Manutenção do solo com cobertura com manta Ecoblanket em pomar de pessegueiros da Beira Interior
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Publication Date: | 2015 |
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Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.11/5749 |
Summary: | As operações de manutenção do solo podem ser realizadas de diferentes formas interferindo, não só no controlo de infestantes, mas também ao nível das árvores e do ecossistema. Estas operações têm efeito ao nível do solo no que diz respeito ao teor de matéria orgânica, teor de humidade, diversidade e quantidade de microrganismos. Dada a pequena longevidade dos pomares de pessegueiro, que se situa em média entre 10 a 12 anos, verifica-se uma constante renovação dos pomares por parte dos fruticultores [1]. Em pomares novos não é aconselhada a aplicação de herbicidas na linha pelo risco de contacto do herbicida com os órgãos verdes das plantas, pelo que são utilizadas outras técnicas nomeadamente: i) Técnicas de mobilização, muitas vezes efetuadas de forma manual (sacha), que para além de poderem provocar feridas nas jovens plantas, aceleram a degradação da matéria orgânica, aspeto bastante negativo uma vez que os solos dos pomares de pessegueiros apresentam um teor médio de MO de 1,5% [2]; ii) Técnicas de corte das infestantes na linha através da utilização de motorroçadoras. Este método exige a utilização de tubos individuais de proteção das plantas e cuidados em termos de segurança no trabalho, tornando-se dispendioso e moroso. Esta técnica exige sucessivas intervenções uma vez que permite controlar mas não eliminar a competição das infestantes, isto porque se cortes não ocorrerem antes da floração e produção de sementes levam à sua disseminação [3]; iii) Utilização de cobertura do solo com diversos materiais, que podem ser orgânicos ou inorgânicos, sendo mais frequente o uso de tela plástica, que apresenta efeito na disponibilidade de nutrientes, na temperatura e na atividade microbiana. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da utilização da manta Ecoblanket em pomares de pessegueiro (Figura 1), não só nas condições de temperatura, humidade e salinidade do solo, a 5 cm, como no desenvolvimento de infestantes e no crescimento das plantas do pomar. À semelhança dos resultados alcançados com a utilização da manta na produção de alface [4], observou-se que temperatura média não difere significativamente entre modalidades. Contudo existem diferenças na amplitude térmica registando-se uma média de amplitude térmica entre 9ºC e 10ºC no período de maio a julho na modalidade sem cobertura, enquanto na modalidade com manta Ecoblanket a amplitude térmica se situa entre 4ºC a 5ºC no mesmo período. Relativamente às infestantes observou-se um efeito muito positivo no seu controlo, embora o material que constitui a manta não seja completamente estanque e haja infestantes que conseguem emergir através de pequenas ruturas que surgem. No entanto, se houver um controlo pontual e dirigido na fase inicial do desenvolvimento dessas infestantes é possível retirar o máximo partido deste tipo de manutenção do solo. Relativamente às espécies de infestantes presentes verifica-se que Chenopodium album e Poligonum aviculare são ubíquas. A presença de grama (Cynodon dactylon) e de linguinha (Rumex acetosella) deverá exigir particular atenção no primeiro ano de instalação dada a sua capacidade de cobrir o solo e a sua resistência às diferentes técnicas de manutenção do solo, conseguindo romper a manta com alguma facilidade. Será necessário continuar a monitorizar o desenvolvimento das infestantes para avaliar a capacidade de controlo da grama com a utilização da manta Ecoblanket. |
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