Prevalência de Efeitos Neuropsiquiátricos em Doentes com Infecção VIH sob Dolutegravir
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Publication Date: | 2019 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
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Summary: | Introdução: O dolutegravir apresenta-se como opção terapêutica com elevados níveis de eficácia para doentes naive ou experimentados, nomeadamente na simplificação de regimes terapêuticos e com um bom perfil de interações. Os resultados dos estudos de aprovação sustentam-no como seguro e bem tolerado. No entanto, alguns estudos mais recentes levantaram dúvidas relativamente ao seu perfil de segurança, nomeadamente no desenvolvimento de efeitos neuropsiquiátricos. Os objectivos do estudo foram determinar a prevalência de efeitos neuropsiquiátricos e efeitos não neuropsiquiátricos numa população de doentes com infecção VIH e com dolutegravir no esquema antirretroviral. Material e Métodos: Estudo observacional transversal da coorte de doentes seguidos na consulta de Imunodeficiências do Centro Hospitalar do Porto, sob terapêutica com dolutegravir. Foram consultados os processos clínicos e aplicado um questionário de avaliação de efeitos adversos, após a introdução de dolutegravir. Resultados: Foram identificados 70 doentes que iniciaram terapêutica com dolutegravir. Sete foram excluídos por insuficiência de dados. Cinco doentes eram naive para terapêutica antirretroviral. A taxa de efeitos neuropsiquiátricos e de outros efeitos foi de 20,6% e 25,4%, respectivamente. Os principais efeitos neuropsiquiátricos foram insónia, nervosismo/ansiedade e humor depressivo, sendo observados mais frequentemente em mulheres [(34,6% vs 10,8%); OR 4,37; IC 95% 1,17-16,27; p = 0,028]. Apesar da frequência destes efeitos não houve descontinuação da terapêutica. Conclusão: Verificou-se uma elevada taxa de efeitos neuropsiquiátricos (20,6%), similar a um estudo recentemente publicado. No entanto, estes efeitos neuropsiquiátricos não levaram à descontinuação do dolutegravir em qualquer doente. Apesar das limitações deste trabalho, os autores alertam para a necessidade de estudos adicionais para avaliação do verdadeiro impacto dos efeitos neuropsiquiátricos associados ao dolutegravir. |
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Prevalência de Efeitos Neuropsiquiátricos em Doentes com Infecção VIH sob DolutegravirDolutegravir/efeitos adversosFármacos Anti-HIV/efeitos adversosInfecção por HIV/tratamentoPerturbações Mentais/induzido quimicamenteIntrodução: O dolutegravir apresenta-se como opção terapêutica com elevados níveis de eficácia para doentes naive ou experimentados, nomeadamente na simplificação de regimes terapêuticos e com um bom perfil de interações. Os resultados dos estudos de aprovação sustentam-no como seguro e bem tolerado. No entanto, alguns estudos mais recentes levantaram dúvidas relativamente ao seu perfil de segurança, nomeadamente no desenvolvimento de efeitos neuropsiquiátricos. Os objectivos do estudo foram determinar a prevalência de efeitos neuropsiquiátricos e efeitos não neuropsiquiátricos numa população de doentes com infecção VIH e com dolutegravir no esquema antirretroviral. Material e Métodos: Estudo observacional transversal da coorte de doentes seguidos na consulta de Imunodeficiências do Centro Hospitalar do Porto, sob terapêutica com dolutegravir. Foram consultados os processos clínicos e aplicado um questionário de avaliação de efeitos adversos, após a introdução de dolutegravir. Resultados: Foram identificados 70 doentes que iniciaram terapêutica com dolutegravir. Sete foram excluídos por insuficiência de dados. Cinco doentes eram naive para terapêutica antirretroviral. A taxa de efeitos neuropsiquiátricos e de outros efeitos foi de 20,6% e 25,4%, respectivamente. Os principais efeitos neuropsiquiátricos foram insónia, nervosismo/ansiedade e humor depressivo, sendo observados mais frequentemente em mulheres [(34,6% vs 10,8%); OR 4,37; IC 95% 1,17-16,27; p = 0,028]. Apesar da frequência destes efeitos não houve descontinuação da terapêutica. Conclusão: Verificou-se uma elevada taxa de efeitos neuropsiquiátricos (20,6%), similar a um estudo recentemente publicado. No entanto, estes efeitos neuropsiquiátricos não levaram à descontinuação do dolutegravir em qualquer doente. Apesar das limitações deste trabalho, os autores alertam para a necessidade de estudos adicionais para avaliação do verdadeiro impacto dos efeitos neuropsiquiátricos associados ao dolutegravir.Sociedade Portuguesa de Medicina Interna2019-03-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-671X2019000100005Medicina Interna v.26 n.1 2019reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-671X2019000100005Moraes,RodrigoFerreira,MariaVaz,RitaCoelho,InêsPinheiro,GuiomarGonçalves,JoãoFrança,MargaridaAlmeida,Isabelinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:08:14Zoai:scielo:S0872-671X2019000100005Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T12:57:10.095537Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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