Mineralizações e recursos de tântalo no norte de Portugal – análise paragenética

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Main Author: Gomes, C. Leal
Publication Date: 2016
Format: Article
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/1822/49031
Summary: À escala dos mercados globais o Ta é um metal cujo aprovisionamento pode ser considerado errático, sujeito a oscilações importantes. Um primeiro imperativo de optimização para a valorização de concentrados de Ta é a proporção de “pentóxido” que o produto transacionável deve comportar para que possa ser comercializado aos mais altos valores unitários: Ta2O5>30%. Esta proporção tem como factor limitante natural a grande diversidade mineroquímica das fases portadoras que ocorrem em depósitos primários, o que suscita muitas vezes a adopção pós – mineralúrgica de correcções de teor (“blending”),procurando, com lotes de diferentes cargas tantalíferas, valorizar os minérios. No N de Portugal, a maioria dos depósitos primários de Ta, essencialmente pegmatíticos, dispõe-se segundo uma faixa NW – SE que segue aproximadamente as trajectórias de estruturação orogénica, Varisca, atribuídas às 2ª e 3ª fases de deformação. A localização das jazidas de tipo placer, acompanha esta tendência, reflectindo a relação proximal com as jazidas primárias. Destacam-se deste padrão as mineralizações situadas em fácies apograníticas (leucogranitos de cúpula) por vezes estruturadas em complexos exo-granito / endo-granito com “stock – sheider”,como é o caso das mineralizações de Montesinho e Seixigal, a que correspondem os mais baixos teores mas, potencialmente, as tonelagens mais elevadas. Entre os placeres, parece ser em aluviões da Cumieira e Ribeiro Salgueiro, na Serra de Arga, e em aluviões da Ribeira da Gaia em Belmonte, Guarda que se podem obter os minérios de melhor qualidade. Quanto aos depósitos primários, os concentrados de mais alto valor podem ser apurados em fácies aplito-pegmatíticas LCT, lepidolíticas, das regiões da Régua e da Guarda e ainda nas unidades tardias de tipo brecha hidrotemal ou de colapso em pegmatitos intra-graníticos como os do Grupo de Senhora de Assunção. Valores de 150-200 ppm de Ta podem ser considerados um padrão aceitável para considerar as jazidas como potencialmente interessantes prevendo que alguns conteúdos em “oreshoots”possam variar de forma consistente entre 300 e 1500 ppm. No que diz respeito aos pegmatitos graníticos, parece iniciar-se agora um novo ciclo de procura, evidência de reservas e eventual exploração que tem como objectivo o Li metálico (como Li 2CO3). É pois de considerar com seriedade a possibilidade de obtenção sucedânea de concentrados de Ta até porque no caso das jazidas lepidolíticas existe uma associação muito marcada entre concentrações de Li e Ta, o que justifica equacionar o aproveitamento integrado dos dois minérios
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