Transferência e contra-transferência numa psicoterapia
Main Author: | |
---|---|
Publication Date: | 2012 |
Format: | Master thesis |
Language: | por |
Source: | Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
Download full: | http://hdl.handle.net/10400.12/2565 |
Summary: | O presente trabalho é um estudo de um caso clínico de uma jovem de dezanove anos, a Ana. Tivemos o primeiro contacto com Ana num hospital psiquiátrico de Lisboa onde estava internada. Chegou ao Hospital pela mão de dois polícias que a tinham ido buscar a casa por alegados comportamentos agressivos. Foi-lhe atribuída uma psiquiatra que nos pediu uma avaliação psicológica. Dois meses mais tarde Ana procura-nos para tratamento. Empreendemos uma psicoterapia de orientação psicanalítica de duas sessões semanais nos primeiros seis meses passando depois para três sessões semanais. A paciente tinha dificuldades na expressão verbal. A utilização da comunicação não verbal predominou em certa fase do tratamento e tivemos dificuldade em compreender o sentido dessas suas comunicações. Inicia uma serie de comportamentos que não entendemos. Um deles durou sensivelmente três semanas: Ana fazia questão de entrar e sair repetidamente da sala durante o período de consulta. Certo dia opusemo-nos directamente a essa atitude observando-lhe que se voltasse a entrar e a sair daquela consulta repetidamente então seria melhor interromper aquela sessão e continuaríamos a trabalhar na sessão seguinte. Através da supervisão de casos foi-nos possível entrar em contacto de uma forma mais consciente com alguns processos mentais, nomeadamente os repetitivos, que poderiam estar a ocorrer na relação terapêutica. Essa análise despoletou uma modificação substantiva do curso da psicoterapia no que diz respeito à natureza da aliança terapêutica, sintonia afectiva e Interpretação (trata-se da análise de alguns aspectos transfero-contra-transferências, mais especificamente, trata-se da análise de alguns movimentos de Identificação Projectiva e contra-Identificação Projectiva. Assim e em primeiro lugar faremos uma breve revisão teórica do conceito de Identificação com especial incidência sobre o sub-conceito de Identificação Projectiva. Ainda no corpo teórico abordamos os temas da transferência e contra-transferência. Especifica-se algumas modalidades de transferência nomeadamente a chamada Transferência Psicótica e Border-line. No que toca à contra-transferência, abordamos alguns problemas que esta pode levantar. De seguida traçaremos uma breve história clínica da paciente (Anamnese) e apresentaremos vinte sessões. Algumas das sessões são muito breves como veremos. Por fim propomo-nos discutir algumas generalidades sobre a situação em análise e desenvolver pontos específicos como é o caso do fenómeno da Repetição no acting-it-out como mecanismo de Identificação Projectiva. O que estaria a paciente a querer dizer com o seu acting? Tentamos perceber especificamente: como se organizam os sentimentos de medo, desespero e impotência dentro do paciente; como este comunica esses sentimentos ao terapeuta (transferência); como o terapeuta recebe e organiza dentro de si o seu medo, os sentimentos de impotência e desespero; como o terapeuta responde ao paciente (contra-transferência); como essa resposta prejudica ou beneficia o paciente. |
id |
RCAP_3cd99a3757791f1fe78240a3452aaad3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ispa.pt:10400.12/2565 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository_id_str |
https://opendoar.ac.uk/repository/7160 |
spelling |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapiaTransferênciaContratransferênciaRepetiçãoTransferenceCountertransferenceRepetitionO presente trabalho é um estudo de um caso clínico de uma jovem de dezanove anos, a Ana. Tivemos o primeiro contacto com Ana num hospital psiquiátrico de Lisboa onde estava internada. Chegou ao Hospital pela mão de dois polícias que a tinham ido buscar a casa por alegados comportamentos agressivos. Foi-lhe atribuída uma psiquiatra que nos pediu uma avaliação psicológica. Dois meses mais tarde Ana procura-nos para tratamento. Empreendemos uma psicoterapia de orientação psicanalítica de duas sessões semanais nos primeiros seis meses passando depois para três sessões semanais. A paciente tinha dificuldades na expressão verbal. A utilização da comunicação não verbal predominou em certa fase do tratamento e tivemos dificuldade em compreender o sentido dessas suas comunicações. Inicia uma serie de comportamentos que não entendemos. Um deles durou sensivelmente três semanas: Ana fazia questão de entrar e sair repetidamente da sala durante o período de consulta. Certo dia opusemo-nos directamente a essa atitude observando-lhe que se voltasse a entrar e a sair daquela consulta repetidamente então seria melhor interromper aquela sessão e continuaríamos a trabalhar na sessão seguinte. Através da supervisão de casos foi-nos possível entrar em contacto de uma forma mais consciente com alguns processos mentais, nomeadamente os repetitivos, que poderiam estar a ocorrer na relação terapêutica. Essa análise despoletou uma modificação substantiva do curso da psicoterapia no que diz respeito à natureza da aliança terapêutica, sintonia afectiva e Interpretação (trata-se da análise de alguns aspectos transfero-contra-transferências, mais especificamente, trata-se da análise de alguns movimentos de Identificação Projectiva e contra-Identificação Projectiva. Assim e em primeiro lugar faremos uma breve revisão teórica do conceito de Identificação com especial incidência sobre o sub-conceito de Identificação Projectiva. Ainda no corpo teórico abordamos os temas da transferência e contra-transferência. Especifica-se algumas modalidades de transferência nomeadamente a chamada Transferência Psicótica e Border-line. No que toca à contra-transferência, abordamos alguns problemas que esta pode levantar. De seguida traçaremos uma breve história clínica da paciente (Anamnese) e apresentaremos vinte sessões. Algumas das sessões são muito breves como veremos. Por fim propomo-nos discutir algumas generalidades sobre a situação em análise e desenvolver pontos específicos como é o caso do fenómeno da Repetição no acting-it-out como mecanismo de Identificação Projectiva. O que estaria a paciente a querer dizer com o seu acting? Tentamos perceber especificamente: como se organizam os sentimentos de medo, desespero e impotência dentro do paciente; como este comunica esses sentimentos ao terapeuta (transferência); como o terapeuta recebe e organiza dentro de si o seu medo, os sentimentos de impotência e desespero; como o terapeuta responde ao paciente (contra-transferência); como essa resposta prejudica ou beneficia o paciente.ISPA - Instituto UniversitárioPires, António Augusto PazoRepositório do ISPAAlmeida, Manuel2014-01-04T11:00:24Z20122012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/2565porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-07T15:05:51Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/2565Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T01:09:19.634705Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
title |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
spellingShingle |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia Almeida, Manuel Transferência Contratransferência Repetição Transference Countertransference Repetition |
title_short |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
title_full |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
title_fullStr |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
title_full_unstemmed |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
title_sort |
Transferência e contra-transferência numa psicoterapia |
author |
Almeida, Manuel |
author_facet |
Almeida, Manuel |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Pires, António Augusto Pazo Repositório do ISPA |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Almeida, Manuel |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Transferência Contratransferência Repetição Transference Countertransference Repetition |
topic |
Transferência Contratransferência Repetição Transference Countertransference Repetition |
description |
O presente trabalho é um estudo de um caso clínico de uma jovem de dezanove anos, a Ana. Tivemos o primeiro contacto com Ana num hospital psiquiátrico de Lisboa onde estava internada. Chegou ao Hospital pela mão de dois polícias que a tinham ido buscar a casa por alegados comportamentos agressivos. Foi-lhe atribuída uma psiquiatra que nos pediu uma avaliação psicológica. Dois meses mais tarde Ana procura-nos para tratamento. Empreendemos uma psicoterapia de orientação psicanalítica de duas sessões semanais nos primeiros seis meses passando depois para três sessões semanais. A paciente tinha dificuldades na expressão verbal. A utilização da comunicação não verbal predominou em certa fase do tratamento e tivemos dificuldade em compreender o sentido dessas suas comunicações. Inicia uma serie de comportamentos que não entendemos. Um deles durou sensivelmente três semanas: Ana fazia questão de entrar e sair repetidamente da sala durante o período de consulta. Certo dia opusemo-nos directamente a essa atitude observando-lhe que se voltasse a entrar e a sair daquela consulta repetidamente então seria melhor interromper aquela sessão e continuaríamos a trabalhar na sessão seguinte. Através da supervisão de casos foi-nos possível entrar em contacto de uma forma mais consciente com alguns processos mentais, nomeadamente os repetitivos, que poderiam estar a ocorrer na relação terapêutica. Essa análise despoletou uma modificação substantiva do curso da psicoterapia no que diz respeito à natureza da aliança terapêutica, sintonia afectiva e Interpretação (trata-se da análise de alguns aspectos transfero-contra-transferências, mais especificamente, trata-se da análise de alguns movimentos de Identificação Projectiva e contra-Identificação Projectiva. Assim e em primeiro lugar faremos uma breve revisão teórica do conceito de Identificação com especial incidência sobre o sub-conceito de Identificação Projectiva. Ainda no corpo teórico abordamos os temas da transferência e contra-transferência. Especifica-se algumas modalidades de transferência nomeadamente a chamada Transferência Psicótica e Border-line. No que toca à contra-transferência, abordamos alguns problemas que esta pode levantar. De seguida traçaremos uma breve história clínica da paciente (Anamnese) e apresentaremos vinte sessões. Algumas das sessões são muito breves como veremos. Por fim propomo-nos discutir algumas generalidades sobre a situação em análise e desenvolver pontos específicos como é o caso do fenómeno da Repetição no acting-it-out como mecanismo de Identificação Projectiva. O que estaria a paciente a querer dizer com o seu acting? Tentamos perceber especificamente: como se organizam os sentimentos de medo, desespero e impotência dentro do paciente; como este comunica esses sentimentos ao terapeuta (transferência); como o terapeuta recebe e organiza dentro de si o seu medo, os sentimentos de impotência e desespero; como o terapeuta responde ao paciente (contra-transferência); como essa resposta prejudica ou beneficia o paciente. |
publishDate |
2012 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2012 2012-01-01T00:00:00Z 2014-01-04T11:00:24Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.12/2565 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.12/2565 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
ISPA - Instituto Universitário |
publisher.none.fl_str_mv |
ISPA - Instituto Universitário |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia instacron:RCAAP |
instname_str |
FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
collection |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia |
repository.mail.fl_str_mv |
info@rcaap.pt |
_version_ |
1833600854426386432 |