O Impacto Económico e Social das Indústrias de componentes automóvel na Região Norte de Portugal

• Autor(a) principal: Lourenço, Sofia Isabel Mourão
• Data de Publicação: 2008
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/235
• topic: Indústria de componentes automóvel; Concorrência; Estratégia; Inovação

A presente dissertação aborda o impacto económico e social das indústrias de componentes automóvel na região Norte de Portugal. Atendendo ao seu carácter de transversalidade e heterogeneidade, o sector em que estamos inseridos tem um impacto muito grande, quer a jusante, quer a montante nos restantes sectores. Com um papel, a nível nacional, cada vez mais importante, a indústria automóvel tem vindo a apresentar-se como a área de forte incorporação tecnológica, funcionando simultaneamente como receptor, promotor e transmissor de inovações num contexto de “interface” entre diversas tecnologias, produtos e actividades. É um facto que o tecido empresarial português se tem vindo a reestruturar de forma progressiva e gradual para fazer face aos novos desafios suscitados pela internacionalização e globalização da actividade económica. É também um facto que a indústria automóvel representa uma parcela significativa do PIB, uma parcela significativa das exportações nacionais e tem bastante impacto social. Mas este peso implica esforços contínuos na adopção de estratégias transversais que privilegiam os factores dinâmicos de competitividade, designadamente a internacionalização, a certificação da qualidade, qualificação dos recursos humanos, a segurança e gestão ambiental e a eficiência energética. Actuando nos mais diversos ambientes internacionais, sempre de elevado grau de exigência, o gradual incremento que se tem vindo a sentir ao nível das exportações, revela a estratégia de diversificação de mercados e o aumento do nível qualitativo do produto. Questões, como sejam as do nível de competitividade e imagem do sector, entre outras, acabam por tornar uma exigência o contínuo investimento numa politica devidamente sustentada para o sector automóvel nacional, a vários níveis, passando, entre outras, pela promoção e internacionalização da oferta nacional, excelência empresarial e desenvolvimento das redes de cooperação. Com efeito, uma época de transição para uma economia baseada e orientada pelo conhecimento, torna-se evidente a necessidade de apoiar firmemente na Inovação. Inovação que não se restrinja aos processos e tecnologia mas também aos produtos e serviços, à organização e gestão, implicando uma mudança no plano de atitudes e dos comportamentos. Neste sentido, a Inovação irá constituir, mais do que a acumulação de capitais e as infra-estruturas, o motor de desenvolvimento económico, através de processos colectivos e dinâmicos envolvendo diversas entidades articuladas em rede. O contexto geral deste estudo revela que a maior parte das indústrias de componentes automóveis do nosso país encontram-se na região Norte. A abordagem metodológica tenta mostrar qual será a melhor estratégia que as indústrias deverão seguir num mercado tão concorrencial e com tanta diversidade de actividades. O trabalho empírico realizado englobou uma amostra de 17 empresas e dividiu-se em 4 áreas distintas: dados; caracterização das empresas; dimensão das empresas e performance das empresas. Entre outras conclusões a investigação revelou um impacto positivo nos indicadores económico-sociais, entre os quais: recursos humanos, a tendência do valor das vendas e compras nos últimos 5 anos. Os concorrentes, a entrada de novos mercados com custos mais baixos e a dificuldade nos financiamentos são as grandes ameaças. Em contrapartida, a internacionalização das empresas e a inovação de produtos são as oportunidades que estas empresas vêem para se desenvolverem ou superar a crise.