Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade

Bibliographic Details
Main Author: Pignaton, Ariadne Barreto
Publication Date: 2020
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10400.1/15237
Summary: A regra de São Francisco distanciou-se dos seus rigores, obrigando a reformas para corrigir práticas, que o tempo foi introduzindo no seio da Ordem. Destas reformas surgiu a Congregação do Santo Evangelho com o nome de Capuchos ou Ordem Capucha. Com o apoio do Duque de Bragança, os Frades Capuchos fundaram o primeiro convento, evocado à Nossa Senhora da Piedade, no ano de 1500, em Vila Viçosa. O crescente sucesso que alcançavam, aliado às reformas que haviam implantado, incrementou o número de seguidores que os apoiavam, levando-os a construir outros conventos em território nacional. Em 1509, um Breve do Papa Júlio II oficializou a Ordem que, em 1517, é elevada de Custódia da Piedade a Província da Piedade. O número elevado de conventos provocou dificuldades administrativas, o que obrigou a Província a dividir-se, demarcando o território através da linha do Tejo. Os conventos do Alentejo e do Algarve permaneceram na Província da Piedade, os da Beira e de Entre Douro e Minho passaram a constituir uma nova Província, a da Soledade. As esmolas que os Frades Capuchos recebiam permitiram ornamentar o interior dos templos com a arte retabular, um instrumento catalisador da fé, pois através das imagens envolvia os fiéis nas celebrações cristãs que nesses templos eram realizadas. Esta tese de doutoramento tem como objetivos; apresentar um inventário artístico exaustivo dos retábulos existentes nos templos Capuchos das Províncias da Soledade e da Piedade, distribuídos de norte a sul de Portugal; identificar as principais características dos retábulos dos conventos Capuchos integrados nas respetivas conjunturas artísticas, evidenciando as soluções formais e iconográficas patentes em cada uma destas fases; responder à questão da possível existência de uma estética própria da Ordem Capucha em Portugal. O período de execução destas obras circunscreve-se entre a segunda década do século XVII, data aproximada do exemplar mais antigo, e cerca do primeiro quartel do séc. XIX, data do exemplar mais recente. Excluem-se os equipamentos que foram introduzidos após o abandono dos edifícios pelos frades Capuchos, na sequência da extinção das ordens religiosas em 1834. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa, sempre auxiliada com análise bibliográfica, empreendeu visitas in loco onde foi efetuado registo fotográfico. A abordagem foi qualitativa, dada a subjetividade dos métodos utilizados, nomeadamente, a análise fotográfica e a observação direta do objeto de estudo. Na apresentação e interpretação dos dados utilizou-se, também, uma análise quantitativa auxiliada em gráficos e quadros. A elaboração do inventário artístico, unificando as duas províncias da Soledade e da Piedade, e procurando identificar características e particularidades destes retábulos como um conjunto, é um trabalho original, não tendo sido anteriormente realizada nenhuma abordagem com esta perspetiva. Deste modo, o presente trabalho dá a conhecer um vasto património retabular marcado pelas diversas fases artísticas e que se encontra distribuído pelo território português. Assim, este estudo constitui um registo inédito de um património cultural e religioso que tende a desaparecer, visto que os conventos se localizam fora dos centros históricos e são na sua maioria ignorados pelas entidades responsáveis pela manutenção do património nacional.
id RCAP_7b3612d5310982eaa6c7ff8a13b3e57d
oai_identifier_str oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/15237
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository_id_str https://opendoar.ac.uk/repository/7160
spelling Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da SoledadeRetábulosCconventosCapuchosConjunturas artísticasInventárioA regra de São Francisco distanciou-se dos seus rigores, obrigando a reformas para corrigir práticas, que o tempo foi introduzindo no seio da Ordem. Destas reformas surgiu a Congregação do Santo Evangelho com o nome de Capuchos ou Ordem Capucha. Com o apoio do Duque de Bragança, os Frades Capuchos fundaram o primeiro convento, evocado à Nossa Senhora da Piedade, no ano de 1500, em Vila Viçosa. O crescente sucesso que alcançavam, aliado às reformas que haviam implantado, incrementou o número de seguidores que os apoiavam, levando-os a construir outros conventos em território nacional. Em 1509, um Breve do Papa Júlio II oficializou a Ordem que, em 1517, é elevada de Custódia da Piedade a Província da Piedade. O número elevado de conventos provocou dificuldades administrativas, o que obrigou a Província a dividir-se, demarcando o território através da linha do Tejo. Os conventos do Alentejo e do Algarve permaneceram na Província da Piedade, os da Beira e de Entre Douro e Minho passaram a constituir uma nova Província, a da Soledade. As esmolas que os Frades Capuchos recebiam permitiram ornamentar o interior dos templos com a arte retabular, um instrumento catalisador da fé, pois através das imagens envolvia os fiéis nas celebrações cristãs que nesses templos eram realizadas. Esta tese de doutoramento tem como objetivos; apresentar um inventário artístico exaustivo dos retábulos existentes nos templos Capuchos das Províncias da Soledade e da Piedade, distribuídos de norte a sul de Portugal; identificar as principais características dos retábulos dos conventos Capuchos integrados nas respetivas conjunturas artísticas, evidenciando as soluções formais e iconográficas patentes em cada uma destas fases; responder à questão da possível existência de uma estética própria da Ordem Capucha em Portugal. O período de execução destas obras circunscreve-se entre a segunda década do século XVII, data aproximada do exemplar mais antigo, e cerca do primeiro quartel do séc. XIX, data do exemplar mais recente. Excluem-se os equipamentos que foram introduzidos após o abandono dos edifícios pelos frades Capuchos, na sequência da extinção das ordens religiosas em 1834. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa, sempre auxiliada com análise bibliográfica, empreendeu visitas in loco onde foi efetuado registo fotográfico. A abordagem foi qualitativa, dada a subjetividade dos métodos utilizados, nomeadamente, a análise fotográfica e a observação direta do objeto de estudo. Na apresentação e interpretação dos dados utilizou-se, também, uma análise quantitativa auxiliada em gráficos e quadros. A elaboração do inventário artístico, unificando as duas províncias da Soledade e da Piedade, e procurando identificar características e particularidades destes retábulos como um conjunto, é um trabalho original, não tendo sido anteriormente realizada nenhuma abordagem com esta perspetiva. Deste modo, o presente trabalho dá a conhecer um vasto património retabular marcado pelas diversas fases artísticas e que se encontra distribuído pelo território português. Assim, este estudo constitui um registo inédito de um património cultural e religioso que tende a desaparecer, visto que os conventos se localizam fora dos centros históricos e são na sua maioria ignorados pelas entidades responsáveis pela manutenção do património nacional.Santos, José António C.SapientiaPignaton, Ariadne Barreto2021-03-16T16:33:50Z2020-12-112020-12-11T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/15237urn:tid:101478631porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-02-18T17:14:28Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/15237Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T20:14:58.057474Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
dc.title.none.fl_str_mv Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
title Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
spellingShingle Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
Pignaton, Ariadne Barreto
Retábulos
Cconventos
Capuchos
Conjunturas artísticas
Inventário
title_short Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
title_full Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
title_fullStr Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
title_full_unstemmed Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
title_sort Os retábulos capuchos das Províncias da Piedade e da Soledade
author Pignaton, Ariadne Barreto
author_facet Pignaton, Ariadne Barreto
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Santos, José António C.
Sapientia
dc.contributor.author.fl_str_mv Pignaton, Ariadne Barreto
dc.subject.por.fl_str_mv Retábulos
Cconventos
Capuchos
Conjunturas artísticas
Inventário
topic Retábulos
Cconventos
Capuchos
Conjunturas artísticas
Inventário
description A regra de São Francisco distanciou-se dos seus rigores, obrigando a reformas para corrigir práticas, que o tempo foi introduzindo no seio da Ordem. Destas reformas surgiu a Congregação do Santo Evangelho com o nome de Capuchos ou Ordem Capucha. Com o apoio do Duque de Bragança, os Frades Capuchos fundaram o primeiro convento, evocado à Nossa Senhora da Piedade, no ano de 1500, em Vila Viçosa. O crescente sucesso que alcançavam, aliado às reformas que haviam implantado, incrementou o número de seguidores que os apoiavam, levando-os a construir outros conventos em território nacional. Em 1509, um Breve do Papa Júlio II oficializou a Ordem que, em 1517, é elevada de Custódia da Piedade a Província da Piedade. O número elevado de conventos provocou dificuldades administrativas, o que obrigou a Província a dividir-se, demarcando o território através da linha do Tejo. Os conventos do Alentejo e do Algarve permaneceram na Província da Piedade, os da Beira e de Entre Douro e Minho passaram a constituir uma nova Província, a da Soledade. As esmolas que os Frades Capuchos recebiam permitiram ornamentar o interior dos templos com a arte retabular, um instrumento catalisador da fé, pois através das imagens envolvia os fiéis nas celebrações cristãs que nesses templos eram realizadas. Esta tese de doutoramento tem como objetivos; apresentar um inventário artístico exaustivo dos retábulos existentes nos templos Capuchos das Províncias da Soledade e da Piedade, distribuídos de norte a sul de Portugal; identificar as principais características dos retábulos dos conventos Capuchos integrados nas respetivas conjunturas artísticas, evidenciando as soluções formais e iconográficas patentes em cada uma destas fases; responder à questão da possível existência de uma estética própria da Ordem Capucha em Portugal. O período de execução destas obras circunscreve-se entre a segunda década do século XVII, data aproximada do exemplar mais antigo, e cerca do primeiro quartel do séc. XIX, data do exemplar mais recente. Excluem-se os equipamentos que foram introduzidos após o abandono dos edifícios pelos frades Capuchos, na sequência da extinção das ordens religiosas em 1834. Quanto aos procedimentos metodológicos, a pesquisa, sempre auxiliada com análise bibliográfica, empreendeu visitas in loco onde foi efetuado registo fotográfico. A abordagem foi qualitativa, dada a subjetividade dos métodos utilizados, nomeadamente, a análise fotográfica e a observação direta do objeto de estudo. Na apresentação e interpretação dos dados utilizou-se, também, uma análise quantitativa auxiliada em gráficos e quadros. A elaboração do inventário artístico, unificando as duas províncias da Soledade e da Piedade, e procurando identificar características e particularidades destes retábulos como um conjunto, é um trabalho original, não tendo sido anteriormente realizada nenhuma abordagem com esta perspetiva. Deste modo, o presente trabalho dá a conhecer um vasto património retabular marcado pelas diversas fases artísticas e que se encontra distribuído pelo território português. Assim, este estudo constitui um registo inédito de um património cultural e religioso que tende a desaparecer, visto que os conventos se localizam fora dos centros históricos e são na sua maioria ignorados pelas entidades responsáveis pela manutenção do património nacional.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-11
2020-12-11T00:00:00Z
2021-03-16T16:33:50Z
dc.type.driver.fl_str_mv doctoral thesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.1/15237
urn:tid:101478631
url http://hdl.handle.net/10400.1/15237
identifier_str_mv urn:tid:101478631
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron:RCAAP
instname_str FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
collection Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
repository.name.fl_str_mv Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia
repository.mail.fl_str_mv info@rcaap.pt
_version_ 1833598567022854144