Infeções por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae: resultados do diagnóstico laboratorial realizado no INSA, 2017-2022
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Publication Date: | 2024 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.18/9186 |
Summary: | Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae são responsáveis pelas duas infeções sexualmente transmissíveis (IST) curáveis mais comuns em todo o mundo. Sendo frequentemente assintomáticas, o rastreio laboratorial destas IST é fundamental, para que possa ser efetuado o tratamento adequado que evite o desenvolvimento de sequelas clínicas graves e para quebrar cadeias de transmissão. O presente estudo teve por objetivo determinar a frequência das infeções por C. trachomatis e N. gonorrhoeae no âmbito da prestação de serviços do Laboratório Nacional de Referência das IST no INSA, no período 2017-2022. A pesquisa laboratorial de C. trachomatis e N. gonorrhoeae foi efetuada por uma técnica de PCR em tempo real, tendo sido obtidos resultados válidos para 47 136 amostras biológicas (genitais, anorretais e/ou orofaríngeas) de 21 188 pessoas que, em 22,6% (n=4799) dos casos, revelaram ser positivas para qualquer uma destas IST. Nas mulheres, a infeção por C. trachomatis foi a mais frequente (10,5%; 494/4692), enquanto nos homens a infeção por N. gonorrhoeae foi a mais comum (16,2%; 2669/16 455). C. trachomatis foi mais detetada nas amostras anorretais (10,1%; 1222/12 057), nas quais 19,3% (236/1222) revelaram pertencer ao grupo do linfogranuloma venéreo, e N. gonorrhoeae na orofaringe (11,5%; 1621/14 123). Ambas as infeções foram mais frequentemente detetadas nos homens (28,4%; 4680/16455) e nas pessoas (independentemente do sexo) com menos de 25 anos (36,8%; 1389/3777). Em conclusão, este estudo revelou infeção por C. trachomatis e N. gonorrhoeae em amostras colhidas de diferentes locais anatómicos, tendo sido observadas elevadas frequências de infeção por N. gonorrhoeae a nível orofaríngeo e anorretal, assim como de C. trachomatis neste último local anatómico, sugerindo que o rastreio destas IST não se deverá restringir à região genital. O aumento (8,6 pontos percentuais entre 2017 e 2022) das infeções por N. gonorrhoeae configura motivo de preocupação dada a potencial emergência de estirpes resistentes aos antibióticos. |
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Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae são responsáveis pelas duas infeções sexualmente transmissíveis (IST) curáveis mais comuns em todo o mundo. Sendo frequentemente assintomáticas, o rastreio laboratorial destas IST é fundamental, para que possa ser efetuado o tratamento adequado que evite o desenvolvimento de sequelas clínicas graves e para quebrar cadeias de transmissão. O presente estudo teve por objetivo determinar a frequência das infeções por C. trachomatis e N. gonorrhoeae no âmbito da prestação de serviços do Laboratório Nacional de Referência das IST no INSA, no período 2017-2022. A pesquisa laboratorial de C. trachomatis e N. gonorrhoeae foi efetuada por uma técnica de PCR em tempo real, tendo sido obtidos resultados válidos para 47 136 amostras biológicas (genitais, anorretais e/ou orofaríngeas) de 21 188 pessoas que, em 22,6% (n=4799) dos casos, revelaram ser positivas para qualquer uma destas IST. Nas mulheres, a infeção por C. trachomatis foi a mais frequente (10,5%; 494/4692), enquanto nos homens a infeção por N. gonorrhoeae foi a mais comum (16,2%; 2669/16 455). C. trachomatis foi mais detetada nas amostras anorretais (10,1%; 1222/12 057), nas quais 19,3% (236/1222) revelaram pertencer ao grupo do linfogranuloma venéreo, e N. gonorrhoeae na orofaringe (11,5%; 1621/14 123). Ambas as infeções foram mais frequentemente detetadas nos homens (28,4%; 4680/16455) e nas pessoas (independentemente do sexo) com menos de 25 anos (36,8%; 1389/3777). Em conclusão, este estudo revelou infeção por C. trachomatis e N. gonorrhoeae em amostras colhidas de diferentes locais anatómicos, tendo sido observadas elevadas frequências de infeção por N. gonorrhoeae a nível orofaríngeo e anorretal, assim como de C. trachomatis neste último local anatómico, sugerindo que o rastreio destas IST não se deverá restringir à região genital. O aumento (8,6 pontos percentuais entre 2017 e 2022) das infeções por N. gonorrhoeae configura motivo de preocupação dada a potencial emergência de estirpes resistentes aos antibióticos. |
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