A atratividade das faces médias : efeito do grau de familiaridade com as faces

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Main Author: Ferreira, Ânia José de Carvalho
Publication Date: 2014
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10773/14166
Summary: Durante vários séculos cientistas e psicólogos interessaram-se pela beleza e, em particular, pela atratividade facial. Inicialmente acreditava-se que a beleza era uma caraterística subjetiva e que portanto deveria depender da experiência de cada um e do meio ambiente que o envolvia. Contudo, diversos autores vieram demonstrar a existência de caraterísticas comuns a diferentes culturas que definem a atratividade. Na medida em que a literatura aponta a preferência pela atratividade como sendo uma caraterística inata ou adquirida precocemente na infância, tornou-se pertinente explorar quais as caraterísticas que tornam um rosto atraente. Vários autores referem que averageness (grau com que uma determinada face se assemelha à maioria das caras dentro de uma determinada população ou etnia) parece ser uma das caraterísticas fundamentais na perceção da atratividade. Este fenómeno, bem descrito na literatura é, muitas vezes, denominado de hipótese das faces médias ou the beauty-in-averageness effect. Assim, mais recentemente, os psicólogos têm recorrido a técnicas de morphing para a criação de faces médias ou protótipos faciais, que exibem caraterísticas médias das faces originais que as constituem, para explorar este efeito. A presente investigação, à semelhança do estudo de Halberstadt, Pecher, Zeelenberg, Wai, & Winkielman (2013), teve como objetivo averiguar se a familiaridade com uma face influencia os julgamentos de atratividade que efetuamos sobre a mesma. Os referidos autores demonstraram que, ao contrário do efeito de averageness descrito na literatura, as faces médias geradas através da junção de duas faces famosas (familiares) eram consideradas menos atraentes do que as faces originais respetivas. Na presente investigação, ao invés de faces famosas, realizou-se uma tarefa de familiarização extensiva que permitiu aos participantes familiarizarem-se com um conjunto de faces originais (familiarizadas no momento e portanto, recentemente familiares). Posteriormente era solicitado aos participantes que avaliassem o grau de atratividade das faces originais familiarizadas e de faces médias criadas pela fusão entre pares delas, bem como de um conjunto de faces originais que não haviam sido familiarizadas e respetivas faces médias. Contrariamente aos resultados obtidos por Halberstadt et al (2013), as faces médias foram sempre consideradas mais atraentes do que as suas faces originais, independentemente do seu nível de familiarização, tanto para as faces femininas como para as masculinas. No entanto, verificou-se ainda que a diferença entre o nível de atratividade atribuída às faces médias e às faces originais é mais pronunciada na ausência de familiarização, sugerindo, tal como esperado, que a atratividade das faces médias diminui quando as faces originais que as formam são familiares.
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spelling A atratividade das faces médias : efeito do grau de familiaridade com as facesPsicologia forenseReconhecimento facialExpressão facial - Processos afectivosProtótiposAtracçãoDurante vários séculos cientistas e psicólogos interessaram-se pela beleza e, em particular, pela atratividade facial. Inicialmente acreditava-se que a beleza era uma caraterística subjetiva e que portanto deveria depender da experiência de cada um e do meio ambiente que o envolvia. Contudo, diversos autores vieram demonstrar a existência de caraterísticas comuns a diferentes culturas que definem a atratividade. Na medida em que a literatura aponta a preferência pela atratividade como sendo uma caraterística inata ou adquirida precocemente na infância, tornou-se pertinente explorar quais as caraterísticas que tornam um rosto atraente. Vários autores referem que averageness (grau com que uma determinada face se assemelha à maioria das caras dentro de uma determinada população ou etnia) parece ser uma das caraterísticas fundamentais na perceção da atratividade. Este fenómeno, bem descrito na literatura é, muitas vezes, denominado de hipótese das faces médias ou the beauty-in-averageness effect. Assim, mais recentemente, os psicólogos têm recorrido a técnicas de morphing para a criação de faces médias ou protótipos faciais, que exibem caraterísticas médias das faces originais que as constituem, para explorar este efeito. A presente investigação, à semelhança do estudo de Halberstadt, Pecher, Zeelenberg, Wai, & Winkielman (2013), teve como objetivo averiguar se a familiaridade com uma face influencia os julgamentos de atratividade que efetuamos sobre a mesma. Os referidos autores demonstraram que, ao contrário do efeito de averageness descrito na literatura, as faces médias geradas através da junção de duas faces famosas (familiares) eram consideradas menos atraentes do que as faces originais respetivas. Na presente investigação, ao invés de faces famosas, realizou-se uma tarefa de familiarização extensiva que permitiu aos participantes familiarizarem-se com um conjunto de faces originais (familiarizadas no momento e portanto, recentemente familiares). Posteriormente era solicitado aos participantes que avaliassem o grau de atratividade das faces originais familiarizadas e de faces médias criadas pela fusão entre pares delas, bem como de um conjunto de faces originais que não haviam sido familiarizadas e respetivas faces médias. Contrariamente aos resultados obtidos por Halberstadt et al (2013), as faces médias foram sempre consideradas mais atraentes do que as suas faces originais, independentemente do seu nível de familiarização, tanto para as faces femininas como para as masculinas. No entanto, verificou-se ainda que a diferença entre o nível de atratividade atribuída às faces médias e às faces originais é mais pronunciada na ausência de familiarização, sugerindo, tal como esperado, que a atratividade das faces médias diminui quando as faces originais que as formam são familiares.For centuries scientists and psychologists have been interested in beauty and, in particular, in facial attractiveness. Initially it was believed that beauty was a subjective characteristic and therefore should depend on the individual experience and the surrounding environment. However, several authors have demonstrated the existence of features that are common to different cultures, which define attractiveness. To the extent that the literature indicates the preference for attractiveness as an innate characteristic or acquired early in childhood, it became relevant to explore which are the characteristics that make a face attractive. Several authors report that averageness (the degree to which a given face resembles the majority of the faces within a certain population or ethnicity) appears to be one of the key features in the perception of attractiveness. This phenomenon is well described in the literature and is often called the beauty-in-averageness effect. Thus, most recently, psychologists have been using morphing techniques to create average faces or facial prototypes, that display average characteristics of the original faces that constitute them, to explore this effect. The present research, like the study of Halberstadt, Pecher, Zeelenberg, Wai, & Winkielman (2013) aimed to establish whether familiarity with a face influences the attractiveness judgments that are made from those faces. These authors showed that average faces created by morphing two famous faces (familiar faces) were considered less attractive than the respective original faces. In the present investigation, rather than using famous faces, we applied an extensive familiarization task, which allowed participants to familiarize themselves with a set of original faces (which became familiar only at the time recently familiar). Afterwards participants were asked to rate the degree of attractiveness of the original faces that were familiarized and the average faces created by morphing pair of them, as well as of a set of original faces that were not familiarized and their respective averages. Contrary to the results of Halberstadt et al (2013), average faces were always considered more attractive than their original faces, independently of their familiarity level, both for male and female faces. However, we also observed that the difference between the level of attractiveness attributed to the average faces and to the original faces was larger in the absence of familiarization, suggesting, as expected, that the attractiveness of the average faces decreases when the original faces that compose them are familiar.Universidade de Aveiro2015-05-29T10:49:25Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/14166TID:201566761porFerreira, Ânia José de Carvalhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2024-05-06T03:54:05Zoai:ria.ua.pt:10773/14166Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T13:50:13.950684Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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