Currículo e trabalho colaborativo: Trajectórias de participação em aulas de matemática
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Publication Date: | 2012 |
Other Authors: | |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10451/7776 |
Summary: | As orientações curriculares em matemática focam a necessidade dos alunos terem experiências de aprendizagem diversificadas (Abrantes, Serrazina, & Oliveira, 1999; NCTM, 2007), atribuindo-lhes sentidos (Bakhtin, 1929/1981). A matemática é associada a insucesso académico e rejeição. Assim, importa criar espaços de pensamento (Perret-Clermont, 2004). Para César (2009), são espaços/tempos onde os alunos argumentam de forma sustentada, exploram estratégias de resolução e raciocínios, tornando-se participantes legítimos da comunidade de aprendizagem (César, 2007). O trabalho colaborativo assume-se como ferramenta mediadora entre os alunos, o professor e os conhecimentos matemáticos, configurando a existência desses espaços/ tempos. Para tal, é preciso existir um contrato didáctico coerente, recorrendo a tarefas diversificadas e a um sistema de avaliação adequado, que promovam autonomia, responsabilização, apropriação de conhecimentos matemáticos e o desenvolvimento/ mobilização de capacidades e competências (César, 2009; Machado, 2008). Este trabalho insere-se no projecto Interacção e Conhecimento, que apresentava como principais objectivos estudar e promover o trabalho colaborativo em cenários de educação formal, contribuindo para uma educação inclusiva e intercultural. Recorreu a três designs de investigação, usados de forma complementar: (1) estudos quasi-experimentais; (2) projectos de investigação-acção; e (3) estudos de caso. Neste estudo assumimos uma abordagem interpretativa (Denzin, 2002) e desenvolvemos um projecto de investigação-acção (Mason, 2002), numa turma de 8.º ano de escolaridade (N=21), de uma escola nos arredores de Lisboa. Os participantes foram estes alunos, o professor/investigador e dois outros observadores. Os dados foram recolhidos através de um instrumento de avaliação de capacidades e competências, questionários, tarefas de inspiração projectiva, conversas informais, observação participante, protocolos dos alunos e recolha documental. O tratamento e análise de dados baseiam-se numa análise de conteúdo de índole narrativa (Clandinin & Connelly, 1998). Analisamos os contributos que o trabalho colaborativo pode ter para a promoção dos desempenhos dos alunos, em aula, operacionalizando as orientações curriculares relativas à matemática. Os exemplos apresentados iluminam as trajectórias de participação destes alunos (César, submetido), em aula, salientando o papel do professor e dos alunos na construção do acesso ao sucesso escolar. |
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Currículo e trabalho colaborativo: Trajectórias de participação em aulas de matemáticaMatemáticaCurrículo em alternativaTrabalho colaborativoInteracções dialógicasAs orientações curriculares em matemática focam a necessidade dos alunos terem experiências de aprendizagem diversificadas (Abrantes, Serrazina, & Oliveira, 1999; NCTM, 2007), atribuindo-lhes sentidos (Bakhtin, 1929/1981). A matemática é associada a insucesso académico e rejeição. Assim, importa criar espaços de pensamento (Perret-Clermont, 2004). Para César (2009), são espaços/tempos onde os alunos argumentam de forma sustentada, exploram estratégias de resolução e raciocínios, tornando-se participantes legítimos da comunidade de aprendizagem (César, 2007). O trabalho colaborativo assume-se como ferramenta mediadora entre os alunos, o professor e os conhecimentos matemáticos, configurando a existência desses espaços/ tempos. Para tal, é preciso existir um contrato didáctico coerente, recorrendo a tarefas diversificadas e a um sistema de avaliação adequado, que promovam autonomia, responsabilização, apropriação de conhecimentos matemáticos e o desenvolvimento/ mobilização de capacidades e competências (César, 2009; Machado, 2008). Este trabalho insere-se no projecto Interacção e Conhecimento, que apresentava como principais objectivos estudar e promover o trabalho colaborativo em cenários de educação formal, contribuindo para uma educação inclusiva e intercultural. Recorreu a três designs de investigação, usados de forma complementar: (1) estudos quasi-experimentais; (2) projectos de investigação-acção; e (3) estudos de caso. Neste estudo assumimos uma abordagem interpretativa (Denzin, 2002) e desenvolvemos um projecto de investigação-acção (Mason, 2002), numa turma de 8.º ano de escolaridade (N=21), de uma escola nos arredores de Lisboa. Os participantes foram estes alunos, o professor/investigador e dois outros observadores. Os dados foram recolhidos através de um instrumento de avaliação de capacidades e competências, questionários, tarefas de inspiração projectiva, conversas informais, observação participante, protocolos dos alunos e recolha documental. O tratamento e análise de dados baseiam-se numa análise de conteúdo de índole narrativa (Clandinin & Connelly, 1998). Analisamos os contributos que o trabalho colaborativo pode ter para a promoção dos desempenhos dos alunos, em aula, operacionalizando as orientações curriculares relativas à matemática. Os exemplos apresentados iluminam as trajectórias de participação destes alunos (César, submetido), em aula, salientando o papel do professor e dos alunos na construção do acesso ao sucesso escolar.Les directives des curricula de mathématiques montrent la nécessité d’offrir aux étudiants des expériences d'apprentissage diversifiées (Abrantes, Serrazina, & Oliveira, 1999; NCTM, 2007), leur donnant du sens (Bakhtin, 1929/1981). Les mathématiques sont associées à l'échec scolaire et au rejet. Il est donc important de créer des espaces de pensée (Perret-Clermont, 2004). Pour César (2009), ce sont des espaces/temps où les étudiants discutent de façon soutenue, explorent des stratégies de résolution et de raisonnement, devenant des participants légitimes de cette communauté d'apprentissage (César, 2007). Le travail collaboratif est vu comme un outil médiateur entre les élèves, le professeur et les connaissances mathématiques, illustrant l'existence de ces espaces/temps. Mais il faut avoir un contrat didactique cohérent, s'appuyant sur tâches diversifiées et un système d'évaluation approprié, favorisant l'autonomie, la responsabilisation, l'appropriation des connaissances mathématiques et le développement/mobilisation des capacités et des compétences (César, 2009; Machado, 2008). Ce travail fait partie du projet Interaction et Connaissance, qui avait comme objectif principal étudier et promouvoir le travail collaboratif dans des scénarios d’éducation formelle, contribuant à une éducation inclusive et interculturelle. Ce projet avait trois types de recherche, utilisées de façon complémentaire : (1) études quasi-expérimentals; (2) recherche-action; et (3) études de cas. Dans cet étude, nous adoptons une approche interprétative (Denzin, 2002) et avons développé une recherche-action (Mason, 2002) dans une classe de 8ème année (N= 21), dans une école près de Lisbonne. Les participants sont ces élèves, le professeur/chercheur et deux autres observateurs. Les donnés ont été recueillis à travers d’un instrument pour évaluer les capacités et compétences, des questionnaires, des tâches d’inspiration projective, de conversations informelles, d’observation, des protocoles des élèves et de documents. Le traitement et l’analyse des donnés sont basés sur une analyse narrative de contenu (Clandinin & Connelly, 1998). Nous analysons les contributions que le travail collaboratif peut avoir pour la promotion les performances des élèves en classe, permettant opérationnaliser les directives relatives aux curricula de mathématiques. Les exemples présentés éclairent les trajectoires de participation de ces étudiants (César, soumis), en classe, en insistant sur le rôle de l'enseignant et les élèves dans la construction de l'accès à la réussite scolaire.IIE, Medida2 SIQE, projecto n.º 7/96 e CIEFCUL, desde 1996 até ao terminus oficial do projecto, em 2005/06.Secção Portuguesa da AFIRSERepositório da Universidade de LisboaMachado, RicardoCésar, Margarida2013-02-18T15:33:02Z20122012-01-01T00:00:00Zconference objectinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/7776porIn A. Estrela, L. Marmoz, M. T. Estrela, M. Esteves, M. J. Mogarro, L. Tinoca… J. Marques (Eds.), Revisitar os estudos curriculares: Onde estamos e para onde vamos?XIX Colóquio AFIRSE - Actas (pp. 2240-2251). Lisboa: Secção Portuguesa da AFIRSE, 2012.978-989-8272-14-0info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-17T12:56:59Zoai:repositorio.ulisboa.pt:10451/7776Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T02:31:38.536817Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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