As eleições Municipais de 1925 em Évora
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Publication Date: | 2001 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10174/11688 |
Summary: | Nas eleições de 1925 houve uma reduzida participação da população devido a constrangimentos práticos (morosidade do recenseamento e a elevada distância das mesas de voto em relação a algumas localidades) e legislativos. Esta limitada participação eleitoral durante a I República foi uma das causas que contribuíram para o descrédito das instituições políticas republicanas e para a deslegitimação da República. No entanto, a participação eleitoral em Évora pode ser considerada elevada face a outras localidades, dado que 11,4% dos habitantes maiores de 20 anos exerceram o seu poder de voto nas eleições municipais. A “Nova República Velha” foi um momento de grandes transformações nos partidos da oposição. As grandes dificuldades de acesso ao Poder Local estimularam a criação de alianças pontuais de partidos com ideais aparentemente contraditórios contra o partido que detinha ou ameaçava o Poder. Em Évora, à semelhança do que sucedia noutras localidades, formaram-se Listas de Conjunção, agrupando indivíduos de vários partidos e tendências políticas. A Lista do Concelho que agrupava elementos republicanos conservadores não teve como adversário político o P.R.P., como era hábito noutros locais, mas o seu “descendente directo” nesta cidade - a Esquerda Democrática. A vitória eleitoral da Lista do Concelho nas eleições municipais e da Lista Esquerdista nas eleições para a Junta Geral do Distrito demonstrou o importante papel dos «patronos» nos triunfos eleitorais. No entanto, também ficou demonstrado a dificuldade em conjugar na mesma Lista personalidades de meios políticos muito diferentes, já que os eleitores tinham sempre a hipótese de riscar os nomes dos candidatos que não se integravam no seu ideal político. A elite política eborense não era muito numerosa, à semelhança da maior parte das localidades do país. Vários cidadãos influentes a nível local participaram em duas listas partidárias nas eleições para a Câmara Municipal em 1925, o que nos indica uma escassa margem de recrutamento político e uma valorização dos laços pessoais em detrimento da ideologia. As «subelites» eram bastante mais numerosas, nas eleições para as Juntas de Freguesia, cada indivíduo apenas participou numa lista, o que demonstra uma maior possibilidade de recrutamento. |
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