O futuro da comunidade de segurança transatlântica
| Autor(a) principal: | |
|---|---|
| Data de Publicação: | 2011 |
| Tipo de documento: | Artigo |
| Idioma: | por |
| Título da fonte: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/2022 |
Resumo: | O processo de constituição da comunidade transatlântica – a aliança das democracias ocidentais nas duas margens do Atlântico Norte – começou em 1941, com a Carta do Atlântico, assinada por Franklin Roosevelt e Winston Churchill, e com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, a seguir a Pearl Harbour. Depois da vitória, a comunidade transatlântica institucionalizou‑se, primeiro com o “Plano Marshall” e a Organização para a Cooperação Económica Europeia e, depois, com o Tratado de Washington, que a transformou numa aliança estratégica duradoura. A formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) resultou da necessidade de conter a União Soviética, que se tornou uma grande potência com a vitória sobre a Alemanha e, apesar das crises recorrentes entre os Estados Unidos e os seus aliados europeus, a Aliança Atlântica conseguiu não só sobreviver intacta como prevalecer sobre os seus inimigos na competição bipolar. No fim da Guerra Fria, a OTAN foi essencial para manter um quadro de estabilidade regional perante as crises que resultaram da tentativa falhada de reforma do regime comunista russo e provocaram a decomposição do império soviético. Nesse processo de mudança dos equilíbrios estratégicos, a Aliança Atlântica pôde preencher o vazio criado pela dissolução do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, bem como assegurar as condições institucionais para a unificação pacífica da Alemanha. Contra as expectativas dos realistas mais convencionais, a Aliança Atlântica não se dissolveu no momento da vitória ocidental. Pelo contrário, adaptou‑se às novas circunstâncias estratégicas e tornou‑se um garante do status quo europeu no pós‑Guerra Fria, nomeadamente com o alargamento da OTAN e a sua intervenção nas guerras balcânicas. Porém, a revisão das prioridades estratégicas dos Estados Unidos, acelerada pelo 11 de Setembro, revelou uma crise profunda da comunidade transatlântica, em que voltou a estar em causa a continuidade da Aliança Atlântica. O futuro da coligação das democracias ocidentais está em aberto e depende da vontade dos aliados e da sua capacidade para consolidar o lugar central da comunidade transatlântica como um pólo indispensável de estabilidade do sistema internacional. |
| id |
RCAP_42d85a1c72bd4cf4d912af2b81cac84d |
|---|---|
| oai_identifier_str |
oai:comum.rcaap.pt:10400.26/2022 |
| network_acronym_str |
RCAP |
| network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
| spelling |
O futuro da comunidade de segurança transatlânticaPolítica internacionalSegurança internacionalRelações internacionaisRelações transatlânticasSistema internacionalGuerra fria, 1947-1989Pós-guerra friaTerrorismoNATO (EUA, 1949)UE (a partir de 1993)EuropaURSSRússiaEUAO processo de constituição da comunidade transatlântica – a aliança das democracias ocidentais nas duas margens do Atlântico Norte – começou em 1941, com a Carta do Atlântico, assinada por Franklin Roosevelt e Winston Churchill, e com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, a seguir a Pearl Harbour. Depois da vitória, a comunidade transatlântica institucionalizou‑se, primeiro com o “Plano Marshall” e a Organização para a Cooperação Económica Europeia e, depois, com o Tratado de Washington, que a transformou numa aliança estratégica duradoura. A formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) resultou da necessidade de conter a União Soviética, que se tornou uma grande potência com a vitória sobre a Alemanha e, apesar das crises recorrentes entre os Estados Unidos e os seus aliados europeus, a Aliança Atlântica conseguiu não só sobreviver intacta como prevalecer sobre os seus inimigos na competição bipolar. No fim da Guerra Fria, a OTAN foi essencial para manter um quadro de estabilidade regional perante as crises que resultaram da tentativa falhada de reforma do regime comunista russo e provocaram a decomposição do império soviético. Nesse processo de mudança dos equilíbrios estratégicos, a Aliança Atlântica pôde preencher o vazio criado pela dissolução do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, bem como assegurar as condições institucionais para a unificação pacífica da Alemanha. Contra as expectativas dos realistas mais convencionais, a Aliança Atlântica não se dissolveu no momento da vitória ocidental. Pelo contrário, adaptou‑se às novas circunstâncias estratégicas e tornou‑se um garante do status quo europeu no pós‑Guerra Fria, nomeadamente com o alargamento da OTAN e a sua intervenção nas guerras balcânicas. Porém, a revisão das prioridades estratégicas dos Estados Unidos, acelerada pelo 11 de Setembro, revelou uma crise profunda da comunidade transatlântica, em que voltou a estar em causa a continuidade da Aliança Atlântica. O futuro da coligação das democracias ocidentais está em aberto e depende da vontade dos aliados e da sua capacidade para consolidar o lugar central da comunidade transatlântica como um pólo indispensável de estabilidade do sistema internacional.Instituto da Defesa NacionalRepositório ComumGaspar, Carlos2012-03-19T10:26:36Z2011-112011-11-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/2022por9789729393228info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-04-17T11:59:32Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/2022Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T06:26:48.969776Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
| dc.title.none.fl_str_mv |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| title |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| spellingShingle |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica Gaspar, Carlos Política internacional Segurança internacional Relações internacionais Relações transatlânticas Sistema internacional Guerra fria, 1947-1989 Pós-guerra fria Terrorismo NATO (EUA, 1949) UE (a partir de 1993) Europa URSS Rússia EUA |
| title_short |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| title_full |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| title_fullStr |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| title_full_unstemmed |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| title_sort |
O futuro da comunidade de segurança transatlântica |
| author |
Gaspar, Carlos |
| author_facet |
Gaspar, Carlos |
| author_role |
author |
| dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório Comum |
| dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gaspar, Carlos |
| dc.subject.por.fl_str_mv |
Política internacional Segurança internacional Relações internacionais Relações transatlânticas Sistema internacional Guerra fria, 1947-1989 Pós-guerra fria Terrorismo NATO (EUA, 1949) UE (a partir de 1993) Europa URSS Rússia EUA |
| topic |
Política internacional Segurança internacional Relações internacionais Relações transatlânticas Sistema internacional Guerra fria, 1947-1989 Pós-guerra fria Terrorismo NATO (EUA, 1949) UE (a partir de 1993) Europa URSS Rússia EUA |
| description |
O processo de constituição da comunidade transatlântica – a aliança das democracias ocidentais nas duas margens do Atlântico Norte – começou em 1941, com a Carta do Atlântico, assinada por Franklin Roosevelt e Winston Churchill, e com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, a seguir a Pearl Harbour. Depois da vitória, a comunidade transatlântica institucionalizou‑se, primeiro com o “Plano Marshall” e a Organização para a Cooperação Económica Europeia e, depois, com o Tratado de Washington, que a transformou numa aliança estratégica duradoura. A formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) resultou da necessidade de conter a União Soviética, que se tornou uma grande potência com a vitória sobre a Alemanha e, apesar das crises recorrentes entre os Estados Unidos e os seus aliados europeus, a Aliança Atlântica conseguiu não só sobreviver intacta como prevalecer sobre os seus inimigos na competição bipolar. No fim da Guerra Fria, a OTAN foi essencial para manter um quadro de estabilidade regional perante as crises que resultaram da tentativa falhada de reforma do regime comunista russo e provocaram a decomposição do império soviético. Nesse processo de mudança dos equilíbrios estratégicos, a Aliança Atlântica pôde preencher o vazio criado pela dissolução do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, bem como assegurar as condições institucionais para a unificação pacífica da Alemanha. Contra as expectativas dos realistas mais convencionais, a Aliança Atlântica não se dissolveu no momento da vitória ocidental. Pelo contrário, adaptou‑se às novas circunstâncias estratégicas e tornou‑se um garante do status quo europeu no pós‑Guerra Fria, nomeadamente com o alargamento da OTAN e a sua intervenção nas guerras balcânicas. Porém, a revisão das prioridades estratégicas dos Estados Unidos, acelerada pelo 11 de Setembro, revelou uma crise profunda da comunidade transatlântica, em que voltou a estar em causa a continuidade da Aliança Atlântica. O futuro da coligação das democracias ocidentais está em aberto e depende da vontade dos aliados e da sua capacidade para consolidar o lugar central da comunidade transatlântica como um pólo indispensável de estabilidade do sistema internacional. |
| publishDate |
2011 |
| dc.date.none.fl_str_mv |
2011-11 2011-11-01T00:00:00Z 2012-03-19T10:26:36Z |
| dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
| dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
| format |
article |
| status_str |
publishedVersion |
| dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.26/2022 |
| url |
http://hdl.handle.net/10400.26/2022 |
| dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
| language |
por |
| dc.relation.none.fl_str_mv |
9789729393228 |
| dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
| eu_rights_str_mv |
openAccess |
| dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
| dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto da Defesa Nacional |
| publisher.none.fl_str_mv |
Instituto da Defesa Nacional |
| dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
| instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
| instacron_str |
RCAAP |
| institution |
RCAAP |
| reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
| repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
| repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
| _version_ |
1833602688243204096 |