Obtenção otimizada de extratos bioativos de casca de marmelo: uma fonte alternativa de conservantes naturais

Bibliographic Details
Main Author: Pereira, Alexis
Publication Date: 2022
Other Authors: Añibarro-Ortega, Mikel, Cirić, Ana, Soković, Marina, Nogueira, António José M., Pinela, José, Barros, Lillian
Language: spa
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10198/27685
Summary: O marmelo (Cydonia oblonga M.) é um fruto amargo e adstringente utilizado sobretudo na produção de marmelada e outros produtos alimentares açucarados. De acordo com a Legislação Portuguesa [1], a marmelada é uma mistura homogénea e consistente obtida exclusivamente da cozedura do mesocarpo do marmelo com açúcares. Portanto, a produção industrial de marmelada implica o descarte da casca como um subproduto. No entanto, estudos anteriores indicam que a casca deste fruto possui compostos bioativos com propriedades antioxidantes e antimicrobianas e efeitos promotores de saúde [2-4]. Este estudo propõe assim a reinserção deste subproduto na cadeia de valor sob a forma de um conservante alimentar natural. Para otimização do processo de extração de compostos bioativos a partir desta matriz vegetal, foi implementado um desenho de composto central circunscrito de 20 pontos, combinando os efeitos dos fatores tempo (1–119 min), temperatura (25–94 °C) e proporção de etanol (0–100%). Como variáveis dependentes, foram considerados o rendimento das extrações, avaliado gravimetricamente, e os teores de compostos fenólicos e ácidos orgânicos, quantificados por HPLC-DAD-ESI/MSn e UFLC-PDA, respetivamente [5]. Estas análises permitiram identificar vários compostos fenólicos, incluindo ácidos fenólicos, flavan-3-óis e flavonóis, e ácido málico, entre outras moléculas. Os dados quantitativos foram seguidamente ajustados a uma equação polinomial quadrática para obtenção de modelos teóricos, os quais foram validados estatisticamente e usados para determinar as condições ótimas de extração. Estas foram aplicadas experimentalmente e os extratos obtidos foram analisados quanto ao potencial conservante, através da avaliação da atividade antioxidante por ensaios in vitro e da atividade antimicrobiana por métodos de microdiluição [5]. Estes extratos apresentaram capacidade de inibir a peroxidação lipídica e de inibir o crescimento de fungos e bactérias associadas a contaminações alimentares, destacando-se em alguns aspetos comparativamente com aditivos alimentares usados como controlo positivo. Estes resultados destacam o potencial inexplorado da casca de marmelo para obtenção de extratos bioativos ricos em compostos fenólicos e ácido málico, os quais poderão ser usados pela indústria alimentar para incorporação em alimentos e bebidas.
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