Estatuto de cuidador informal na perspetiva dos estudantes de Gerontologia: contributos para a Gerontologia Social
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Publication Date: | 2024 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/20.500.11960/4274 |
Summary: | Contexto e objetivo. A longevidade humana e o envelhecimento populacional representam a maior conquista do século XXI. A expectativa de vida aumentou mais de 30 anos no último século, pelo que importa que estes anos ganhos sejam agora traduzidos em oportunidades. De facto, a transição demográfica a que assistimos implica um conjunto de desafios e oportunidades que exigem respostas inovadoras e/ou que reconfigurem papéis tradicionais, como é o caso do cuidador informal. Muitos países da OCDE têm implementado medidas políticas para apoiar os cuidadores informais, reconhecendo a importância do seu papel na sociedade e Portugal não é exceção. Publicado em 2019, o Estatuto do Cuidador Informal regula os direitos e deveres do cuidador e da pessoa cuidada e estabelece as respetivas medidas de apoio. O Gerontólogo, sendo o profissional que contribui para a melhoria da qualidade de vida e promoção do bem-estar das pessoas à medida que envelhecem em contexto familiar, comunitário e social, através da investigação, educação e aplicação de conhecimento interdisciplinar do processo de envelhecimento e das populações envelhecidas (AGHE, 2014), é fundamental para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento e os cuidados informais em particular. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo compreender a perspetiva dos estudantes de gerontologia, futuros gerontólogos, relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal. Método. No estudo, qualitativo e do tipo transversal, participam 37 estudantes que frequentam formação ao nível do 1º e 2º ciclos de estudos em Gerontologia numa instituição de ensino superior da região norte do país. Os dados foram recolhidos com recurso a entrevista semiestruturada aplicada a cinco focus group (três focus group na licenciatura, um por cada ano curricular, e dois no mestrado, um por cada ano curricular), que depois de transcritas foram sujeitas a análise de conteúdo. Resultados. A análise de conteúdo permitiu identificar três domínios: (1) Medidas de política no âmbito do envelhecimento em Portugal; (2) Estatuto do cuidador informal e (3) O Estatuto do cuidador informal no contexto da formação de gerontólogos, sendo cada um constituído por categorias e subcategorias. Globalmente, os resultados evidenciam uma diversidade de perspetivas e preocupações em relação às políticas no âmbito do envelhecimento e, em particular, dos cuidados informais. Os participantes enfatizam a importância do reconhecimento social do cuidador, a necessidade de otimizar os mecanismos de divulgação das políticas existentes, bem como a necessidade de serem desenvolvidas medidas mais abrangentes e eficazes para apoiar os cuidadores informais e as pessoas cuidadas. Conclusão. Considerando os resultados obtidos, é evidente a preocupação com a necessidade de apoiar a pessoa na sua globalidade, contribuir para a humanização dos cuidados a adultos mais velhos e contribuir para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento. Assim, os participantes manifestam uma elevada consciência das limitações do Estatuto do Cuidador Informal, bem como do seu papel enquanto futuros profissionais na garantia do bem-estar e da dignidade dos cuidadores informais e das pessoas mais velhas. |
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Estatuto de cuidador informal na perspetiva dos estudantes de Gerontologia: contributos para a Gerontologia SocialCuidador informalGerontologia SocialEnvelhecimentoPolíticas sociaisGerontólogoInformal caregiverSocial GerontologyAgingSocial policiesGerontologistContexto e objetivo. A longevidade humana e o envelhecimento populacional representam a maior conquista do século XXI. A expectativa de vida aumentou mais de 30 anos no último século, pelo que importa que estes anos ganhos sejam agora traduzidos em oportunidades. De facto, a transição demográfica a que assistimos implica um conjunto de desafios e oportunidades que exigem respostas inovadoras e/ou que reconfigurem papéis tradicionais, como é o caso do cuidador informal. Muitos países da OCDE têm implementado medidas políticas para apoiar os cuidadores informais, reconhecendo a importância do seu papel na sociedade e Portugal não é exceção. Publicado em 2019, o Estatuto do Cuidador Informal regula os direitos e deveres do cuidador e da pessoa cuidada e estabelece as respetivas medidas de apoio. O Gerontólogo, sendo o profissional que contribui para a melhoria da qualidade de vida e promoção do bem-estar das pessoas à medida que envelhecem em contexto familiar, comunitário e social, através da investigação, educação e aplicação de conhecimento interdisciplinar do processo de envelhecimento e das populações envelhecidas (AGHE, 2014), é fundamental para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento e os cuidados informais em particular. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo compreender a perspetiva dos estudantes de gerontologia, futuros gerontólogos, relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal. Método. No estudo, qualitativo e do tipo transversal, participam 37 estudantes que frequentam formação ao nível do 1º e 2º ciclos de estudos em Gerontologia numa instituição de ensino superior da região norte do país. Os dados foram recolhidos com recurso a entrevista semiestruturada aplicada a cinco focus group (três focus group na licenciatura, um por cada ano curricular, e dois no mestrado, um por cada ano curricular), que depois de transcritas foram sujeitas a análise de conteúdo. Resultados. A análise de conteúdo permitiu identificar três domínios: (1) Medidas de política no âmbito do envelhecimento em Portugal; (2) Estatuto do cuidador informal e (3) O Estatuto do cuidador informal no contexto da formação de gerontólogos, sendo cada um constituído por categorias e subcategorias. Globalmente, os resultados evidenciam uma diversidade de perspetivas e preocupações em relação às políticas no âmbito do envelhecimento e, em particular, dos cuidados informais. Os participantes enfatizam a importância do reconhecimento social do cuidador, a necessidade de otimizar os mecanismos de divulgação das políticas existentes, bem como a necessidade de serem desenvolvidas medidas mais abrangentes e eficazes para apoiar os cuidadores informais e as pessoas cuidadas. Conclusão. Considerando os resultados obtidos, é evidente a preocupação com a necessidade de apoiar a pessoa na sua globalidade, contribuir para a humanização dos cuidados a adultos mais velhos e contribuir para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento. Assim, os participantes manifestam uma elevada consciência das limitações do Estatuto do Cuidador Informal, bem como do seu papel enquanto futuros profissionais na garantia do bem-estar e da dignidade dos cuidadores informais e das pessoas mais velhas.Abstract Context and Objective. Longevity and population aging are widely regarded as the most significant accomplishments of the XXI century. Over the course of the past century, life expectancy at birth has increased by more than 30 years. As a result, it is crucial to ensure that these additional years gained are effectively utilized. The ongoing demographic transition presents a series of challenges and opportunities that demand innovative responses and the reconfiguration of traditional roles, such as that of the informal caregiver. Numerous OECD countries have implemented policy measures to support informal caregivers, recognizing the vital role they play in society, and Portugal is no exception. The Informal Caregiver Statute, released in 2019, governs the rights and obligations of both caregivers and care recipients, while establishing the necessary support measures. The Gerontologist, as a professional dedicated to enhancing the quality of life and wellbeing of aging individuals within family, community, and societal contexts, is a key resource in driving a paradigm shift surrounding the aging process. Accordingly, this study aims to explore the perspectives of gerontology students on the Informal Caregiver Statute. Method. This study adopts a qualitative and cross-sectional design, involving the participation of 37 students enrolled in the Gerontological Social Education undergraduate program and the Social Gerontology master's program at the Polytechnic Institute of Viana do Castelo. Data was collected through semi-structured interviews conducted within five focus groups. Three focus groups comprised undergraduate students, one representing each academic year, while the remaining two groups consisted of master's degree students, again, with one group representing each year. The collected data was subjected to content analysis. Results. The content analysis of the focus group discussions facilitated the identification of three overarching domains: (1) Policy measures in the Portuguese context of aging; (2) The status of informal caregivers; and (3) The status of informal caregivers within the framework of gerontology students' training. Each domain encompassed various categories and subcategories. Overall, the findings illuminated a multitude of perspectives and concerns pertaining to policies addressing aging, particularly as they relate to informal caregiving. Participants emphasized the significance of social recognition for caregivers, the need to optimize mechanisms for disseminating existing policies, and the importance of developing more comprehensive and effective measures to support both informal caregivers and those under their care. Conclusion. The results underline a pronounced commitment to the holistic support of individuals in order to foster humanized care for older adults and to drive a paradigm shift regarding the aging process. Consequently, the participants highlighted a keen awareness of the limitations associated with the Informal Caregiver Statute, as well as its role in safeguarding the wellbeing and dignity of informal caregivers and older individuals.2024-12-18T17:32:06Z2024-07-15T00:00:00Z2024-07-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/4274TID:203768760porSimões, Carina Rafaela Gomesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2024-12-19T07:50:26Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/4274Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T19:19:19.586557Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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Contexto e objetivo. A longevidade humana e o envelhecimento populacional representam a maior conquista do século XXI. A expectativa de vida aumentou mais de 30 anos no último século, pelo que importa que estes anos ganhos sejam agora traduzidos em oportunidades. De facto, a transição demográfica a que assistimos implica um conjunto de desafios e oportunidades que exigem respostas inovadoras e/ou que reconfigurem papéis tradicionais, como é o caso do cuidador informal. Muitos países da OCDE têm implementado medidas políticas para apoiar os cuidadores informais, reconhecendo a importância do seu papel na sociedade e Portugal não é exceção. Publicado em 2019, o Estatuto do Cuidador Informal regula os direitos e deveres do cuidador e da pessoa cuidada e estabelece as respetivas medidas de apoio. O Gerontólogo, sendo o profissional que contribui para a melhoria da qualidade de vida e promoção do bem-estar das pessoas à medida que envelhecem em contexto familiar, comunitário e social, através da investigação, educação e aplicação de conhecimento interdisciplinar do processo de envelhecimento e das populações envelhecidas (AGHE, 2014), é fundamental para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento e os cuidados informais em particular. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo compreender a perspetiva dos estudantes de gerontologia, futuros gerontólogos, relativamente ao Estatuto do Cuidador Informal. Método. No estudo, qualitativo e do tipo transversal, participam 37 estudantes que frequentam formação ao nível do 1º e 2º ciclos de estudos em Gerontologia numa instituição de ensino superior da região norte do país. Os dados foram recolhidos com recurso a entrevista semiestruturada aplicada a cinco focus group (três focus group na licenciatura, um por cada ano curricular, e dois no mestrado, um por cada ano curricular), que depois de transcritas foram sujeitas a análise de conteúdo. Resultados. A análise de conteúdo permitiu identificar três domínios: (1) Medidas de política no âmbito do envelhecimento em Portugal; (2) Estatuto do cuidador informal e (3) O Estatuto do cuidador informal no contexto da formação de gerontólogos, sendo cada um constituído por categorias e subcategorias. Globalmente, os resultados evidenciam uma diversidade de perspetivas e preocupações em relação às políticas no âmbito do envelhecimento e, em particular, dos cuidados informais. Os participantes enfatizam a importância do reconhecimento social do cuidador, a necessidade de otimizar os mecanismos de divulgação das políticas existentes, bem como a necessidade de serem desenvolvidas medidas mais abrangentes e eficazes para apoiar os cuidadores informais e as pessoas cuidadas. Conclusão. Considerando os resultados obtidos, é evidente a preocupação com a necessidade de apoiar a pessoa na sua globalidade, contribuir para a humanização dos cuidados a adultos mais velhos e contribuir para uma mudança de paradigma sobre o processo de envelhecimento. Assim, os participantes manifestam uma elevada consciência das limitações do Estatuto do Cuidador Informal, bem como do seu papel enquanto futuros profissionais na garantia do bem-estar e da dignidade dos cuidadores informais e das pessoas mais velhas. |
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