Mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos das técnicas de tensão e deslize neural em sujeitos saudáveis: estudo piloto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/23348 |
Resumo: | Introdução e Objetivos: Os mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos das técnicas de mobilização neural (MN) não são totalmente conhecidos. Tem sido utilizado o Quantitative Sensory Testing (QST) para avaliar os mecanismos de produção de dor, nomeadamente a sensitização do sistema nervoso periférico (SNP) e central (SNC), a somação temporal que se refere a um aumento da perceção da dor após aplicação de uma série de estímulos nociceptivos e os mecanismos inibitórios descendentes da dor. O objetivo principal deste estudo foi o de investigar a existência de um mecanismo neurofisiológico de inibição de dor ao nível do corno posterior da medula espinal (ME) subjacente à técnica de deslize neural. Secundariamente pretendeu-se investigar se os mecanismos de inibição das vias descendentes da dor estão relacionados com o mecanismo de ação das técnicas. Metodologia: 30 participantes assintomáticos foram divididos em 3 grupos, tensão neural (n=10), deslize neural (n=10) e placebo (n=10). Realizaram avaliação dos limiares de deteção/dor térmicos, limiares de dor à pressão e somação temporal, antes e depois da respetiva intervenção na região tenar, volar e tibial anterior. Foi realizada análise estatística através do programa SPSS Statistics 20.0. Testes estatísticos não-paramétricos foram aplicados para comparações intra e intergrupos respetivamente. Valores de p <.05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Não foram observados resultados estatisticamente significativos intergrupos (grupo x tempo). Na interação deslize neural com placebo verifica-se um aumento do limiar de dor ao quente no tibial anterior após aplicação da técnica placebo (p=0.02). Na comparação tensão neural com placebo verifica-se a existência de um resultado estatisticamente significativo (p=0.04) após aplicação da técnica tensão neural no limiar de dor ao frio (região tenar) representando um efeito negativo (diminuição do limiar). Comparação intragrupos: na região tenar, após tensão neural, observa-se uma diminuição no limiar de dor ao frio (p = 0.01). No tibial anterior, após intervenção placebo, observa-se uma subida do limiar de dor ao calor (p = 0.01). Ainda nesta região, observa-se um aumento do limiar de dor ao frio após a intervenção de deslize neural (p = 0.02). Não se observam resultados significativos nos limiares de dor à pressão e na somação temporal. Conclusões: Parece não existir um mecanismo de ação inibitório da dor na técnica de deslize e tensão neural representado pelos limiares de dor térmicos. Ao nível da somação temporal os nossos resultados demonstram um efeito inibitório e uma tendência para que a variação do efeito seja superior no grupo de tensão neural, contudo é necessário confirmar esta ideia em sujeitos sintomáticos e verificar se as técnicas mantêm o efeito inibitório. Nos mecanismos inibitórios descendentes não foram verificadas diferenças significativas antes e depois da intervenção, nem entre grupos nos limiares de dor à pressão medidos distalmente ao local da lesão. No entanto, o nosso estudo sugere que o deslize neural é a única técnica que apresenta uma variação no sentido do aumento dos limiares de dor à pressão ao nível do tibial anterior pós-intervenção. |
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Mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos das técnicas de tensão e deslize neural em sujeitos saudáveis: estudo pilotoMobilização neuralQSTMecanismos de ação neurofisiológicosNeural mobilizationneurophysiological mechanisms of actionIntrodução e Objetivos: Os mecanismos neurofisiológicos subjacentes aos efeitos das técnicas de mobilização neural (MN) não são totalmente conhecidos. Tem sido utilizado o Quantitative Sensory Testing (QST) para avaliar os mecanismos de produção de dor, nomeadamente a sensitização do sistema nervoso periférico (SNP) e central (SNC), a somação temporal que se refere a um aumento da perceção da dor após aplicação de uma série de estímulos nociceptivos e os mecanismos inibitórios descendentes da dor. O objetivo principal deste estudo foi o de investigar a existência de um mecanismo neurofisiológico de inibição de dor ao nível do corno posterior da medula espinal (ME) subjacente à técnica de deslize neural. Secundariamente pretendeu-se investigar se os mecanismos de inibição das vias descendentes da dor estão relacionados com o mecanismo de ação das técnicas. Metodologia: 30 participantes assintomáticos foram divididos em 3 grupos, tensão neural (n=10), deslize neural (n=10) e placebo (n=10). Realizaram avaliação dos limiares de deteção/dor térmicos, limiares de dor à pressão e somação temporal, antes e depois da respetiva intervenção na região tenar, volar e tibial anterior. Foi realizada análise estatística através do programa SPSS Statistics 20.0. Testes estatísticos não-paramétricos foram aplicados para comparações intra e intergrupos respetivamente. Valores de p <.05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Não foram observados resultados estatisticamente significativos intergrupos (grupo x tempo). Na interação deslize neural com placebo verifica-se um aumento do limiar de dor ao quente no tibial anterior após aplicação da técnica placebo (p=0.02). Na comparação tensão neural com placebo verifica-se a existência de um resultado estatisticamente significativo (p=0.04) após aplicação da técnica tensão neural no limiar de dor ao frio (região tenar) representando um efeito negativo (diminuição do limiar). Comparação intragrupos: na região tenar, após tensão neural, observa-se uma diminuição no limiar de dor ao frio (p = 0.01). No tibial anterior, após intervenção placebo, observa-se uma subida do limiar de dor ao calor (p = 0.01). Ainda nesta região, observa-se um aumento do limiar de dor ao frio após a intervenção de deslize neural (p = 0.02). Não se observam resultados significativos nos limiares de dor à pressão e na somação temporal. Conclusões: Parece não existir um mecanismo de ação inibitório da dor na técnica de deslize e tensão neural representado pelos limiares de dor térmicos. Ao nível da somação temporal os nossos resultados demonstram um efeito inibitório e uma tendência para que a variação do efeito seja superior no grupo de tensão neural, contudo é necessário confirmar esta ideia em sujeitos sintomáticos e verificar se as técnicas mantêm o efeito inibitório. Nos mecanismos inibitórios descendentes não foram verificadas diferenças significativas antes e depois da intervenção, nem entre grupos nos limiares de dor à pressão medidos distalmente ao local da lesão. No entanto, o nosso estudo sugere que o deslize neural é a única técnica que apresenta uma variação no sentido do aumento dos limiares de dor à pressão ao nível do tibial anterior pós-intervenção.Instituto Politécnico de Setúbal. Escola Superior de SaúdeCruz, Eduardo BrazeteRepositório ComumSilvestre, Rui2018-07-20T13:31:25Z2018-072018-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/23348urn:tid:201964430porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-05-02T16:32:50Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/23348Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T06:54:05.398051Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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