Universidade como patrimônio: O caso de Coimbra
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Publication Date: | 2019 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | https://hdl.handle.net/10316/87780 |
Summary: | No presente artigo, observaremos a Universidade como Patrimônio, sobretudo considerando o seu uso quotidiano e consequente inclusão na respectiva cidade. A Cidade Universitária de Coimbra (CUC), em Portugal, que integra a área da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia (UC-AS), inscrita em 2013 na Lista do Património Mundial da UNESCO, constituirá a referência deste estudo. Como testemunharemos, tal contexto reproduz nas suas estruturas edificadas e urbanas as distintas transformações ocorridas no curso do tempo, devendo, no entanto, ser compreendidas não apenas à luz das inevitáveis dinâmicas socioculturais, mas, ainda, em razão dos interesses outorgados pelos regimes políticos que o ergueram ao longo da história. Importará, por conseguinte, presenciar como a vasta transformação da Alta de Coimbra em Cidade Universitária, durante parte do século passado, se converteu numa área classificada pela UNESCO e, presumivelmente, que consequências daí advieram. Com efeito, a construção da CUC teve o seu início na década de quarenta do século XX, por ordem do regime ditatorial sob a liderança de António de Oliveira Salazar. Ao velho tecido sobrepor-se-ia uma moderna, com raiz clássica, ordem urbana que fatalmente abrangeu um processo complexo de demolições, uma extensa remodelação topográfica e a composição do espaço público, que, em especial, perseguiu princípios de dominância. Por força destas circunstâncias, o plano de obras da CUC impôs-se aos valores patrimoniais, arquitetônicos e urbanos preexistentes, conquanto se tenham salvaguardado determinados imóveis admirados como referências incontornáveis na novel ordem conjecturada. Esta conjuntura, desenvolvida em pleno século XX, determinaria uma transformação profunda na cidade. De fato, o esventramento desta colina histórica provocaria a extensão da área urbana para diferentes territórios, outrora livres. Em síntese, o caso de Coimbra – entenda-se, da CUC – oferece-nos a possibilidade de refletir sobre a importância e a influência que as decisões políticas têm na vida das pessoas e na permanência dos seus bens materiais e imateriais. Mas, em conjunto, este caso de estudo também nos proporcionará indagar em que termos veio a se fixar a classificação desta zona (UC-AS) pela UNESCO, designadamente como foi estimada a operação de tabula rasa forjada nos anos quarenta do século passado, que, como recordamos sucintamente, pouco prezou os valores patrimoniais existentes, fossem os isolados ou os mais urbanos. A priori, trata-se de um quadro deveras complexo, quão paradoxal, que, seguramente, admitirá o confronto com outras paisagens culturais afins. O desenvolvimento deste artigo terá como base orientadora a bibliografia já existente sobre o tema, nomeadamente: Capela de Campos, J., & Murtinho, V. (2017). University City of Coimbra, «tabula rasa» as a project methodology. In Joelho – Journal of Architectural Culture, Ideas and Practices for the European City (8), 112–124; Rosmaninho, N. (2006). O Poder da Arte: O Estado Novo e a Cidade Universitária de Coimbra. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. |
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No presente artigo, observaremos a Universidade como Patrimônio, sobretudo considerando o seu uso quotidiano e consequente inclusão na respectiva cidade. A Cidade Universitária de Coimbra (CUC), em Portugal, que integra a área da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia (UC-AS), inscrita em 2013 na Lista do Património Mundial da UNESCO, constituirá a referência deste estudo. Como testemunharemos, tal contexto reproduz nas suas estruturas edificadas e urbanas as distintas transformações ocorridas no curso do tempo, devendo, no entanto, ser compreendidas não apenas à luz das inevitáveis dinâmicas socioculturais, mas, ainda, em razão dos interesses outorgados pelos regimes políticos que o ergueram ao longo da história. Importará, por conseguinte, presenciar como a vasta transformação da Alta de Coimbra em Cidade Universitária, durante parte do século passado, se converteu numa área classificada pela UNESCO e, presumivelmente, que consequências daí advieram. Com efeito, a construção da CUC teve o seu início na década de quarenta do século XX, por ordem do regime ditatorial sob a liderança de António de Oliveira Salazar. Ao velho tecido sobrepor-se-ia uma moderna, com raiz clássica, ordem urbana que fatalmente abrangeu um processo complexo de demolições, uma extensa remodelação topográfica e a composição do espaço público, que, em especial, perseguiu princípios de dominância. Por força destas circunstâncias, o plano de obras da CUC impôs-se aos valores patrimoniais, arquitetônicos e urbanos preexistentes, conquanto se tenham salvaguardado determinados imóveis admirados como referências incontornáveis na novel ordem conjecturada. Esta conjuntura, desenvolvida em pleno século XX, determinaria uma transformação profunda na cidade. De fato, o esventramento desta colina histórica provocaria a extensão da área urbana para diferentes territórios, outrora livres. Em síntese, o caso de Coimbra – entenda-se, da CUC – oferece-nos a possibilidade de refletir sobre a importância e a influência que as decisões políticas têm na vida das pessoas e na permanência dos seus bens materiais e imateriais. Mas, em conjunto, este caso de estudo também nos proporcionará indagar em que termos veio a se fixar a classificação desta zona (UC-AS) pela UNESCO, designadamente como foi estimada a operação de tabula rasa forjada nos anos quarenta do século passado, que, como recordamos sucintamente, pouco prezou os valores patrimoniais existentes, fossem os isolados ou os mais urbanos. A priori, trata-se de um quadro deveras complexo, quão paradoxal, que, seguramente, admitirá o confronto com outras paisagens culturais afins. O desenvolvimento deste artigo terá como base orientadora a bibliografia já existente sobre o tema, nomeadamente: Capela de Campos, J., & Murtinho, V. (2017). University City of Coimbra, «tabula rasa» as a project methodology. In Joelho – Journal of Architectural Culture, Ideas and Practices for the European City (8), 112–124; Rosmaninho, N. (2006). O Poder da Arte: O Estado Novo e a Cidade Universitária de Coimbra. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. |
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