DOENÇA DE KIENBÖCK PROFISSIONAL - RELATO DE UM CASO CLÍNICO
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Summary: | RESUMO Introdução A osteonecrose avascular do semilunar ou doença de Kienböck associa-se a fatores de risco endógenos (variante cubital negativa e vascularização unívoca) e/ou extrínsecos, como a exposição prolongada a vibrações ou forças mecânicas, causadoras de microtraumatismos. Caso Clínico Os autores apresentam um caso clínico de um mecânico de automóveis com doença de Kienböck, provavelmente associada a fatores de risco comuns nesta profissão, de que resultou incapacidade permanente absoluta para o trabalho habitual. Trata-se de um homem de 44 anos submetido a cirurgia do punho direito em 2016, para mitigação artrálgica. Desde então, manteve agravamento progressivo da dor, principalmente na mobilização dessa articulação, apresentando em 2014, incapacidade para a atividade profissional e limitação significativa nas atividades de vida diária. Após referenciação a consulta hospitalar, confirmou-se por ressonância magnética doença de Kienböck (estadio 3B da classificação de Lichtman), tendo sido submetido a artroplastia do semilunar com tunelização do flexor radial do carpo. Por instabilidade articular, foi reintervencionado aos seis meses, com ligamentoplastia aberta com enxerto do longo extensor radial do carpo, mantendo, contudo, dor e impotência funcional que motivaram realização de exérese da prótese e da primeira fileira do carpo. Houve melhoria da dor em repouso, mantendo, contudo, algia significativa à mobilização. Foi proposta artrodese do punho que o doente recusou. Apesar de ligeira melhoria funcional, apresenta atualmente incapacidade permanente absoluta para a atividade profissional habitual, tendo sido notificada doença profissional. Discussão A patologia é multifatorial pelo que, sendo os fatores anatómicos dificilmente modificáveis, é fundamental a intervenção preventiva sobre os fatores ambientais, nomeadamente nos perigos mecânicos (vibrações e/ou microtraumatismo repetidos associados ao trabalho), estes potencialmente controláveis. Conclusão Uma avaliação clínica cuidada, com especial atenção às estruturas anatómicas mais afetadas e o controlo na origem dos perigos envolvidos, permite prevenir/minimizar ocorrência de lesões com profunda implicação na funcionalidade e capacidade de trabalho. A realização de estudo imagiológico nestes trabalhadores altamente expostos aos perigos acima mencionados, principalmente, quando haja manifestações clínicas sugestivas de lesão osteoarticular, contribuirá para evitar diagnósticos tardios. Os autores sublinham ainda a importância da informação sobre os riscos profissionais e da formação para a correta utilização do equipamento de proteção individual e outras medidas preventivas |
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DOENÇA DE KIENBÖCK PROFISSIONAL - RELATO DE UM CASO CLÍNICOdoença de Kienböckosteonecrose do semilunardoença profissionalriscos físicosvibraçãomicrotraumatismo.RESUMO Introdução A osteonecrose avascular do semilunar ou doença de Kienböck associa-se a fatores de risco endógenos (variante cubital negativa e vascularização unívoca) e/ou extrínsecos, como a exposição prolongada a vibrações ou forças mecânicas, causadoras de microtraumatismos. Caso Clínico Os autores apresentam um caso clínico de um mecânico de automóveis com doença de Kienböck, provavelmente associada a fatores de risco comuns nesta profissão, de que resultou incapacidade permanente absoluta para o trabalho habitual. Trata-se de um homem de 44 anos submetido a cirurgia do punho direito em 2016, para mitigação artrálgica. Desde então, manteve agravamento progressivo da dor, principalmente na mobilização dessa articulação, apresentando em 2014, incapacidade para a atividade profissional e limitação significativa nas atividades de vida diária. Após referenciação a consulta hospitalar, confirmou-se por ressonância magnética doença de Kienböck (estadio 3B da classificação de Lichtman), tendo sido submetido a artroplastia do semilunar com tunelização do flexor radial do carpo. Por instabilidade articular, foi reintervencionado aos seis meses, com ligamentoplastia aberta com enxerto do longo extensor radial do carpo, mantendo, contudo, dor e impotência funcional que motivaram realização de exérese da prótese e da primeira fileira do carpo. Houve melhoria da dor em repouso, mantendo, contudo, algia significativa à mobilização. Foi proposta artrodese do punho que o doente recusou. Apesar de ligeira melhoria funcional, apresenta atualmente incapacidade permanente absoluta para a atividade profissional habitual, tendo sido notificada doença profissional. Discussão A patologia é multifatorial pelo que, sendo os fatores anatómicos dificilmente modificáveis, é fundamental a intervenção preventiva sobre os fatores ambientais, nomeadamente nos perigos mecânicos (vibrações e/ou microtraumatismo repetidos associados ao trabalho), estes potencialmente controláveis. Conclusão Uma avaliação clínica cuidada, com especial atenção às estruturas anatómicas mais afetadas e o controlo na origem dos perigos envolvidos, permite prevenir/minimizar ocorrência de lesões com profunda implicação na funcionalidade e capacidade de trabalho. A realização de estudo imagiológico nestes trabalhadores altamente expostos aos perigos acima mencionados, principalmente, quando haja manifestações clínicas sugestivas de lesão osteoarticular, contribuirá para evitar diagnósticos tardios. Os autores sublinham ainda a importância da informação sobre os riscos profissionais e da formação para a correta utilização do equipamento de proteção individual e outras medidas preventivasAjeogene Serviços Médicos Lda2022-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reporttext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100108Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online v.13 2022reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100108Matos,SDuarte,AAlmeida,MMiranda,Minfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:31:28Zoai:scielo:S2183-84532022000100108Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T13:18:34.182378Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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