A indeterminação do tempo na prisão preventiva : Análise constitucional à luz da teoria dos direitos fundamentais
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Publication Date: | 2019 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10451/46638 |
Summary: | Com o presente trabalho intitulado “A indeterminação do tempo na prisão preventiva: análise constitucional à luz da teoria dos direitos fundamentais” objetiva-se verificar se há desequilíbrio entre a atuação estatal na perseguição ao crime, mediante a imposição de medida restritiva ao direito de liberdade destituída de prazos, de um lado, e os direitos processuais constitucionais do cidadão, de outro lado. A pesquisa apresenta natureza teórico-dogmática. Os métodos de abordagem utilizados são o hipotético-dedutivo e o dialético. Com o emprego do primeiro busca-se dimensionar as consequências jurídicas advindas da lacuna legal, valendo-se da formulação de conjecturas e hipóteses apresentadas em forma de indagação ao longo do texto. Mediante o emprego do método dialético analisa-se criticamente o material levantado, relativo à legislação, doutrina e jurisprudência. Confere-se breve abordagem filosófica ao estudo do tempo e à temporalidade da prisão, bem como à sua necessária ligação com a dimensão humanística da pessoa. Não se procede à abordagem econômica, política ou sociológica, apesar de reconhecer a forte relação do tema com estas ciências sociais. Lança-se mão dos seguintes métodos de procedimento: a) histórico, no capítulo inicial, com o objetivo de projetar a prisão no tempo e confrontá-la com a atual conformação legal; b) comparativo, com o fim de promover o exame de dados que possibilitem contrastar as disposições legais brasileiras pertinentes à duração da prisão preventiva e respectivas justificativas, com o ordenamento jurídico internacional, na perspectiva do Direito Internacional dos Direitos Humanos; c) estudo de caso, mediante a análise de julgados proferidos pelos tribunais brasileiros e internacionais, com o fim de aquilatar o fundamento jurídico utilizado e os princípios subjacentes à matéria. Embora inserida no contexto da teoria dos direitos fundamentais, a pesquisa apresenta universo geográfico circunscrito à problemática existente no direito brasileiro. Mediante a análise das questões propostas, conclui-se que, a ausência de prazos à prisão preventiva viola normas constitucionais de caráter fundamental, como a dignidade da pessoa humana; os princípios da legalidade, igualdade, proporcionalidade, ampla defesa, devido processo legal e a exigência de duração razoável do processo, por estes motivos, a prisão preventiva destituída de prazos funciona como pena por antecipação e revela com isso a fragilidade e a distorção do sistema processual penal brasileiro que atua em descumprimento à obrigação universalizável de sujeitar-se aos limites impostos pelo quadro axiológico constitucional e convencional. |
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A indeterminação do tempo na prisão preventiva : Análise constitucional à luz da teoria dos direitos fundamentaisPrisão preventivaPrazoIndeterminaçãoDireitos fundamentaisViolaçãoPreventive custodyTermIndeterminacyFundamental rightsViolationDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::DireitoCom o presente trabalho intitulado “A indeterminação do tempo na prisão preventiva: análise constitucional à luz da teoria dos direitos fundamentais” objetiva-se verificar se há desequilíbrio entre a atuação estatal na perseguição ao crime, mediante a imposição de medida restritiva ao direito de liberdade destituída de prazos, de um lado, e os direitos processuais constitucionais do cidadão, de outro lado. A pesquisa apresenta natureza teórico-dogmática. Os métodos de abordagem utilizados são o hipotético-dedutivo e o dialético. Com o emprego do primeiro busca-se dimensionar as consequências jurídicas advindas da lacuna legal, valendo-se da formulação de conjecturas e hipóteses apresentadas em forma de indagação ao longo do texto. Mediante o emprego do método dialético analisa-se criticamente o material levantado, relativo à legislação, doutrina e jurisprudência. Confere-se breve abordagem filosófica ao estudo do tempo e à temporalidade da prisão, bem como à sua necessária ligação com a dimensão humanística da pessoa. Não se procede à abordagem econômica, política ou sociológica, apesar de reconhecer a forte relação do tema com estas ciências sociais. Lança-se mão dos seguintes métodos de procedimento: a) histórico, no capítulo inicial, com o objetivo de projetar a prisão no tempo e confrontá-la com a atual conformação legal; b) comparativo, com o fim de promover o exame de dados que possibilitem contrastar as disposições legais brasileiras pertinentes à duração da prisão preventiva e respectivas justificativas, com o ordenamento jurídico internacional, na perspectiva do Direito Internacional dos Direitos Humanos; c) estudo de caso, mediante a análise de julgados proferidos pelos tribunais brasileiros e internacionais, com o fim de aquilatar o fundamento jurídico utilizado e os princípios subjacentes à matéria. Embora inserida no contexto da teoria dos direitos fundamentais, a pesquisa apresenta universo geográfico circunscrito à problemática existente no direito brasileiro. Mediante a análise das questões propostas, conclui-se que, a ausência de prazos à prisão preventiva viola normas constitucionais de caráter fundamental, como a dignidade da pessoa humana; os princípios da legalidade, igualdade, proporcionalidade, ampla defesa, devido processo legal e a exigência de duração razoável do processo, por estes motivos, a prisão preventiva destituída de prazos funciona como pena por antecipação e revela com isso a fragilidade e a distorção do sistema processual penal brasileiro que atua em descumprimento à obrigação universalizável de sujeitar-se aos limites impostos pelo quadro axiológico constitucional e convencional.With the present paper entitled "The indetermination of time in preventive detention: constitutional analysis in the light of the theory of fundamental rights", aims to verify if there is an imbalance between state action in the prosecution of crime, by imposing a restrictive measure on the right of freedom devoid of time limits, on the one hand, and the constitutional procedural rights of the citizen - on the other hand. The research presents theoretical-dogmatic nature. The methods of approach used are hypothetico-deductive and dialectical. With the use of the first one, it seeks to measure the legal consequences arising from the legal gap, using the formulation of conjectures and hypotheses presented in the form of an inquiry throughout the text. By means of the use of the dialectical method, the collected material is analyzed critically, relative to the legislation, doctrine and jurisprudence. A brief philosophical approach is given to the study of the time and the temporality of the prison, as well as to its necessary connection with the humanistic dimension of the person. It does not proceed to the economic, political or sociological approach, although it recognizes the strong relation of the subject with these social sciences. The following methods of procedure are used: a) history, in the initial chapter, with the purpose of projecting the prison in time and confront it with the current legal conformation; b) comparative, in order to promote the examination of data that make it possible to contrast the Brazilian legal provisions pertinent to the length of pre-trial detention and respective justifications, with the international legal order, in the perspective of International Human Rights Law; c) a case study, through the analysis of judgments handed down by Brazilian and international courts, in order to assess the legal basis used and the principles underlying the matter. Although inserted in the context of the theory of fundamental rights, the research presents a geographic universe circumscribed to the problematic existing in Brazilian law. By analyzing the proposed issues, it is concluded that the absence of time limits for preventive detention violates fundamental constitutional norms, such as the dignity of the human person; the principles of legality, equality, proportionality, ample defense, due process of law and the requirement of reasonable length of the process, for these reasons, preventive detention without deadlines works as penalty in advance and thus reveals the fragility and distortion of the system criminal procedure that acts in violation of the universalizable obligation to be subject to the limits imposed by the constitutional and conventional axiological framework.Otero, Paulo Manuel Cunha CostaRepositório da Universidade de LisboaMeirelles, Lenilma Cristina Sena de Figueiredo2024-01-01T01:30:36Z2020-112019-052020-11-01T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/46638TID:101272669porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-17T14:28:22Zoai:repositorio.ulisboa.pt:10451/46638Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T03:12:52.899773Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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