Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2020 |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.14/36381 |
Summary: | Problemática: O envelhecimento da população portuguesa irá acentuar-se no futuro (INE, 2020) e será, potencialmente acompanhado, do aumento da prevalência de pessoas dependentes no autocuidado e de cuidados de terceiros. Esta situação, é suscetível de resultar no aumento da necessidade de cuidados continuados. É desejável, e reúne cada vez maior consenso, a ideia de que, a resposta em cuidados continuados, deve priorizar e privilegiar os cuidados domiciliários. Esta realidade, exigirá novos modelos de cuidados e/ou reforma dos existentes. Pensá-los exige investigação que permita uma melhor compreensão das necessidades das pessoas dependente a viver em casa, e de como se pode garantir completude de cuidados. Objetivo: Identificar, as necessidades de cuidados das pessoas dependentes no autocuidado que vivem em suas casas, que cuidados lhes são efetivamente prestados e quem os presta. Material e métodos: Há duas fases nesta investigação. Fase 1: estudo observacional, quantitativo, descritivo e transversal, numa amostra de pessoas assistidas em 13 ECCI de um Agrupamento de Centros de Saúde de Portugal, que consistiu na avaliação dos cuidados necessários a 130 pessoas dependentes no autocuidado, com recurso à utilização de um formulário. Fase 2: levámos a cabo um “focus group” procurando a compreensão dos fenómenos sociais observados. Resultados: As pessoas dependentes no autocuidado, assistidas em ECCI estudadas, são maioritariamente homens, com idade média de 77 anos, casados/união de facto, reformados, com baixa escolaridade, com dependência média há 2,5 anos. 77,7% estão “acamados”. Famílias constituídas pelo casal, em que a esposa, mulher, portuguesa, com idade média de 67 anos, é a cuidadora principal, tendo cerca de 1/3 mais de 75 anos, o que se repercute na incapacidade de assegurar os cuidados que progride com a idade. Uma elevada percentagem apresenta compromissos nos focos de atenção avaliados: andar (96,2%); higiene pessoal (91,5 %); vestir-se e despir-se (82,3 %); equilíbrio (81,5%); autogestão do regime terapêutico (76,9%); transferir-se (71,5%); desuso (66,2%); ventilação e no virar-se, a (64,6%); sentar-se (58,5%), rigidez articular (47,7%), mastigação (42,3%); dor (41,5%) incontinência urinária (37,7%), incontinência intestinal e alimentação (33,1%), deglutição (30,0%), consciência comprometida (28,5%), paresia (26,2%); intolerância à atividade (25,4%); desidratação (24,6%); comunicação e limpeza das vias aéreas e hiperglicemia (23,8%), perfusão dos tecidos (22,3%), úlcera de pressão (21,5%). A média global da proporção de implementação das intervenções necessárias às pessoas avaliadas face ao esperado foi de 66,7%. Verificou-se que ficavam por fazer 33,3% dos cuidados considerados necessários. Os Enfermeiros explicam as razões da incompletude dos cuidados por dois motivos principais: a “falta tempo” e porque “a família não tem condições para o exercício do papel”. A incompletude de cuidados é um processo que gera mal-estar nos enfermeiros e sentimentos de impotência e angústia. Conclusão: O fenómeno das necessidades de cuidados às pessoas dependentes no autocuidado a viver no domicílio e a sua provisão revelaram-se como realidades complexas e multidimensionais, não estando garantida a completude de cuidados. |
id |
RCAP_3d65c25cfd156fd4b98d23e84668d2ab |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/36381 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo MondengoContributions for the definition of an organizational model of care for dependent people in self-care and their caregivers in home context : study carried out in the ECCI of ACES Baixo MondegoCuidados domiciliáriosAutocuidadoPessoa dependenteFamiliar cuidadorHome careSelf-careDependent personFamily caregiverProblemática: O envelhecimento da população portuguesa irá acentuar-se no futuro (INE, 2020) e será, potencialmente acompanhado, do aumento da prevalência de pessoas dependentes no autocuidado e de cuidados de terceiros. Esta situação, é suscetível de resultar no aumento da necessidade de cuidados continuados. É desejável, e reúne cada vez maior consenso, a ideia de que, a resposta em cuidados continuados, deve priorizar e privilegiar os cuidados domiciliários. Esta realidade, exigirá novos modelos de cuidados e/ou reforma dos existentes. Pensá-los exige investigação que permita uma melhor compreensão das necessidades das pessoas dependente a viver em casa, e de como se pode garantir completude de cuidados. Objetivo: Identificar, as necessidades de cuidados das pessoas dependentes no autocuidado que vivem em suas casas, que cuidados lhes são efetivamente prestados e quem os presta. Material e métodos: Há duas fases nesta investigação. Fase 1: estudo observacional, quantitativo, descritivo e transversal, numa amostra de pessoas assistidas em 13 ECCI de um Agrupamento de Centros de Saúde de Portugal, que consistiu na avaliação dos cuidados necessários a 130 pessoas dependentes no autocuidado, com recurso à utilização de um formulário. Fase 2: levámos a cabo um “focus group” procurando a compreensão dos fenómenos sociais observados. Resultados: As pessoas dependentes no autocuidado, assistidas em ECCI estudadas, são maioritariamente homens, com idade média de 77 anos, casados/união de facto, reformados, com baixa escolaridade, com dependência média há 2,5 anos. 77,7% estão “acamados”. Famílias constituídas pelo casal, em que a esposa, mulher, portuguesa, com idade média de 67 anos, é a cuidadora principal, tendo cerca de 1/3 mais de 75 anos, o que se repercute na incapacidade de assegurar os cuidados que progride com a idade. Uma elevada percentagem apresenta compromissos nos focos de atenção avaliados: andar (96,2%); higiene pessoal (91,5 %); vestir-se e despir-se (82,3 %); equilíbrio (81,5%); autogestão do regime terapêutico (76,9%); transferir-se (71,5%); desuso (66,2%); ventilação e no virar-se, a (64,6%); sentar-se (58,5%), rigidez articular (47,7%), mastigação (42,3%); dor (41,5%) incontinência urinária (37,7%), incontinência intestinal e alimentação (33,1%), deglutição (30,0%), consciência comprometida (28,5%), paresia (26,2%); intolerância à atividade (25,4%); desidratação (24,6%); comunicação e limpeza das vias aéreas e hiperglicemia (23,8%), perfusão dos tecidos (22,3%), úlcera de pressão (21,5%). A média global da proporção de implementação das intervenções necessárias às pessoas avaliadas face ao esperado foi de 66,7%. Verificou-se que ficavam por fazer 33,3% dos cuidados considerados necessários. Os Enfermeiros explicam as razões da incompletude dos cuidados por dois motivos principais: a “falta tempo” e porque “a família não tem condições para o exercício do papel”. A incompletude de cuidados é um processo que gera mal-estar nos enfermeiros e sentimentos de impotência e angústia. Conclusão: O fenómeno das necessidades de cuidados às pessoas dependentes no autocuidado a viver no domicílio e a sua provisão revelaram-se como realidades complexas e multidimensionais, não estando garantida a completude de cuidados.Silva, Abel Avelino de Paiva eVeritatiBento, Maria da Conceição Saraiva da Silva Costa2022-01-07T17:35:42Z2021-07-222020-122021-07-22T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/36381urn:tid:101669682porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-13T15:06:49Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/36381Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T02:10:19.362918Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo Contributions for the definition of an organizational model of care for dependent people in self-care and their caregivers in home context : study carried out in the ECCI of ACES Baixo Mondego |
title |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
spellingShingle |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo Bento, Maria da Conceição Saraiva da Silva Costa Cuidados domiciliários Autocuidado Pessoa dependente Familiar cuidador Home care Self-care Dependent person Family caregiver |
title_short |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
title_full |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
title_fullStr |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
title_full_unstemmed |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
title_sort |
Contributos para a definição de um modelo organizacional dos cuidados às pessoas dependentes no autocuidado e seus cuidadores, em contexto domiciliário : estudo realizado nas ECCI do ACES do Baixo Mondengo |
author |
Bento, Maria da Conceição Saraiva da Silva Costa |
author_facet |
Bento, Maria da Conceição Saraiva da Silva Costa |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Silva, Abel Avelino de Paiva e Veritati |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Bento, Maria da Conceição Saraiva da Silva Costa |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cuidados domiciliários Autocuidado Pessoa dependente Familiar cuidador Home care Self-care Dependent person Family caregiver |
topic |
Cuidados domiciliários Autocuidado Pessoa dependente Familiar cuidador Home care Self-care Dependent person Family caregiver |
description |
Problemática: O envelhecimento da população portuguesa irá acentuar-se no futuro (INE, 2020) e será, potencialmente acompanhado, do aumento da prevalência de pessoas dependentes no autocuidado e de cuidados de terceiros. Esta situação, é suscetível de resultar no aumento da necessidade de cuidados continuados. É desejável, e reúne cada vez maior consenso, a ideia de que, a resposta em cuidados continuados, deve priorizar e privilegiar os cuidados domiciliários. Esta realidade, exigirá novos modelos de cuidados e/ou reforma dos existentes. Pensá-los exige investigação que permita uma melhor compreensão das necessidades das pessoas dependente a viver em casa, e de como se pode garantir completude de cuidados. Objetivo: Identificar, as necessidades de cuidados das pessoas dependentes no autocuidado que vivem em suas casas, que cuidados lhes são efetivamente prestados e quem os presta. Material e métodos: Há duas fases nesta investigação. Fase 1: estudo observacional, quantitativo, descritivo e transversal, numa amostra de pessoas assistidas em 13 ECCI de um Agrupamento de Centros de Saúde de Portugal, que consistiu na avaliação dos cuidados necessários a 130 pessoas dependentes no autocuidado, com recurso à utilização de um formulário. Fase 2: levámos a cabo um “focus group” procurando a compreensão dos fenómenos sociais observados. Resultados: As pessoas dependentes no autocuidado, assistidas em ECCI estudadas, são maioritariamente homens, com idade média de 77 anos, casados/união de facto, reformados, com baixa escolaridade, com dependência média há 2,5 anos. 77,7% estão “acamados”. Famílias constituídas pelo casal, em que a esposa, mulher, portuguesa, com idade média de 67 anos, é a cuidadora principal, tendo cerca de 1/3 mais de 75 anos, o que se repercute na incapacidade de assegurar os cuidados que progride com a idade. Uma elevada percentagem apresenta compromissos nos focos de atenção avaliados: andar (96,2%); higiene pessoal (91,5 %); vestir-se e despir-se (82,3 %); equilíbrio (81,5%); autogestão do regime terapêutico (76,9%); transferir-se (71,5%); desuso (66,2%); ventilação e no virar-se, a (64,6%); sentar-se (58,5%), rigidez articular (47,7%), mastigação (42,3%); dor (41,5%) incontinência urinária (37,7%), incontinência intestinal e alimentação (33,1%), deglutição (30,0%), consciência comprometida (28,5%), paresia (26,2%); intolerância à atividade (25,4%); desidratação (24,6%); comunicação e limpeza das vias aéreas e hiperglicemia (23,8%), perfusão dos tecidos (22,3%), úlcera de pressão (21,5%). A média global da proporção de implementação das intervenções necessárias às pessoas avaliadas face ao esperado foi de 66,7%. Verificou-se que ficavam por fazer 33,3% dos cuidados considerados necessários. Os Enfermeiros explicam as razões da incompletude dos cuidados por dois motivos principais: a “falta tempo” e porque “a família não tem condições para o exercício do papel”. A incompletude de cuidados é um processo que gera mal-estar nos enfermeiros e sentimentos de impotência e angústia. Conclusão: O fenómeno das necessidades de cuidados às pessoas dependentes no autocuidado a viver no domicílio e a sua provisão revelaram-se como realidades complexas e multidimensionais, não estando garantida a completude de cuidados. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12 2021-07-22 2021-07-22T00:00:00Z 2022-01-07T17:35:42Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
doctoral thesis |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.14/36381 urn:tid:101669682 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.14/36381 |
identifier_str_mv |
urn:tid:101669682 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833601253938036736 |