso foi determinado segundo a Diferença Mínima Clinicamente Importante para cada instrumento de medida: incapacidade da funcional pela Quebec Back Pain Disability Scale (QBPDS-PT), a intensidade da dor pela Escala Visual Análoga (EVA) e a percepção global de melhoria pela Patient Global Impression of Change Scale (PGIC-PT). Foram recolhidos dados sócio-demográficos, clínicos e medo do movimento. Resultados: Dos 95 participantes, 90 completaram o follow-up de 3 meses. Através dos modelos preditivos multivariados observam-se várias associações com os outcomes. Utentes com DLC com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso às 6 semanas (OR=0,936; 95% IC: 0,904-0,969). Aos 3 meses utentes com níveis de incapacidade na baseline mais elevados têm menor probabilidade de insucesso (OR=0,943; 95%IC: 0,911-0,977) enquanto utentes com irradiação da dor têm maior probabilidade de insucesso na incapacidade funcional (OR=3,237; 95%IC: 1,225-8,555). Para a intensidade da dor às 6 semanas, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline têm menos probabilidade de ter insucesso (OR=0,928; 95%IC: 0,899-0,959) mas utentes com excesso de peso (OR=2,866; 95%IC: 1,025- 8,013) têm mais probabilidade de insucesso. Aos 3 meses, utentes com intensidade da dor mais elevada na baseline (OR=0,940; 95%IC: 0,914-0,968) têm menos probabilidade de ter insucesso, mas utentes com dor irradiada para o membro inferior (OR=3,657; 95%IC: 1,277- 10,470) têm mais probabilidade de insucesso. Na percepção global de melhoria, utentes do género feminino (OR=3,225; 95%IC: 1,039-10,194) e com excesso de peso (OR=3,334; 95%IC: 1,113-9,806) têm mais probabilidade de insucesso às 6 semanas. Aos 3 meses de follow-up o modelo preditivo não reteve quaisquer variáveis associadas significativamente com o este outcome. Conclusões: Na generalidade os modelos preditivos têm capacidades classificativas, preditivas e discriminativas razoáveis. Este estudo pode ser um contributo para futuramente se conseguir agrupar utentes segundo as suas características associadas com o insucesso, oferecendo-lhes tratamentos mais específicos que melhorem a resposta à intervenção da Fisioterapia. |
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