A história de Ana Dias, “que se perdeu no mar”, e a persistência do culto judaico no Funchal
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Publication Date: | 2021 |
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Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
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Summary: | Ana Dias (†1588) era uma cristã-nova, filha de um agregado familiar de mercadores castelhanos, que se fixaram no Funchal cerca de meados da década de 1540. Casou com um lavrador e mercador da ilha, também cristão-novo, de quem teve 2 flhos e 3 filhas que chegaram à idade adulta. Na década de 1570, a sua casa já seria um polo essencial das práticas cripto-judaicas no Funchal. Pelos anos de 1586-87, aos sábados, a sua casa acolhia uma festa de teor religioso, muito frequentada por outros cristãos-novos da cidade. Sob o pretexto de venerarem Nossa Senhora do Pópulo, guardavam os sábados. Através de vários processos inquisitoriais é possível conhecer o modo como o Judaísmo resistiu no Funchal, bem como o papel importantíssimo para o efeito desta Ana Dias, que acabou denunciada. Uma vez presa, mal zarpara da Madeira, rumo à Inquisição de Lisboa, a caravela naufragou e não houve sobreviventes. Depois de uma grande tempestade, acharam-se barris de conservas de fruta e calculou-se logo que pertenceriam à embarcação e esta nunca chegou a Lisboa. Por isso, ganhou na época o epíteto de Ana Dias, “que se perdeu no mar”. |
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A história de Ana Dias, “que se perdeu no mar”, e a persistência do culto judaico no FunchalJudaísmoHistória Religiosa (séc. XVI)História da MadeiraNaufrágios (séc. XVI)Ana Dias (†1588) era uma cristã-nova, filha de um agregado familiar de mercadores castelhanos, que se fixaram no Funchal cerca de meados da década de 1540. Casou com um lavrador e mercador da ilha, também cristão-novo, de quem teve 2 flhos e 3 filhas que chegaram à idade adulta. Na década de 1570, a sua casa já seria um polo essencial das práticas cripto-judaicas no Funchal. Pelos anos de 1586-87, aos sábados, a sua casa acolhia uma festa de teor religioso, muito frequentada por outros cristãos-novos da cidade. Sob o pretexto de venerarem Nossa Senhora do Pópulo, guardavam os sábados. Através de vários processos inquisitoriais é possível conhecer o modo como o Judaísmo resistiu no Funchal, bem como o papel importantíssimo para o efeito desta Ana Dias, que acabou denunciada. Uma vez presa, mal zarpara da Madeira, rumo à Inquisição de Lisboa, a caravela naufragou e não houve sobreviventes. Depois de uma grande tempestade, acharam-se barris de conservas de fruta e calculou-se logo que pertenceriam à embarcação e esta nunca chegou a Lisboa. Por isso, ganhou na época o epíteto de Ana Dias, “que se perdeu no mar”.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito do projeto UIDB/00057/2020 - CIDEHUSCasa das Letras2021-10-13T14:04:01Z2021-10-132021-01-01T00:00:00Zbook partinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionhttp://hdl.handle.net/10174/30262http://hdl.handle.net/10174/30262porOlival, Fernanda, «A história de Ana Dias, “que se perdeu no mar”, e a persistência do culto judaico no Funchal», in Resistência: insubmissão e revolta no Império Português, coordenado por Mafalda Soares da Cunha, Alfragide, Casa das Letras, 2021, pp. 70-76.978-989-66-1207-8Departamento de Históriamfo@uevora.pt704Olival, Fernandainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2024-01-03T19:27:59Zoai:dspace.uevora.pt:10174/30262Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T12:24:52.418496Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
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