Empatia e Auto-compaixão: Percepção dos estudantes de Medicina

• Main Author: Maia, Diogo José de Sousa
• Publication Date: 2024
• Format: Master thesis
• Language: por
• Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Download full: http://hdl.handle.net/10400.6/14638
• topic: Auto-Compaixão; Empatia; Escala de Auto-Compaixão; Estudantes; Índice de Reatividade Interpessoal; Iri; Medicina; Scs

Introdução: Na prática médica, para uma melhor prestação de cuidados de saúde, além do conhecimento científico, é necessária uma boa relação médico-utente, que é estabelecida com base em aspectos fundamentais como a empatia e a auto-compaixão. Objetivo: Averiguar a percepção da Empatia e Auto-compaixão nos estudantes do Mestrado Integrado de Medicina da Universidade da Beira Interior (MIM-UBI), avaliar se existe mudança na percepção destes conceitos ao longo do curso e se existe correlação entre os dois conceitos. Materiais e Métodos: Amostra de 310 estudantes do MIM-UBI. Foi aplicado um questionário sociodemográfico, o Índice de Reactividade Interpessoal (IRI) e a Escala de Auto-Compaixão (SCS). Para tratamento estatístico dos dados recorreu-se a uma análise descritiva dos dados e também metodologias inferenciais como o Teste t para amostras independentes, Mann-Whitney, ANOVA e Kruskal-Wallis. Para avaliação da correlação entre o IRI e a SCS utilizou-se o coeficiente de correlação Ró de Spearman. Considerouse estatisticamente significativo p<0,05. Resultados: Os resultados revelaram que os estudantes do sexo feminino apresentam valores mais elevados de empatia (Tomada de perspectiva (p<0,456), Preocupação empática (p<0,001), Desconforto pessoal (p<0,001) e Fantasia (p<0,001)) e valores mais baixos de auto-compaixão (p<0,001) relativamente ao sexo masculino. Verificámos valores de auto-compaixão mais baixos em estudantes com doença crónica (p<0,001). Em estudantes com um familiar com doença crónica verificaram-se valores de empatia mais baixos (Tomada de perspectiva (p<0,014), Preocupação empática (p<0,063), Desconforto pessoal (p<0,486) e Fantasia (p<0,326). Foi observada uma correlação entre valores elevados de auto-compaixão e de empatia. Conclusão: Os resultados encontrados mostram as diferenças sexuais na empatia e autocompaixão e o impacto da doença crónica na saúde mental e bem-estar dos estudantes. Destaca-se a relevância da implementação de programas de treino de empatia e autocompaixão no processo de ensino-aprendizagem.